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Spinelli diz que Petrobras tem governança muito sólida

A declaração ocorre quatro dias depois que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, cobrou da empresa uma redução mais significativa dos preços dos combustíveis.

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21 de novembro de 2023
Vinicius Palermo
Spinelli diz que Petrobras tem governança muito sólida
O diretor de Governança e Conformidade da Petrobras, Mário Spinelli

O diretor de Governança e Conformidade da Petrobras, Mário Spinelli, defendeu na terça-feira, 21, a governança da estatal, afirmando que existem regras que pautam todo o processo decisório da companhia. A declaração ocorre quatro dias depois que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, cobrou da empresa uma redução mais significativa dos preços dos combustíveis.

Após evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro, Spinelli disse a jornalistas que a governança da Petrobras está cada vez mais fortalecida.

“A governança continua fortalecida e a gente vai cumprir o nosso papel, quer dizer, a gente tem regras de governança que pautam todo o processo decisório. Nosso ponto de vista é o fortalecimento da governança da Petrobras, que é muito sólida”, disse Spinelli.

Depois que Silveira cobrou a Petrobras, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, explicou em uma rede social o roteiro para que o governo reduza os preços dos combustíveis, se assim desejar, explicando que terá que ressarcir a companhia pelas perdas, conforme determina a Lei das Estatais, de 2016.

Prates se reuniu na terça, em Brasília, com o presidente Lula e ministros, entre eles Silveira, que além da cobrança em relação aos combustíveis teve outros embates com o executivo, por mais poder na estatal.

Nos últimos dias, a disputa entre os dois ex-senadores se acirrou por dois fatores: a reta final da finalização do Plano Estratégico da companhia para o período 2024-2028, que será avaliado na quinta-feira, 23, e a indicação pela União de nomes para compor o Conselho de Administração da companhia a partir do ano que vem, cuja lista está em vias de ser solicitada pela Petrobras.

O diretor executivo de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Romeo Schlosser, e comitiva visitaram o Porto de Rotterdam, na Holanda, para oportunidades de negócio. Além disso, puderam conhecer instalações de amônia e projetos para captura de dióxido de carbono (CO2) e a construção da maior usina de hidrogênio renovável do continente.

“A agenda foi muito importante para conhecermos as atividades do Porto de Rotterdam, o maior da Europa, e trocarmos experiências entre os países. Porém, não apenas em logística, como também em soluções sustentáveis que visam uma transição energética, com tecnologia e inovação”, explicou o diretor Schlosser.

O Porto tem um projeto chamado Porthos, em conjunto com a Gasunie (operadora de rede de energia) e a EBN (provedor de internet), para recolher dióxido de carbono das indústrias na zona portuária e Roterdã e transportá-lo para locais de armazenamento no Mar Norte. Porthos é atualmente o centro de CCUS, captura de dióxido de carbono (CO2), mais avançado da Europa.

Outro projeto que a missão técnica conheceu, foi a fábrica Holland Hydrogênio 1, da Shell, ainda em construção, as instalações abrigarão a primeira grande central de hidrogênio renovável do continente europeu. Quando estiver em atividade terá capacidade para 200 megawatts, com produção de até 60.000 quilos de hidrogênio renovável, por dia, alimentado por energia eólica offshore do Mar Norte. A previsão é que a indústria fique pronta até a segunda metade desta década.

Porto de Rotterdam é o maior porto marítimo da Europa e o 11º maior do mundo, existe desde o século XIV. Todos os anos, cerca de 300 milhões de toneladas de mercadorias são transportadas pelo Porto.  O volume de negócios da Autoridade Portuária é de aproximadamente 825 milhões de euros.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU estão no centro das atividades. Tem a previsão de acelerar a sustentabilidade no Porto para uma redução de carbono de -49% até 2030 em relação ao nível de 1990, para ter operações em carbono neutro em 2050.

A missão técnica percorreu Noruega, Dinamarca e Holanda.  As agendas envolveram visitas a empresas locais parceiras e fornecedoras e foram acompanhadas pelos embaixadores brasileiros nos três países.