Economia
Antecipação de compras

Vendas no varejo recuaram 1,3% em dezembro

As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 1,7% no ano de 2023 em comparação ao ano anterior.

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08 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
Vendas no varejo recuaram 1,3% em dezembro
As projeções iam de uma elevação de 1,5% a 5,5%, com mediana positiva de 2,9%.

As vendas do comércio varejista caíram 1,3% em dezembro ante novembro, na série com ajuste sazonal, informou na quarta-feira, 7, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com dezembro de 2022, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 1,3% em dezembro de 2023.

Nesse confronto, as projeções iam de uma elevação de 1,5% a 5,5%, com mediana positiva de 2,9%.
As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 1,7% no ano de 2023 em comparação ao ano anterior. As projeções iam de aumento de 1,6% a 2,1%, com mediana positiva de 1,8%.

Quanto ao varejo ampliado – que inclui as atividades de material de construção, veículos e atacado alimentício -, as vendas caíram 1,1% em dezembro ante novembro, na série com ajuste sazonal.

Na comparação com dezembro de 2022, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado ficaram estáveis em dezembro de 2023. Nesse confronto, as projeções variavam de uma elevação entre 1,5% e 5,7%, com mediana positiva de 3,1%.

As vendas do comércio varejista ampliado acumularam alta de 2,4% no ano de 2023. As estimativas variavam de alta de 2,3% a 2,9%, com mediana positiva de 2,7%.

O gerente da Pesquisa Mensal de Comércio no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cristiano Santos, disse que a campanha Black Friday em 2023 ocasionou uma antecipação de compras para o Natal ainda em novembro nos setores mais aderentes às promoções.

No entanto, outros segmentos varejistas mostraram desempenho melhor no último mês do ano passado, fazendo com que a média global do varejo ficasse menos negativa em dezembro do que nos anos anteriores.

Em dezembro, seis atividades registraram perdas, entre elas as que tinham crescido no mês anterior a reboque da campanha de liquidações, como equipamentos de informática, móveis e eletrodomésticos e vestuário e calçados. “A queda no varejo em dezembro foi mais branda que nos anos anteriores”, reforçou Santos.

No período de dezembro ante novembro, o último avanço no volume vendido ocorreu em 2019 (0,6%). Nos anos seguintes, as vendas recuaram: 2020, -4,0%; 2021, -1,5%; 2022, -1,9%; e 2023, -1,3%.

Apesar da perda menos intensa em 2023 neste período do ano, Santos reforça que o desempenho setorial evidenciou uma Black Friday mais forte no ano passado do que nas leituras anteriores.

Ao mesmo tempo, os avanços em atividades menos aderentes à campanha, como supermercados e combustíveis, sustentaram um desempenho global menos negativo em dezembro.

“Ela (a Black Friday de 2023) foi mais forte por dentro do indicador, e não no geral (média global)”, justificou o pesquisador. Seis das oito atividades que integram o comércio varejista registraram perdas nas vendas. Os Combustíveis e lubrificantes avançaram 1,5%, enquanto os Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo subiram 0,8%.

Houve recuo de 3,5% de Tecidos, vestuário e calçados e queda de 7% de Móveis e eletrodomésticos. Os Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria registraram recuo de 0,5% em dezembro.

Livros, jornais, revistas e papelaria caíram 2,3%. Nos Equipamentos e material para escritório informática e comunicação houve recuo de 13,1%, e em Outros artigos de uso pessoal e doméstico houve queda de 3,8%.

No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de material de construção, de veículos e de atacado alimentício, o segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou recuo de 4,5%, enquanto Material de construção subiu 0,4%.

Com a reformulação periódica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), o desempenho do varejo ampliado com ajuste sazonal inclui os dados do atacado alimentício, nova atividade investigada.

No entanto, ainda não há divulgação de dados individuais para o atacado de produtos alimentícios na série com ajuste sazonal. O IBGE explica que é necessário ter uma série histórica mais longa para ter uma base de dados consistente para as divulgações ajustadas sazonalmente.

Segundo o instituto, frente a dezembro de 2022, quatro atividades do varejo tiveram variações no campo positivo. Os Combustíveis e lubrificantes avançaram 0,2%, enquanto os Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo subiram 5,6%.

Houve avanço de 0,4% de Tecidos, vestuário e calçados e queda de 3,3% de Móveis e eletrodomésticos. Os Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria registraram avanço de 4,8% em dezembro.

Livros, jornais, revistas e papelaria caíram 7,6%. Nos Equipamentos e material para escritório informática e comunicação houve recuo de 0,9%, e em Outros artigos de uso pessoal e doméstico houve queda de 12,4%.

No varejo ampliado, o segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou avanço de 7%, enquanto Material de Construção caiu 2,8%, e Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceu 2,7%.