Economia
Informalidade recua

Taxa de desemprego fica em 7,9%, menor em dez anos

A taxa é a mais baixa da série histórica do primeiro trimestre em 10 anos – até então, o menor índice tinha sido registrado no primeiro trimestre de 2014, com 7,2%.

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18 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Taxa de desemprego fica em 7,9%, menor em dez anos
Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a taxa de desocupação caiu em 21 estados e no DF.

A taxa de desemprego do país no primeiro trimestre de 2024 foi de 7,9%, uma queda de 0,9 ponto percentual na comparação com o mesmo trimestre de 2023 (8,8%), segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada na sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a mais baixa da série histórica do primeiro trimestre em 10 anos – até então, o menor índice tinha sido registrado no primeiro trimestre de 2014, com 7,2%.

Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a taxa de desocupação caiu em 21 estados e no DF. As unidades da federação que registraram menor nível de desocupados foram: Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Goiás e DF.

O crescimento na desocupação foi registrado em quatro estados: Rondônia (3,2% a 3,7%), Roraima (6,8% a 7,6%), Rio Grande do Sul (de 5,4% a 5,8%) e Mato Grosso do Sul (4,8% a 5%). Em Santa Catarina, a taxa se manteve estável em 3,8%.

No primeiro trimestre de 2024, o País tinha 1,916 milhão de pessoas em situação de desemprego de mais longo prazo, ou seja, em busca de um trabalho há pelo menos dois anos. Se considerados todos os que procuram emprego há pelo menos um ano, esse contingente em situação de desemprego de longa duração sobe a 2,883 milhões.

Apesar do contingente ainda elevado, o total de pessoas que tentavam uma oportunidade de trabalho há dois anos ou mais encolheu 14,5% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

“Há tendência de redução dessa população desocupada. Todas as categorias de tempo de procura apontam tendência de redução, até porque a população desocupada como um todo, na comparação anual, se reduziu”, apontou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Outras 967 mil pessoas buscavam emprego há pelo menos um ano, porém menos de dois anos, 1,2% menos indivíduos nessa situação ante o primeiro trimestre de 2023.

No primeiro trimestre de 2024, 3,967 milhões de brasileiros procuravam trabalho há mais de um mês, mas menos de um ano, 6,5% menos desempregados nessa situação do que no mesmo período do ano anterior, e 1,773 milhão tentavam uma vaga há menos de um mês, um recuo de 10,0% nessa categoria de desemprego do que no primeiro trimestre de 2023.

A taxa de desemprego aumentou de forma estatisticamente significativa em oito das 27 Unidades da Federação (UFs) na passagem do quarto trimestre de 2023 para o primeiro trimestre de 2024.

O resultado é influenciado por movimentos sazonais, uma vez que os primeiros trimestres de cada ano são caracterizados por aumento na procura por emprego, justificou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, em nota oficial.

A taxa de desocupação manteve-se estatisticamente estável ou seja, com variações dentro da margem de erro da pesquisa – em outras 18 Unidades da Federação. Houve queda significativa apenas no Amapá, onde passou de 14,2% no quarto trimestre de 2023 para 10,9% no primeiro trimestre de 2024.

Em São Paulo, a taxa de desemprego passou de 6,9% para 7,4% no período. No primeiro trimestre de 2024, as maiores taxas de desocupação foram as da Bahia (14,0%), Pernambuco (12,4%) e Amapá (10,9%), enquanto as menores ocorreram em Rondônia (3,7%), Mato Grosso (3,7%) e Santa Catarina (3,8%).

Na comparação anual, em relação ao primeiro trimestre de 2023, nenhuma Unidade da Federação registrou aumento significativo na taxa de desemprego. Além disso, nove locais registraram queda significativa na taxa de desemprego, o que corroboraria um padrão sazonal de alta no desemprego ante o quarto trimestre, mas ainda com indicadores melhores ante o mesmo período do ano anterior.
“Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, um grupo maior de Unidades da Federação teve redução estatisticamente significativa”, frisou Beringuy.

A informalidade mostrou tendência de redução no mercado de trabalho no País no primeiro trimestre. No total do Brasil, a taxa de informalidade desceu de 39,1% no quarto trimestre de 2023 para 38,9% no primeiro trimestre deste ano. Todas as cinco grandes regiões registraram diminuição na informalidade no período.

Entre as Unidades da Federação, as maiores taxas de informalidade ocorreram no Maranhão (57,5%), Pará (56,7%) e Piauí (54,9%), enquanto as menores foram registradas em Santa Catarina (27,4%), Distrito Federal (30,7%) e São Paulo (31,0%).

No primeiro trimestre, a taxa de informalidade dos brancos (33,6%) era menor que a de pretos (41,0%) e pardos (43,5%). Quanto ao sexo, a informalidade era maior entre homens (40,3%) do que entre mulheres (37,0%).

“A taxa de informalidade diminui conforme aumenta o nível de instrução”, apontou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

No primeiro trimestre, a taxa de informalidade era de 19,1% entre trabalhadores com ensino superior completo. No grupo de trabalhadores sem instrução, essa proporção de informais alcançava 70,9%.

Também de acordo com o IBGE, no primeiro trimestre de 2024, a taxa composta de subutilização da força de trabalho foi mais elevada nos Estados do Piauí (37,1%), Bahia (32,1%) e Alagoas (29,4%).

Os menores resultados ocorreram em Santa Catarina (6,9%), Rondônia (8,0%) e Mato Grosso (10,3%). Na média nacional, a taxa de subutilização foi de 17,9% no primeiro trimestre de 2024.

O desemprego entre as mulheres permanecia consideravelmente mais elevado do que entre os homens no País no primeiro trimestre de 2024. A taxa de desemprego foi de 6,5% para os homens no primeiro trimestre, ante um resultado de 9,8% para as mulheres.

Por cor ou raça, a taxa de desemprego ficou abaixo da média nacional para os brancos, em 6,2%, muito aquém do resultado para os pretos (9,7%) e pardos (9,1%).

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto foi de 13,9%, mais que o triplo do resultado para as pessoas com nível superior completo, cuja taxa foi de 4,1%.