Suellen Escariz
Suellen Escariz
Pelo mundo

O Natal se aproxima

O Natal é uma data celebrada em grande parte do mundo. Uma comemoração com origem cristã que transcende e alcança povos de diferentes culturas.

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14 de dezembro de 2023
Vinicius Palermo
O Natal se aproxima
Neve e frio no cenário tradicional do Natal europeu.

O Natal é uma data celebrada em grande parte do mundo. Uma comemoração com origem cristã que transcende e alcança povos de diferentes culturas.

A Europa, por exemplo, continente outrora conhecido como cristão e até mesmo responsável pela expansão do cristianismo para a América e outros povos, hoje pouco remete a celebração do Natal a Cristo.

A sensação para aqueles que observam é de que existe algum tipo de lei que será violada caso alguém se posicione firmemente como cristão e aproveite o momento do Natal para reforçar sua convicção.

É evidente que existem exceções, e é interessante como as exceções são numerosas, mas é preciso que alguém “quebre o gelo” e seja o primeiro a falar sem medo de julgamentos.

Há quem não acredite, mas a Europa vive o que alguns chamam de pós-cristianismo. Os jovens, em regra, já são educados sem conhecer princípios básicos e não levam a fé como algo a considerar na vida e nas escolhas a fazer.

Por outro lado, os mais antigos mantêm suas tradições católicas, sendo um aspecto da vida que fica restrito a momentos de celebração, dificilmente levado para fora do contexto e para aplicação prática na vida.

E o momento do Natal, a celebração do nascimento de Jesus, o Salvador daqueles que nele creem, passa a ser considerado um momento de paz e de união da família. Fundamentos muito bons e coerentes, mas o Natal é mais do que isso.

Há uma famosa frase que diz “aqueles que esquecem a história são condenados a revivê-la” à qual acrescento: aqueles que esquecem a própria cultura são condenados à dominação por quem não esquece.

Enquanto as crianças fazem cartões de Natal sob a tarefa de usar palavras pertinentes à data, é possível ler: família, paz, união, esperança, chocolate, dentre outros, mas não se vê Jesus, salvação ou fé.

E já que esse também é conhecido como um tempo de reflexão, vale a pena refletir sobre os elementos que formam uma cultura e a importância que eles têm.

Todos os povos já cometeram seus erros, mas talvez seja importante também reconhecer os seus bons feitos, valores e fundamentos, se não por questões transcendentes e de fé, ao menos por questões de princípios e direitos humanos.

A Europa pós-cristã também esquece o bem que já fez, a estrutura de ordenamento jurídico e de proteção da dignidade humana que criou, esquece que possui valores que deveriam ser replicados para todos os seres humanos, pois todos têm direito a uma vida digna, mas também têm a obrigação de respeitar os direitos alheios.

A Europa ensinou e acrescentou muito ao mundo, não deveria perder-se de si mesma.


Suellen Escariz – Advogada e Mestre em Direito pela Universidade de Coimbra – Instagram