Economia
Reclassificação de ativos

Prejuízo da EDP chega a R$ 222,7 milhões no 2º trimestre

No acumulado do ano até junho, o lucro da empresa alcançou R$ 264 milhões, redução de 70,8% na mesma base de comparação.

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27 de julho de 2023
Vinicius Palermo
Prejuízo da EDP chega a R$ 222,7 milhões no 2º trimestre
A receita líquida da EDP no período somou R$ 3,562 bilhões, diminuição de 1,5% em comparação com o segundo trimestre de 2022.

A EDP reportou prejuízo líquido de R$ 222,7 milhões no segundo trimestre de 2023, revertendo lucro de R$ 381,1 milhões no mesmo período do ano passado. No acumulado do ano até junho, o lucro da empresa alcançou R$ 264 milhões, redução de 70,8% na mesma base de comparação.

Segundo a companhia, o resultado foi impactado pela reclassificação de todos os ativos e passivos de Pecém como ativo não circulante mantido para venda. Essa reclassificação teve um valor total de R$ 577,2 milhões.

A receita líquida do período somou R$ 3,562 bilhões, diminuição de 1,5% em comparação com o segundo trimestre de 2022. Já no semestre a receita somou R$ 7,307 bilhões, queda de 0,2%.

O Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, da sigla em inglês) alcançou R$ 1,03 bilhão, montante 8,4% menor do que o observado um ano antes. De janeiro a junho o Ebitda da EDP alcançou R$2,391 bilhões, diminuição de 2,2%.

No período, o endividamento bruto ficou em R$ 12,4 bilhões, desconsiderando as dívidas dos ativos não consolidados, que representam R$ 1,2 bilhão. O custo médio foi de 13,55% ao ano, alta de 0,71 ponto porcentual (p.p.) em comparação aos 12,84% registrados em igual intervalo de 2022.

A dívida líquida ao final do período ficou em R$ 10,147 bilhões, praticamente estável em comparação com o primeiro semestre do ano passado. A alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda dos ativos consolidados foi de 1,9 vez.

A EDP Renováveis, um dos principais produtores mundiais de energia eólica e solar, vai instalar o seu primeiro projeto autónomo de Sistemas de Armazenamento de Energia em Bateria (BESS) na Europa, com sede no Reino Unido. Este marco representa um movimento estratégico na otimização de recursos e melhoria da eficiência energética.

O projeto contribuirá com aproximadamente 50 MW de capacidade para a rede elétrica e fornecerá 2 horas de capacidade de armazenamento. O ativo desempenhará um papel crucial no gerenciamento da rede, oferecendo flexibilidade e apoiando a estratégia do governo para energia renovável no Reino Unido.

Este primeiro sistema de armazenamento desenvolvido pela EDPR ficará localizado em Kent, Inglaterra, e foi adquirido à Tupa Energy, uma empresa britânica especializada em armazenamento de baterias à escala de utilidade pública, bem como outras tecnologias (como a solar). Este projeto está previsto para entrar em operação até o final de 2024.

“A integração de sistemas de armazenamento desempenhará um papel crucial no mix de energia renovável do futuro, pois contribuirá para enfrentar o desafio da intermitência. Ao mitigar o impacto de fatores externos que podem afetar a disponibilidade, estes sistemas são fundamentais para superar uma das principais limitações enfrentadas pelas renováveis ​​em toda a Europa, sem produzir emissões”, afirma Miguel Stilwell d’Andrade, CEO da EDP e da EDPR.

A EDPR atribui uma elevada prioridade ao armazenamento de energia como parte da sua estratégia de longo prazo. A empresa prevê um crescimento significativo nessa tecnologia, principalmente por meio de várias iniciativas planejadas no Reino Unido.

O Reino Unido se destaca como o mercado mais avançado da Europa para o desenvolvimento de ativos de armazenamento de baterias, alavancando uma estrutura regulatória abrangente. Isso inclui um mercado de capacidade que fornece um piso fixo com prazo de 15 anos. Atualmente, o país já possui 2,2 GW de projetos de baterias conectados à rede, com mais 2 GW em construção.

A EDP Renováveis ​​continua empenhada em promover a eficiência energética à escala global. Em seu Plano de Negócios atualizado para 2023-2026, a empresa pretende atingir uma capacidade de armazenamento superior a 500 MW, principalmente por meio de ativos co-localizados, com uma parcela menor composta por ativos autônomos, como o projeto adquirido recentemente.

A EDPR também tem cerca de 200 MW de capacidade de armazenamento contratada na América do Norte e mais de 4 MW em construção na região da Ásia-Pacífico.