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Israel bombardeia Gaza com ataques aéreos e Netanyahu convoca gabinete de guerra

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, convocou uma reunião de emergência com os principais generais e gabinete de guerra para avaliar a situação.

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23 de outubro de 2023
Vinicius Palermo
Israel bombardeia Gaza com ataques aéreos e Netanyahu convoca gabinete de guerra
Aos menos 60 palestinos morreram durante os ataques aéreos realizados pelo exército israelense na Faixa de Gaza

Na madrugada de segunda-feira, 23, Israel realizou uma série de ataques aéreos na Faixa de Gaza, enquanto as aeronaves atingiram o sul do Líbano durante a noite, resultando em uma escalada do conflito na região. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, convocou uma reunião de emergência com os principais generais e gabinete de guerra para avaliar a situação.

Os ataques israelenses tiveram como alvo principal o centro e o norte de Gaza, de acordo com informações da mídia palestina. O exército informou que atingiu “mais de 320 alvos militares na Faixa de Gaza” nas últimas 24 horas. “Os alvos terroristas atacados incluíam túneis onde estavam terroristas do Hamas, dezenas de centros de comando operacional (…) e terroristas da Jihad Islâmica, complexos militares e postos de observação”, afirmou o exército em comunicado.

Conforme a mídia local, os bombardeios também aconteceram em áreas onde civis palestinos foram instruídos a buscar refúgio, depois que um pequeno carregamento de ajuda foi autorizado a entrar no território. Moradores da região afirmaram que as forças israelenses invadiram o campo e realizaram prisões em massa.

Aos menos 60 palestinos morreram durante os ataques aéreos realizados pelo exército israelense na Faixa de Gaza, informou o grupo terrorista Hamas na segunda. Ainda conforme o Hamas, um dos ataques teria matado 17 pessoas em uma casa em Jabalia, no norte do enclave.

O Ministério da Saúde palestino informou também que “pelo menos dez corpos foram retirados dos escombros” após um ataque que destruiu uma casa em Deir el Balah, elevando o número total de mortos durante a noite para pelo menos 70.

Na Cisjordânia, ocupada por Israel, o Ministério da Saúde palestino relatou a morte de dois palestinos no campo de refugiados de Jalazone, perto de Ramallah, também na segunda. Moradores da região afirmaram que as forças israelenses invadiram o campo e realizaram prisões em massa, enquanto enfrentavam homens armados e jovens que lançavam pedras.

O primeiro-ministro israelense alertou o grupo terrorista Hezbollah a não se envolver na guerra que está acontecendo na região. A advertência foi feita no domingo, dia 22, durante uma visita às tropas de Israel na região norte, perto da fronteira com o Líbano, onde o exército israelense e Hezbollah também trocaram tiros durante o conflito entre o Hamas e Israel.

Netanyahu ressaltou que Israel responderia com uma ferocidade maior do que a demonstrada durante a breve guerra de 2006 com o Hezbollah, que tem base no Líbano. “Se o Hezbollah decidir entrar na guerra, perderá a segunda guerra do Líbano. Ele cometerá o erro de sua vida. Vamos paralisá-lo com uma força que ele nem sequer pode imaginar e as consequências para ele e para o Estado libanês serão devastadoras”, alertou o primeiro-ministro.

Um integrante do Hezbollah, respaldado pelo Irã, emitiu um aviso no sábado, dia 21, declarando que Israel pagaria um alto preço se tentasse uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza. Ele também enfatizou que o grupo militante libanês já se encontra “no centro da batalha”.

A tensão tem crescido entre o exército israelense e o Hezbollah, que é apoiado pelo Irã, com o recente conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza.

primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, afirmou que “com base no profundo conhecimento e análise de especialistas em inteligência e armas”, o governo britânico considera que a explosão no hospital al-Ahli Arab, em Gaza, foi provavelmente causada por um míssil – ou parte de um – que foi lançado de dentro do território em direção a Israel. A versão é a mesma adotada por autoridades israelenses para explicar a tragédia, que, de acordo com os oficiais de Israel foi causada pelo grupo Jihad Islâmica.

Em discurso no parlamento, Sunak disse que a divulgação incorreta deste incidente teve um efeito negativo na região – incluindo num esforço diplomático vital dos Estados Unidos – e nas tensões internas.

O primeiro-ministro afirmou ainda que há crescentes ataques do Hezbollah na fronteira norte de Israel, aumento das tensões na Cisjordânia e mísseis e drones lançados desde o Iêmen, o que “mostra que alguns estão buscando uma escalada” do conflito. “Ontem à noite, falei com os líderes dos EUA, Alemanha, França, Itália e Canadá. Estamos todos determinados a evitar a escalada”, apontou.

Segundo Sunak, o ataque de 7 de outubro foi motivado pelo ódio, mas “também foi impulsionado pelo receio do Hamas de que um novo equilíbrio pudesse emergir no Oriente Médio”.

“Nas minhas reuniões com o primeiro-ministro (Benjamin) Netanyahu e o presidente (Issac) Herzog, disse-lhes mais uma vez que estamos resolutamente ao lado de Israel na sua defesa contra o terrorismo”, afirmou. “Salientei novamente a necessidade de agir em conformidade com o direito humanitário internacional e de tomar todas as medidas possíveis para evitar danos aos civis”, disse Sunak, concluindo que foi “uma mensagem entregue por um amigo próximo e aliado”.

E afirmou: “Estamos a fornecendo mais 20 milhões de libras em ajuda humanitária aos civis em Gaza – mais do que duplicando o nosso apoio anterior ao povo palestino.”