Economia
Receita cresce

TIM registra prejuízo de 689 milhões de euros no primeiro trimestre

A receita do grupo internacional TIM cresceu 4,3% na comparação com 2022, a 3,85 bilhões de euros (US$ 4,22 bilhões)

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12 de maio de 2023
Vinicius Palermo
TIM registra prejuízo de 689 milhões de euros no primeiro trimestre
Para 2023, a TIM continua projetando crescimento baixo de um dígito na receita de serviços

O grupo internacional TIM teve prejuízo líquido de 689 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, um crescimento em comparação aos 204 milhões de euros registrados no mesmo período do ano passado. Segundo balanço corporativo da empresa, o resultado se deve a despesas não recorrentes.

Já a receita cresceu 4,3% na comparação com 2022, a 3,85 bilhões de euros (US$ 4,22 bilhões), em linha com o esperado por analistas consultados pelo Wall Street Journal. O crescimento no Brasil teria compensado a queda de 0,2% na receita orgânica doméstica, segundo a empresa.

Para 2023, a TIM continua projetando crescimento baixo de um dígito na receita de serviços, crescimento médio de um dígito no Ebitda orgânico e crescimento baixo a médio de um dígito no Ebitda orgânico.

Os resultados do primeiro trimestre, em que continuaram a estabilização e o relançamento dos negócios domésticos, assim como a aceleração do desenvolvimento da TIM Brasil, estão totalmente alinhados com as metas do ano fiscal de 2023 divulgadas ao mercado em fevereiro passado.

Mais concretamente, face ao primeiro trimestre de 2022, ao nível do Grupo, as receitas totais ascenderam a 3,8 mil milhões de euros (+4,3% YoY) enquanto as receitas de serviço ascenderam a 3,5 mil milhões de euros (+2,8% YoY) graças à melhoria da tendência doméstica e a contribuição positiva do Brasil.

Na Itália, a estratégia de posicionamento premium “Valor vs Volume” foi ainda mais fortalecida com aumentos seletivos de preços para clientes fixos e móveis existentes.

Espera-se um impulso adicional para uma maior racionalização do mercado doméstico com a aprovação final pelas autoridades dos tarifários grossistas de 2023, que prevêem uma redução dos preços dos serviços de acesso em fibra e um aumento nos de cobre. No Brasil, concluiu-se a integração do negócio móvel do Grupo Oi e prosseguiu-se a estratégia de crescimento orgânico no mercado fixo.

Durante o primeiro trimestre, a Unidade de Negócio Doméstico registou uma nova melhoria na evolução das receitas totais, que atingiram 2,8 mil milhões de euros (-0,2% vs. -1,6% no trimestre anterior), enquanto as receitas de serviço foram de 2,6 mil milhões de euros ( -2,4% YoY vs -1,5% YoY no trimestre anterior), um desempenho que foi prejudicado pela eliminação das contribuições de ativação para a maioria das ofertas de telefonia fixa. A TIM Brasil registrou crescimento anual de 19,3% tanto na receita total quanto na receita de serviços, que atingiu 1,0 bilhão de euros.

O EBITDA do Grupo apresentou uma forte melhoria, registando um crescimento de 3,8% YoY, e fixou-se nos 1,5 mil milhões de euros, confirmando a tendência de melhoria dos trimestres anteriores (+2,7% YoY no quarto trimestre de 2022, -6,5% YoY durante o terceiro trimestre , -8,5% YoY durante o segundo trimestre e -13,3% YoY durante o primeiro trimestre), graças à estabilização gradual da Unidade de Negócio Doméstica (1,0 mil milhões de euros, -2,8% YoY vs -4,2% YoY durante o quarto trimestre de 2022, -16,2% YoY no terceiro trimestre, -16,3% YoY no segundo trimestre e -18,3% YoY no primeiro trimestre) e a contribuição positiva cada vez mais forte da TIM Brasil (0,5 bilhões de euros, +21,8% YoY).

O EBITDA pós-locação do Grupo foi de 1,2 mil milhões de euros (+0,5% YoY), dos quais 0,9 mil milhões de euros da unidade de negócio Doméstico (-3,5% YoY, evidenciando forte melhoria face aos trimestres anteriores) e 0,3 mil milhões de euros da TIM Brasil (+13,8 % A/A).

Durante o trimestre, também continuaram as ações de contenção de custos para aumentar o nível de eficiência estrutural da TIM Doméstica (‘Plano de Transformação’, meta cumulativa de redução do custo caixa de 1,5 bilhão de euros até 2024 versus a tendência inercial). A 31 de março, a redução dos custos operacionais face à tendência inercial foi de cerca de 0,2 mil milhões de euros, cerca de 26% do objetivo incremental definido para 2023.

A dívida financeira líquida cresceu par 25,8 mil milhões de euros, mais 0,5 mil milhões de euros. A dívida financeira líquida após arrendamento fixou-se em 20,5 mil milhões de euros, mais 0,4 mil milhões de euros de 2022.

A margem de liquidez situava-se acima dos 8,0 mil milhões de euros e cobre os vencimentos da dívida ao longo de 2024. Como suporte da sua posição de liquidez, após dois anos afastado do mercado de capitais, em janeiro, uma obrigação sem garantia no valor de 0,85 milhões de euros foi colocada a taxa fixa, oferecida a investidores institucionais, e em abril foi reaberta por 0,4 mil milhões de euros, a maior emissão de tap no mercado high yield desde outubro de 2021.

Além disso, em maio, o Banco Europeu de Investimento (BEI), coadjuvado com uma garantia de 60% da SACE, confirmou o seu compromisso, acompanhando a TIM no desenvolvimento de infraestruturas de rede de última geração com um empréstimo de 0,36 mil milhões de euros dedicado ao reforço da cobertura 5G em Itália. O empréstimo permitirá ao Grupo TIM ter acesso a um instrumento de dívida em condições mais favoráveis ​​do que as oferecidas pelo mercado bancário e obrigacionista e confirma o caráter estratégico dos investimentos na extensão da cobertura 5G em território nacional até ao final de 2025, detidos pela TIM.

O Equity free cash flow após arrendamento do primeiro trimestre de 2023 foi negativo em 0,4 mil milhões de euros, devido principalmente à absorção do fundo de maneio (equity free cash flow foi negativo em cerca de 0,1 mil milhões de euros).