Economia
Curitiba

Petrobras vai fornecer diesel R para operações industriais da Volvo

A Volvo será a primeira montadora a empregar, exclusivamente, o diesel R nas operações de seu complexo industrial de Curitiba (PR).

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24 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
Petrobras vai fornecer diesel R para operações industriais da Volvo
A Petrobras fechou com a Volvo contrato para o fornecimento de diesel R5

A Petrobras fechou com a Volvo contrato para o fornecimento de diesel R5, com 5% de conteúdo renovável, informou a estatal na quinta-feira, 24. A Volvo será a primeira montadora a empregar, exclusivamente, o diesel R nas operações de seu complexo industrial de Curitiba (PR), onde produz caminhões e chassis de ônibus.

“A Petrobras foi a primeira empresa no Brasil a desenvolver tecnologia própria de coprocessamento de matéria-prima renovável no refino, além de projetar e implantar em nossas unidades o diesel com conteúdo renovável. Temos a satisfação de iniciarmos essa parceria comercial com a Volvo, uma empresa reconhecida internacionalmente pela preocupação ambiental”, disse em nota o diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Claudio Schlosser.

O combustível a ser utilizado na fábrica da Volvo é produzido pela Petrobras na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, a partir do coprocessamento de derivados de petróleo (parcela mineral), com matérias-primas renováveis, como óleo de soja.

“Esse novo combustível é uma alternativa sustentável no ciclo diesel, pois a redução das emissões associada à parcela renovável é de, ao menos, 60%, em comparação com o diesel mineral, podendo ser até maior, a depender da matéria-prima utilizada”, informou a estatal.

Até o fim do ano, a Petrobras terá capacidade de produzir e ofertar o diesel R também na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, como antecipou este mês o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal, Maurício Tolmasquim.

A empresa pretende conseguir um mandato para que o diesel R possa ser aprovado na mistura obrigatória no diesel, hoje em 12% e atendida integralmente pelo biodiesel e deve chegar a 15% em 2026.

De acordo com o diretor de Estratégia de Produto Caminhões da Volvo, Alan Holzmann, cálculos mostram que a adoção do diesel R, na configuração R5, no complexo industrial da Volvo em Curitiba trará uma significativa redução nas emissões industriais.

“Uma grande vantagem é que o novo combustível pode ser usado diretamente ou até ser misturado ao diesel convencional em diferentes proporções, sem a necessidade de adaptações nos motores. Também não é necessário alterar nada na cadeia logística de distribuição ou nos processos de armazenamento”, disse o executivo,

Ainda em 2023, na Repar, a capacidade de produção do diesel R5 será ampliada, passando dos atuais 5 milhões de litros por dia para até 12,3 milhões de litros por dia.

Em relação ao novo projeto de plataforma do tipo FPSO para os campos de Barracuda e Caratinga, a Petrobras esclareceu que a unidade é uma das seis já previstas dentro do Programa de Renovação da Bacia de Campos. Os dois primeiros FPSOs – Anita Garibaldi e Anna Nery – começaram a produção de óleo em 2023. 

Dentro da governança da Petrobras, em fases de evolução de maturidade do projeto, foi definido em setembro de 2022 pela de contratação de um FPSO afretado, e a partir dessa definição foram estabelecidas as bases para a estratégia da contratação.

Cumpre esclarecer os campos de Barracuda e Caratinga fazem parte da chamada Rodada Zero da ANP, onde não há exigência legal de conteúdo local. A Petrobras cumpre as exigências de conteúdo local, bem como todas as normativas pertinentes, estabelecidas pela ANP nos contratos de Concessão e Partilha de Produção para a contratação de todas as suas unidades de produção.

É importante destacar que o cancelamento do processo licitatório teria consequência direta de atraso do projeto, com prejuízo para a Petrobras e para o Brasil, com o respectivo diferimento ou perda de rendas oriundas de tributos e royalties. Adicionalmente, inviabilizaria o atendimento dos compromissos assumidos com a ANP em termos extensão da concessão.

A Petrobras entende ainda que há um desafio expressivo já posto para a indústria nacional. A demanda de fabricação de módulos de FPSO previstos na carteira de projetos da companhia, para entrada em operação até 2028, supera a demanda histórica da indústria naval, considerando o atendimento ao conteúdo local previsto nos contratos de concessão, partilha e cessão onerosa.

Para além disso, a empresa identifica um valor na disponibilidade de uma cadeia local de fornecedores de bens e serviços, incluindo manutenção e descomissionamento, aptos a atender à demanda da empresa com preços competitivos, inclusive assegurando maior resiliência no cumprimento de seu Planejamento Estratégico num cenário de rearranjo geográfico de cadeias produtivas globais. 

Portanto, a Petrobras reconhece a necessidade de apoio à indústria local para atendimento a essa carteira e a empresa está em diálogo constante com governo, entidades de classe e fornecedores, através de grupos de trabalho que foram criados em 2023.

Através desses grupos, estão sendo elaboradas de forma conjunta, medidas necessárias para que a indústria nacional possa gerar emprego e renda para o país e possa atender aos prazos requeridos pelos projetos da Petrobras.