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Professores da Unifesp decidem aderir à greve das federais a partir de segunda-feira

Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) já se encontram em greve desde o dia 18 de março.

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26 de abril de 2024
Vinicius Palermo
Professores da Unifesp decidem aderir à greve das federais a partir de segunda-feira
São ao menos 28 instituições de ensino federais - entre universidades, institutos federais (IFs) e Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs) - com docentes em greve

Os professores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) decidiram aderir, a partir de segunda-feira, 29, à greve das universidades e institutos federais, que pedem, junto a demais categorias de servidores públicos federais por reajuste salarial. Os servidores técnico-administrativos da universidade já se encontram em greve desde 18 de março.

A Reitoria da Unifesp afirma que “respeita o direito de greve de cada servidor(a) e ressalta que está em diálogo com o Comando Local de Greve visando manter a realização das atividades essenciais e imprescindíveis dos setores que possuem servidores(as) em greve, mitigando eventuais prejuízos”.

São ao menos 28 instituições de ensino federais – entre universidades, institutos federais (IFs) e Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs) – com docentes em greve, além de pelo menos 70 instituições de ensino com servidores técnico-administrativos paralisados.

Os professores de instituições federais pedem que o reajuste salarial seja de 22%, dividido em três parcelas iguais de 7,06% em maio de 2024, 2025 e 2026. Já os servidores-técnico administrativos pedem por um reajuste maior, de 34%, também dividido em três parcelas em 2024, 2025 e 2026.

Segundo o sindicato das categorias, os percentuais correspondem às perdas salariais desde o governo do ex-presidente Michel Temer, em 2016, até dezembro de 2023, acrescidas das projeções inflacionárias de 2024 e 2025.

Como contraproposta, o governo ofereceu um reajuste de 9% para 2025, e 3,5% para 2026, mas segue sem ceder para um aumento neste ano, como querem os servidores federais.

Gustavo Seferian, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes da Instituições de Ensino Superior, o Andes, afirma que a proposta está em avaliação pelos sindicatos em assembleias até quinta-feira, 25.

“A greve da educação fez o governo se movimentar de uma inércia de meses. Encontrou mais espaço no orçamento e atendeu pedidos que há muito vinham sendo pleiteados pela categoria docente, que sequer arranhavam o erário público. É ainda uma movimentação tímida, mas revela o quanto a greve é meio eficaz na conquista de avanços e vitórias em defesa do serviço público. A crescente de mobilização aponta certamente que há mais que podemos conquistar”, diz.

Fontes ouvidas pela reportagem, porém, apontam uma tendência de rejeição da proposta do governo. Não seria a primeira vez. O governo havia oferecido dois reajustes de 4,5% para os próximos dois anos, mas a proposta foi rejeitada pelo sindicato, que afirmou querer a recomposição salarial ainda em 2024.

Os servidores públicos federais reivindicam também por um “revogaço”, ou seja, a revogação de uma série de leis implementadas nos últimos governos, como as jornadas especiais de trabalho, procedimentos administrativos diante de greve no serviço público, a centralização no INSS das pensões e aposentadorias, e a contrarreforma da previdência social.

Outras instituições de ensino cujos docentes não aderiram à greve também estão com parte de seus serviços paralisados devido à greve de servidores técnico-administrativos, que estão em greve em quase a totalidade de universidades federais do País.