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Tempestades provocam R$ 967,2 milhões em prejuízos em apenas 25 municípios

A avaliação da confederação é que o valor tende a aumentar à medida que os demais municípios levantarem as perdas, já que a maioria ainda presta assistência emergencial e de resgate às vítimas.

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07 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Tempestades provocam R$ 967,2 milhões em prejuízos em apenas 25 municípios
Enchente causa prejuízos na lavoura.

Levantamento preliminar da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revela que as tempestades registradas desde 29 de abril no Rio Grande do Sul geraram R$ 967,2 milhões em prejuízos financeiros. Os números contabilizam prejuízos de apenas 25 municípios que registraram os dados causados pelas enchentes na Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, segundo a CNM.

A avaliação da confederação é que o valor tende a aumentar à medida que os demais municípios levantarem as perdas, já que a maioria ainda presta assistência emergencial e de resgate às vítimas.

A Confederação estima que 364 municípios foram afetados, sendo 336 com reconhecimento estadual e federal de calamidade pública. Destes, 188 registraram os decretos no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres do governo federal, sendo que 151 ainda não informaram os dados e prejuízos.

A agropecuária é o setor econômico com mais prejuízos levantados, somando R$ 506,8 milhões. Dos 25 municípios que auferiram os prejuízos, R$ 423,8 milhões estão relacionados à agricultura e R$ 83 milhões à pecuária.

As fortes chuvas que atingem a região Sul do País provocaram também o aumento da vazão das cataratas do Iguaçu, no Paraná. Os dados foram informados pelas redes sociais da administradora do Parque Nacional do Iguaçu.

De acordo com a concessionária Urbia, a vazão das cataratas chegou a 8,3 milhões de litros por segundo no sábado, 4, aproximadamente cinco vezes a média diária de 1,5 milhão de litros por segundo.

Na segunda-feira, 6, o ritmo da vazão diminuiu, caindo para 4,5 milhões de litros por segundo, mas ainda sim três vezes acima da média diária, segundo informou o Parque Nacional do Iguaçu. O funcionamento do espaço segue normalmente, conforme a administração do parque, “com a passarela, trilha e todos os mirantes liberados”.

As chuvas deste início de maio provocaram as maiores enchentes da história do Rio Grande do Sul. O grande volume de água atinge 385 cidades – mais da metade dos municípios gaúchos -, vem deixando bairros inteiros submersos e provocando a evacuação da população de áreas de risco para abrigos públicos.

Mais de 200 mil pessoas estão fora de suas casas – 153,8 mil estão desalojadas e outras 47,6 mil estão em abrigos públicos; 134 estão desaparecidas e 85 morreram em decorrência da tragédia, já considerada a maior vivida pelo Estado. Ao todo, mais de 1 milhão de afetados, segundo o último balanço da Defesa Civil, divulgado na tarde desta segunda-feira, 6.

Os números superam os do ano de 1941, quando as cidades gaúchas também foram atingidas por uma cheia histórica.

O rio Guaíba, em Porto Alegre, ultrapassou os cinco metros, o que nunca tinha acontecido antes. O Centro Histórico da cidade ficou completamente alagado e o aeroporto Salgado Filho, na capital, suspendeu os voos até o fim do mês – imagens do local mostram a parte interna do espaço tomada pelas águas.

Ainda em Porto Alegre, cerca de 70% da cidade está sem o serviço de tratamento de água, porque quatro das seis estações não funcionam, enquanto as demais operam abaixo do normal. Por essa razão, foi determinado, nesta segunda, 6, o racionamento de água na cidade.

A previsão é de que as enchentes continuem por, pelo menos, 10 dias na capital Porto Alegre, com o nível do Guaíba acima dos 4 metros até o final de semana, pelo menos. Com o sistema antienchente da cidade no limite, o escoamento da água deverá ser mais lento.