Mundo
Cessar-fogo

Hamas indica não ter 40 reféns para trocar com Israel

Pela proposta, mulheres, idosos e pessoas doentes seriam entregues a Israel em troca por até 900 prisioneiros palestinos

Compartilhe:
12 de abril de 2024
Vinicius Palermo
Hamas indica não ter 40 reféns para trocar com Israel
A alegação do Hamas eleva os temores de que o número de reféns mortos seja maior do que se sabia.

Um integrante do alto escalão do Hamas disse que o grupo terrorista não tem 40 reféns vivos que atendam aos critérios do acordo por cessar-fogo que está em negociação. Pela proposta, mulheres, idosos e pessoas doentes seriam entregues a Israel em troca por até 900 prisioneiros palestinos durante uma pausa nos combates de seis semanas.

O Hamas, contudo, disse aos negociadores que não teria 40 reféns com essas características, segundo o integrante do grupo terrorista. Israel foi informado, confirmou uma autoridade de Tel-Aviv. Ambos falaram sob condição de anonimato.

A alegação do Hamas eleva os temores de que o número de reféns mortos seja maior do que se sabia. Cerca de 240 pessoas foram sequestradas no ataque terrorista de 7 de outubro; mais de 100 foram trocadas por prisioneiros palestinos durante um cessar-fogo, em novembro; dos cerca de 130 que permanecem em Gaza, a inteligência de Israel concluiu que pelo menos 32 morreram em cativeiro.

Ainda não está claro se Israel agora vai demandar que homens jovens e soldados sejam incluídos no primeiro grupo de 40 reféns Pela proposta inicial, eles teriam que esperar.

O acordo mediado por Catar, Egito e Estados Unidos é dividido em três etapas. O plano prevê ainda o retorno dos civis deslocados ao Norte da Faixa de Gaza e a entrada de 400 a 500 caminhões de ajuda humanitária por dia.

A notícia de que o Hamas não teria os 40 reféns para cumprir com a primeira parte da negociação foi divulgada no momento em que as conversas travaram por discordâncias envolvendo a permanência do cessar-fogo e o retorno dos palestinos deslocados, entre outras questões.

Na terça-feira, o Hamas disse que “aprecia” o esforço dos negociadores, mas alegou que Israel não teria respondido aos seus pedidos na negociação, sem dar mais detalhes. O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, considerou as declarações “pouco animadoras”, mas disse que o Catar, um mediador-chave, não recebeu uma resposta definitiva do grupo.

O primeiro-ministro de Israel Binyamin Netanyahu, por outro lado, culpa o grupo terrorista pelo impasse. “O Hamas espera que a pressão externa faça com que Israel se submeta a exigências extremas. Isto não acontecerá. Israel está pronto para um acordo Israel não está pronto para a rendição”, declarou no fim de semana.

A Lufthansa suspendeu voos de e para Teerã devido ao aumento dos riscos de segurança no Oriente Médio, depois que autoridades dos Estados Unidos disseram que um ataque a ativos israelenses por parte do Irã ou de seus representantes poderia ser iminente.

A companhia aérea alemã disse na quinta-feira, 11, que decidiu suspender os voos de e para a capital iraniana até sábado, prorrogando efetivamente a suspensão de voos anunciada na semana passada e que deveria durar até 11 de abril.

A Austrian Airlines ainda voa para a capital iraniana, mas a empresa suspendeu as dormidas das suas tripulações até sábado como medida de precaução, disse uma porta-voz da principal transportadora austríaca, que acrescentou ser possível à companhia aérea operar o voo Viena-Teerã sem deixar suas aeronaves no Irã durante a noite, respeitando os horários de trabalho legalmente permitidos para suas tripulações.

A decisão da Lufthansa ocorre um dia depois de autoridades dos EUA terem dito que o Irã ou seus representantes na região poderiam realizar um ataque contra Israel em retaliação por um ataque a um edifício diplomático iraniano na capital síria, Damasco, na semana passada, que matou altos funcionários militares iranianos. A Síria e o Irã acusaram Israel de realizar o ataque e Teerã ameaçou publicamente retaliar.