Economia
Rendimento recorde

Taxa de desemprego recua em 15 estados no segundo trimestre

A maior queda foi observada na Bahia, já que o estado passou de uma taxa de desocupação de 14% no primeiro trimestre para 11,1% no segundo trimestre.

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15 de agosto de 2024
Vinicius Palermo
Taxa de desemprego recua em 15 estados no segundo trimestre
O desemprego entre as mulheres permanecia consideravelmente mais elevado do que entre os homens no País no segundo trimestre de 2024.

A taxa de desemprego recuou em 15 das 27 unidades da federação no segundo trimestre deste ano em relação ao primeiro trimestre. Nos demais locais, a taxa ficou estável. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (Pnad-C), divulgada na quinta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A maior queda foi observada na Bahia (-2,9 pontos percentuais), já que o estado passou de uma taxa de desocupação de 14% no primeiro trimestre para 11,1% no segundo trimestre. Apesar disso, o mercado de trabalho baiano apresenta o segundo maior índice do país, ficando atrás apenas de Pernambuco (11,5%).

A média da taxa de desemprego no país caiu 1 ponto percentual, passando de 7,9% para 6,9% no período, conforme divulgado no fim de julho.

Além da Bahia, outros nove estados tiveram queda acima da média nacional: Piauí (-2,4 pontos percentuais, ao passar de 10% para 7,6%), Amazonas (-1,9 ponto percentual, ao passar de 9,8% para 7,9%), Alagoas (-1,8 ponto percentual, ao passar de 9,9% para 8,1%), Tocantins (-1,7 ponto percentual, ao passar de 6% para 4,3%), Acre (-1,7 ponto percentual, ao passar de 8,9% para 7,2%), Espírito Santo (-1,4 ponto percentual, ao passar de 5,9% para 4,5%), Maranhão (-1,1 ponto percentual, ao passar de 8,4% para 7,3%), Ceará (-1,1 ponto percentual, ao passar de 8,6% para 7,5%) e Pará (-1,1 ponto percentual, ao passar de 8,5% para 7,4%).

Minas Gerais e São Paulo tiveram a mesma queda da média nacional, sendo que o primeiro recuou de 6,3% para 5,3% e o segundo, de 7,4% para 6,4%.

Com quedas menos intensas do que a média nacional, aparecem Goiás (-0,9 ponto percentual, ao passar de 6,1% para 5,2%), Rio de Janeiro (-0,7 ponto percentual, ao passar de 10,3% para 9,6%) e Santa Catarina (-0,6 ponto percentual, ao passar de 3,8% para 3,2%). Este último estado apresentou a taxa mais baixa entre todas as unidades da federação.

Mato Grosso e Rondônia mantiveram-se estáveis e com taxas semelhantes a Santa Catarina (3,3%). Ainda na casa dos 3 pontos, aparece Mato Grosso do Sul, com 3,8%.

Além desses, apresentaram estabilidade na taxa de desocupação, Paraná (4,4%), Rio Grande do Sul (5,9%), Roraima (7,1%), Paraíba (8,6%), Amapá (9%), Sergipe (9,1%), Rio Grande do Norte (9,1%), Distrito Federal (9,7%) e Pernambuco (11,5%).

O desemprego entre as mulheres permanecia consideravelmente mais elevado do que entre os homens no País no segundo trimestre de 2024. A taxa de desemprego foi de 5,6% para os homens no segundo trimestre, ante um resultado de 8,6% para as mulheres. Na média nacional, a taxa de desocupação foi de 6,9% no período.
Por cor ou raça, a taxa de desemprego ficou abaixo da média nacional para os brancos, em 5,5%, muito aquém do resultado para os pretos (8,5%) e pardos (7,8%).
A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto foi de 11,5%, mais que o triplo do resultado para as pessoas com nível superior completo, cuja taxa foi de 3,6%.

O rendimento médio real, habitualmente recebido no trabalho principal, alcançou um recorde de R$ 3.113 no segundo trimestre de 2024. As mulheres trabalhadoras, porém, permanecem recebendo menos de 80% do salário médio dos homens.

Considerando apenas a renda habitual obtida do trabalho principal (e não de todos os trabalhos), o rendimento médio alcançou patamar recorde no segundo trimestre de 2024 tanto para os homens, R$ 3.424, quanto para as mulheres, R$ 2.696. Ou seja, o homem recebe cerca de 27% a mais que a mulher em seu emprego principal.

Além da renda, houve aumento também na proporção de mulheres trabalhando. O nível da ocupação de mulheres cresceu a um recorde de 48,1% no segundo trimestre de 2024. Apesar da melhora, o indicador permanece muito aquém do registrado pelos homens: o nível de ocupação deles ficou em 68,3% no segundo trimestre.

Na média da população total, o nível da ocupação foi de 57,8%. “O nível da ocupação da população vem aumentando, é um movimento que está em curso”, disse Adriana Beringuy.

A taxa de informalidade foi maior no País, no segundo trimestre deste ano, nos Estados do Pará (55,9%), Maranhão (55,7%) e Piauí (54,6%). Por outro lado, as Unidades da Federação com as taxas de informalidade mais baixas foram Santa Catarina (27,1%), Distrito Federal (29,8%) e São Paulo (31,2%).

No segundo trimestre, a taxa de informalidade dos brancos (33,3%) era menor que a de pretos (41,5%) e pardos (43,2%). Quanto ao sexo, a informalidade era maior entre homens (40,0%) do que entre mulheres (36,8%). No total do Brasil, a taxa de informalidade foi de 38,6% no segundo trimestre deste ano.

No segundo trimestre de 2024, o Brasil tinha 1,688 milhão de pessoas em situação de desemprego de mais longo prazo, ou seja, em busca de um trabalho há pelo menos dois anos. Se considerados todos os que procuram emprego há pelo menos um ano, esse contingente em situação de desemprego de longa duração sobe a 2,495 milhões.

Apesar do contingente ainda elevado, o total de pessoas que tentavam uma oportunidade de trabalho há dois anos ou mais encolheu 17,3% em relação ao segundo trimestre de 2023. Houve redução de mais de 10% no número de desempregados por todas as faixas de tempo de procura.

“Como cai a população desocupada como um todo, há uma redução no número de pessoas que está procurando trabalho nas diversas faixas por tempo de procura”, apontou Beringuy.

Outras 807 mil pessoas buscavam emprego há pelo menos um ano e a menos de dois anos, 15,2% menos indivíduos nessa situação ante o segundo trimestre de 2023.

No segundo trimestre de 2024, 3,605 milhões de brasileiros procuravam trabalho há mais de um mês, mas menos de um ano, 11,0% menos desempregados nessa situação do que no mesmo período do ano anterior, e 1,441 milhão tentavam uma vaga há menos de um mês, um recuo de 10,2% nessa categoria de desemprego do que no segundo trimestre de 2023.