Economia
Dívida avança

Setor público teve déficit primário de R$ 21,3 bilhões

O resultado fiscal negativo em 12 meses até julho é composto por um déficit de R$ 268,986 bilhões do Governo Central (2,39% do PIB)

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30 de agosto de 2024
Vinicius Palermo
Setor público teve déficit primário de R$ 21,3 bilhões
Setor público teve déficit primário de R$ 21,3 bilhões

O setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 21,348 bilhões em julho, após déficit de R$ 40,873 bilhões em junho, informou o Banco Central na sexta-feira, 30.

O resultado negativo foi maior que o piso das expectativas, de saldo negativo em R$ 13,80 bilhões, com mediana de déficit primário de R$ 6,70 bilhões e teto com superávit de R$ 6,10 bilhões.

O resultado primário reflete a diferença entre as receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública. O déficit de julho foi o maior para o mês desde julho de 2023, quando houve um rombo de R$ 35,809 bilhões.

Devido à greve de servidores, o Tesouro Nacional ainda não divulgou o resultado primário do governo central de julho, que usualmente é publicado antes das estatísticas fiscais do setor público. Os números só devem ser conhecidos na semana que vem.

O resultado do setor público foi composto por um déficit primário de R$ 8,618 bilhões do governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS); déficit primário de R$ 11,038 bilhões nos Estados e municípios; e déficit de R$ 1,692 bilhão das empresas estatais. Isoladamente, os Estados tiveram déficit de R$ 6,303 bilhões e os municípios, déficit de R$ 4,735 bilhões.

As contas do setor público consolidado acumularam um déficit primário de R$ 64,797 bilhões de janeiro a julho de 2024, o equivalente a 0,98% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central. Em 2023, o resultado do período foi negativo em R$ 56,179 bilhões.

O déficit fiscal no ano até julho é composto por um saldo negativo de R$ 79,258 bilhões nas contas do governo central (1,20% do PIB), superávit de R$ 22,142 bilhões nos Estados e municípios (0,34% do PIB) e déficit de R$ 7,681 bilhões nas empresas estatais (0,12% do PIB).

Isoladamente, os Estados têm superávit de R$ 29,434 bilhões no acumulado do ano e os municípios, saldo negativo de R$ 7,291 bilhões.

O setor público consolidado teve déficit nominal de R$ 101,472 bilhões em julho. Em junho, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 135,724 bilhões. Em julho de 2023, o saldo foi negativo em R$ 81,914 bilhões.

No ano, até julho, o déficit nominal do setor público é de R$ 599,697 bilhões, ou 9,10% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 12 meses, o rombo chega a R$ 1,127 trilhão, ou 10,02 % do PIB. O déficit nominal acumulado em 2023 foi de R$ 967,417 bilhões – 8,91% do PIB.

O resultado nominal representa a diferença entre receitas e despesas do setor público, contando o pagamento dos juros da dívida pública.

Em julho, o governo central teve déficit nominal de R$ 81,369 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 18,099 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram déficit nominal de R$ 2,004 bilhões.

O setor público consolidado teve um resultado negativo de R$ 80,124 bilhões com juros em julho, após gasto de R$ 94,851 bilhões com a rubrica em junho, informou o Banco Central nesta sexta-feira, 30.
O governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e BC) teve despesas de R$ 72,751 bilhões na conta de juros. Os governos regionais registraram gastos de R$ 7,061 bilhões e as empresas estatais, despesas de R$ 312 milhões.

No ano até julho, a despesa acumulada do setor público com juros foi de R$ 534,90 bilhões, ou 8,12% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 12 meses, o saldo é negativo R$ 869,767 bilhões, o que representa 7,73% do PIB no período.

O setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) tem déficit primário de R$ 257,742 bilhões no acumulado de 12 meses até julho, o equivalente a 2,29% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central. Até junho, o déficit acumulado era de R$ 272,203 bilhões (2,44% do PIB).

O resultado fiscal negativo em 12 meses até julho é composto por um déficit de R$ 268,986 bilhões do Governo Central (2,39% do PIB), saldo positivo de R$ 34,753 bilhões nos Estados (0,31% do PIB), rombo de R$ 15,987 bilhões nos municípios (0,14% do PIB) e resultado negativo de R$ 7,522 bilhões nas empresas estatais (0,07% do PIB).

A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 77,80% em junho para 78,50% em julho. Em dezembro de 2023, ela estava em 74,42%.

Em reais, a dívida pública cresceu de R$ 8,691 trilhões em junho para R$ 8,826 trilhões em julho. No fim do ano passado, ela era de R$ 8,079 trilhões.

O pico da série da dívida bruta foi alcançado em dezembro de 2020 (87,6%), em virtude das medidas fiscais adotadas no início da pandemia de covid-19. No melhor momento, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.

A DBGG – que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais – é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) – que leva em conta as reservas internacionais do Brasil – caiu de 62,2% do PIB em junho para 61,9% do PIB nesta leitura.  Em reais, atingiu R$ 6,962 trilhões.