Economia
Biocombustível

Petrobras e Embrapa assinam cooperação para produtos de baixo carbono e fertilizantes

Essa parceria envolve o desenvolvimento, pela estatal, de soluções tecnológicas e a implantação de unidades industriais

Compartilhe:
06 de setembro de 2024
Vinicius Palermo
Petrobras e Embrapa assinam cooperação para produtos de baixo carbono e fertilizantes
. A contrapartida da Embrapa vai ser um protocolo de culturas agrícolas de baixo carbono, como na soja.

A Petrobras e a Embrapa assinaram na sexta-feira, 6, um termo de cooperação para o desenvolvimento de estudos técnicos em matérias-primas renováveis para obtenção de produtos de baixo carbono. Isso inclui biocombustíveis, química verde e fertilizantes.

Essa parceria, informou a Petrobras, envolve o desenvolvimento, pela estatal, de soluções tecnológicas e a implantação de unidades industriais para produção de biocombustíveis e bioprodutos, tais como biometano, biogás e fertilizantes. A contrapartida da Embrapa vai ser um protocolo de culturas agrícolas de baixo carbono, como na soja.

O acordo também inclui o desenvolvimento de culturas alternativas à soja, culturas de entressafra e consorciadas, como o milho safrinha e a carinata, que a Petrobras definiu em nota como “opções para agroenergia em diferentes biomas e sistemas de produção do País”.

“A diversificação e o acesso a matérias-primas com sustentabilidade, qualidade e custo adequados são fundamentais para o sucesso de biocombustíveis. Além disso, a companhia tem interesse em ofertar produtos fertilizantes para aumentar a disponibilidade no mercado nacional”, disse em nota a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

Com relação a fertilizantes, o objetivo é fomentar o desenvolvimento de novos produtos e inseri-los no agronegócio, e sobretudo produtos com base em ureia de maior valor agregado, fertilizantes mistos, adubos com granulometria diferenciada e novos insumos sustentáveis.

“Essas iniciativas visam pavimentar a retomada do negócio pela Petrobras e preparar a empresa para um futuro de descarbonização”, disse a empresa em nota.

O investimento em fertilizantes voltou a fazer parte do portfólio da Petrobras no Plano Estratégico (PE) 2024-2028.

A empresa anunciou, em agosto, a retomada das atividades da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A. (ANSA), em Araucária (PR), e com isso dá início à sua operação para produção de ureia, ARLA 32 (agente redutor líquido automotivo) e Amônia em território nacional no primeiro semestre de 2025.

A Petrobras informou também que recebeu na quinta-feira, 5, o prêmio de “Refinaria do Ano de 2024” para a Refinaria de Paulínia (Replan), em São Paulo, por suas iniciativas em inovação, modernização, segurança e sustentabilidade. A Replan é a maior unidade de refino da Petrobras, com cerca de 30% do mercado.

A premiação é concedida pela World Refining Association, entidade de relevância mundial que reúne as grandes empresas do setor. A cerimônia foi realizada em Cartagena, na Colômbia, durante a Conferência Latino-Americana de Refino (LARTC, na sigla em inglês).

Segundo a Petrobras, a Replan tem recebido investimentos significativos em tecnologias avançadas e ações de modernização para melhorar suas operações.

“Essas inovações não apenas fortalecem a posição da refinaria no mercado, mas também contribuem para a redução do impacto ambiental e o bem-estar das comunidades vizinhas”, afirmou em nota o gerente geral da Replan, Raphael Franco de Campos. “Prezamos pela adoção contínua de tecnologias avançadas e programas que garantem operações seguras e sustentáveis”, acrescentou.

Ele explicou que a Replan utiliza modelos de planejamento de produção e escoamento baseados em otimização econômica. A refinaria também prioriza parcerias de longo prazo com instituições de ensino e pesquisa para fomentar a inovação e adaptação às mudanças do mercado.

No primeiro semestre do ano que vem, a Replan ficará ainda mais sustentável, destacou a Petrobras, com a entrada em operação da nova unidade de tratamento de diesel (U-5283), que aumentará em 10.000 metros cúbicos por dia (m³/d)) a produção de diesel de baixo teor de enxofre.

Em 2026, a expectativa é elevar a capacidade de processamento de petróleo de 435 mil bbl/dia para 460 mil bbl/dia, um crescimento de 5%, e pôr em funcionamento uma usina fotovoltaica.

“Esses esforços posicionam a Replan como uma refinaria moderna e resiliente, preparada para enfrentar os desafios da indústria de refino no século XXI”, conclui Campos.

Localizada na Região Metropolitana de Campinas (RMC), no interior do Estado de São Paulo, a Replan pode processar 69 mil m³ de petróleo por dia (69 milhões de litros), o equivalente a 434 mil barris, o equivalente a cerca de 30% de todo refino do Brasil.

Entre os principais produtos fornecidos pela Replan, estão o diesel S-10, diesel S-500, gasolina, QAV, GLP, propeno, asfaltos, coque, enxofre, raro e óleos combustíveis, informou a Petrobras.