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Taxa de desemprego fica em 7,5%, a menor para o trimestre desde 2014

O índice é considerado estável em relação ao trimestre móvel terminado em janeiro de 2024 (7,6%) e 1 ponto percentual (p.p) abaixo do apurado no mesmo período de 2023 (8,5%).

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30 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Taxa de desemprego fica em 7,5%, a menor para o trimestre desde 2014
A Pnad apura todas as formas de ocupação de pessoas a partir de 14 anos de idade, seja emprego com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo

A taxa de desemprego no trimestre encerrado em abril ficou em 7,5%, o menor para o período desde 2014. O índice é considerado estável em relação ao trimestre móvel terminado em janeiro de 2024 (7,6%) e 1 ponto percentual (p.p) abaixo do apurado no mesmo período de 2023 (8,5%).

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada na quarta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Pnad apura todas as formas de ocupação de pessoas a partir de 14 anos de idade, seja emprego com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo.

No trimestre terminado em abril, faltou trabalho para 20,129 milhões de pessoas no País. A taxa composta de subutilização da força de trabalho passou de 17,6% no trimestre até janeiro para 17,4% no trimestre até abril.

O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até abril de 2023, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 18,4%.

A população subutilizada caiu 0,8% ante o trimestre até janeiro, 172 mil pessoas a menos. Em relação ao trimestre até abril de 2023, houve um recuo de 4,0%, menos 843 mil pessoas.

A taxa de desocupação de 7,5% registrada no trimestre terminado em abril de 2024 foi o menor resultado para esse período do ano desde 2014, quando ficou em 7,2%. O resultado representou o menor patamar de desemprego desde o trimestre móvel terminado em dezembro de 2023, quando a taxa foi de 7,4%.
No trimestre encerrado em março de 2024, a taxa foi de 7,9%. No trimestre terminado em abril de 2023, a taxa estava em 8,5%.

O País registrou uma abertura de 211 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até abril de 2024 em relação ao trimestre encerrado em janeiro, um aumento de 0,2% na ocupação. A população ocupada totalizou 100,804 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril. Em um ano, mais 2,773 milhões de pessoas encontraram uma ocupação.

A população desocupada recuou em 78 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,213 milhões de desempregados no trimestre até abril. Em um ano, 882 mil pessoas deixaram o desemprego.

A população inativa somou 66,822 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril, 232 mil a mais que no trimestre anterior. Em um ano, esse contingente recuou em 405 mil pessoas.

O nível da ocupação – porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar – ficou em 57,3% no trimestre até abril, ante 57,3% no trimestre até janeiro. No trimestre terminado em abril de 2023, o nível da ocupação era de 56,2%.

O País teve taxa de informalidade de 38,7% no mercado de trabalho no trimestre até abril de 2024. Havia 39,035 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período.

Em um trimestre, 182 mil pessoas deixaram de atuar como trabalhadores informais. O total de vagas no mercado de trabalho como um todo no período cresceu em 211 mil postos de trabalho. Ou seja, o avanço no emprego formal mais do que compensou o recuo no trabalho informal, sustentando o saldo final positivo, confirmou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

Em um trimestre, na informalidade, houve aumento de 95 mil empregos sem carteira assinada no setor privado. Porém, o mercado registrou enxugamento de 135 mil trabalhadores domésticos sem carteira assinada, de 2 mil empregadores sem CNPJ, de 99 mil pessoas no trabalho por conta própria sem CNPJ e de 41 mil pessoas atuando no trabalho familiar auxiliar.

A população ocupada atuando na informalidade encolheu 0,5% em um trimestre. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais cresceu em 946 mil pessoas, alta de 2,5%.

A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 23,046 bilhões no período de um ano, para o nível recorde de R$ 313,137 bilhões, uma alta de 7,9% no trimestre encerrado em abril de 2024 ante o trimestre terminado em abril de 2023.

Na comparação com o trimestre terminado em janeiro de 2024, a massa de renda real subiu 1,1% no trimestre terminado em abril, R$ 3,296 bilhões a mais.

O resultado foi impulsionado tanto pelo crescimento no número de trabalhadores ocupados quanto pelo aumento no rendimento pago a quem estava trabalhando.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 0,8% na comparação com o trimestre até janeiro, R$ 25 a mais, para R$ 3.151.

Em relação ao trimestre encerrado em abril de 2023, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 4,7%, R$ 143 a mais.

A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 2,4% no trimestre terminado em abril ante o trimestre encerrado em janeiro. Já na comparação com o trimestre terminado em abril de 2023, houve elevação de 9,0% na renda média nominal.

Segundo Adriana Beringuy, a renda do trabalhador cresceu puxada pela expansão do emprego formal, que tem remuneração mais elevada que ocupações informais.

O trimestre encerrado em abril mostrou uma geração de 239 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em janeiro. Em um ano, 1,382 milhão de vagas com carteira assinada foram criadas no setor privado. O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado alcançou um recorde de 38,188 milhões no trimestre até abril.

A população trabalhando sem carteira assinada no setor privado totalizou um ápice de 13,538 milhões, 95 mil a mais que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até abril de 2023, foram abertas 813 mil vagas sem carteira no setor privado.

O trabalho por conta própria encolheu em 102 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,450 milhões. O resultado significa 229 mil pessoas a mais atuando nessa condição em relação a um ano antes.

O número de empregadores diminuiu em 49 mil em um trimestre. Em relação a abril de 2023, o total de empregadores é maior em 41 mil pessoas.

O País teve uma redução de 77 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,868 milhões de pessoas. Esse contingente é 174 mil pessoas maior que no ano anterior.

O setor público teve 147 mil ocupados a mais no trimestre terminado em abril ante o trimestre encerrado em janeiro. Na comparação com o trimestre até abril de 2023, foram abertas 315 mil vagas.

O Brasil registrou 3,455 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em abril. O resultado significa 117 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em janeiro, um recuo de 3,3%. Em um ano, 314 mil pessoas deixaram a situação de desalento, queda de 8,3%.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.