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Ofensiva diplomática

Ministro de Israel solicita sanções contra o Irã a 32 países

Pedido feito na terça-feira, 16, faz parte de uma “ofensiva diplomática” contra o Irã a fim de enfraquecer o país, segundo o ministro.

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16 de abril de 2024
Vinicius Palermo
Ministro de Israel solicita sanções contra o Irã a 32 países
O ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz

O ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, afirmou ter enviado cartas para 32 países solicitando sanções ao projeto de mísseis iranianos e para que o Corpo da Guarda Revolucionária seja declarado como uma organização terrorista por outros países. Pedido feito na terça-feira, 16, faz parte de uma “ofensiva diplomática” contra o Irã a fim de enfraquecer o país, segundo o ministro.

“O Irã deve ser parado agora, antes que seja tarde demais”, disse Katz, em anúncio que ressaltou a resposta militar aos mísseis iranianos direcionados ao país no fim de semana.

Dentre os países aos quais a solicitação política foi direcionada estão os Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Japão, Canadá, França, Itália, Índia e Austrália.

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, disse que seu país responderia “severamente” à “menor ação” de Israel contra “os interesses do Irã”, de acordo com uma declaração emitida por seu gabinete na terça-feira.

“Agora, declaramos firmemente que a menor ação contra os interesses do Irã provocará uma resposta severa, extensa e dolorosa contra todos os seus perpetradores”, disse Raisi durante uma conversa telefônica com o emir do Qatar, Tamim ben Hamad Al Thani, na noite de segunda-feira.

Referindo-se ao ataque do fim de semana, o primeiro a partir do território iraniano contra Israel, Raisi disse que Teerã exerceu “seu direito de autodefesa”.

O ataque do Irã no sábado foi, segundo Teerã, uma resposta ao assassinato por Israel de um general iraniano sênior em um edifício diplomático iraniano em Damasco, Síria. Israel não confirmou nem negou o envolvimento.

O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, tenente-general Herzi Halevi, deu a confirmação na segunda-feira, 15, mais clara até agora de um contra-ataque ao Irã, apesar da pressão internacional por contenção. Ele não deixou claro, no entanto, qual a forma essa resposta assumirá.

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, reforçou a posição do país contrária ao Irã nas tensões com Israel, ao discursar nas Reuniões de Primavera do Banco Mundial com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em trecho do discurso divulgado previamente pelo governo americano, Yellen alertou que ações do Irã como a ofensiva a Israel neste fim de semana, bem como os ataques dos houthis no Mar Vermelho, ameaçam a estabilidade do Oriente Médio e podem ter implicações econômicas.

A secretária disse ainda que o ataque do Irã e de seus aliados “ressalta a importância do trabalho do Tesouro em usar ferramentas econômicas para combater a atividade maligna” dos iranianos.

Yellen mencionou que o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, impôs sanções a mais de 500 indivíduos e entidades “ligados ao terrorismo e ao financiamento do terrorismo pelo regime iraniano e seus representantes”.

Alguns dos alvos dos EUA eram os programas de drones e mísseis do Irã e o financiamento dos Hamas, Houthis, Hezbollah e outras milícias.