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Desaceleração

PIB dos Estados Unidos cresce 2,1% no 2º trimestre

O resultado confirmou a estimativa anterior, mas ficou abaixo da projeção de analistas consultados pela FactSet, de alta de 2,3%.

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28 de setembro de 2023
Vinicius Palermo
PIB dos Estados Unidos cresce 2,1% no 2º trimestre
Austan Goolsbee, Professor da Universidade de Chicago

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu ao ritmo anualizado de 2,1% no segundo trimestre de 2023, de acordo com a terceira e última estimativa divulgada na quinta-feira, 28, pelo Departamento de Comércio do país. O resultado confirmou a estimativa anterior, mas ficou abaixo da projeção de analistas consultados pela FactSet, de alta de 2,3%.

A leitura final mostra leve desaceleração da economia americana em relação ao primeiro trimestre de 2023, quando o PIB dos EUA teve expansão anualizada de 2,2%, de acordo com dado revisado.
O Departamento do Comércio informou também que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu à taxa anualizada de 2,5% no segundo trimestre, perdendo força depois de avançar 4,2% no primeiro trimestre.

Já o núcleo do PCE, que desconsidera preços de alimentos e energia, aumentou 3,7% entre abril e junho, após alta de 5% no trimestre anterior.

Os números do PCE do segundo trimestre confirmaram as estimativas anteriores, enquanto os do primeiro trimestre foram ligeiramente revisados para cima, em 0,1 ponto porcentual. O PCE é a medida de inflação preferida do Federal Reserve, ou Fed, como é conhecido o banco central dos EUA.

O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou que está “confortável” em se concentrar mais em por quanto tempo os juros seguirão no nível atual, em vez de focar no nível exato deles. Ao mesmo tempo, ele não descartou que, caso o quadro requeira e não ocorra progresso nos preços, possa haver um ajuste na política.

Goolsbee, que tem direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, tratou do tema durante sessão de perguntas e respostas, após discurso em Washington, no Peterson Institute for International Economics.

O dirigente disse que ainda não decidiu sobre o que fará na próxima decisão de política monetária, em 1º de novembro. O presidente do Fed de Chicago defendeu a importância de se atingir a meta combinada, em 2%.

Depois de cumprida essa missão, porém, argumentou que seria necessário debater o tema dentro do Fed. Goolsbee considerou que as metas de inflação “dão um falso senso de precisão”, em uma “variável que tem ruídos”.

Ele também foi questionado sobre a greve em andamento em montadoras nos EUA. Segundo ele, o Fed monitora o tema e a questão é saber se uma paralisação estendida poderia afetar o Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano.

Sobre o avanço crescente dos juros dos Treasuries, ele disse que “ainda tenta processar” o motivo pelo qual os juros de mais longo prazo estão avançando.

Os novos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos avançaram 2 mil, na semana encerrada no dia 23 de setembro, a 204 mil. Analistas ouvidos pela FactSet previam 215 mil. O dado da semana anterior foi revisado, de 201 mil antes informado a 202 mil.

Já os pedidos de auxílio-desemprego continuados tiveram alta de 12 mil, a 1,670 milhão. Na semana anterior, neste caso houve revisão de 1,662 milhão a 1,658 milhão.

Já as vendas pendentes de imóveis nos Estados Unidos caíram 7,1% em agosto ante julho, a 71,8 no indicador da Associação Nacional de Corretoras (NAR, na sigla em inglês) do país. O movimento foi maior do que as expectativas de analistas ouvidos pela FactSet, que esperavam queda de 0,2% no período.
Segundo o economista-chefe da NAR, Lawrence Yun, as taxas de hipoteca acima de 7% nos EUA desmotivam a compra de casas e vêm prejudicando o setor imobiliário.

“Está claro que o aumento do inventário habitacional e melhores taxas de juros são essenciais para reanimar o mercado imobiliário”, disse.