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Cessão dos ativos

Petrobras assina contratos para cessão de campos hibernados na Bacia de Campos

A produção dos dois campos foi interrompida em março de 2020 e as respectivas plataformas estão hibernadas desde então.

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27 de abril de 2024
Vinicius Palermo
Petrobras assina contratos para cessão de campos hibernados na Bacia de Campos
Os campos de Cherne e Bagre foram adquiridos por meio da Rodada Zero da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A Petrobras assinou contratos para a cessão da totalidade de sua participação nos campos de Cherne e Bagre, localizados em águas rasas na Bacia de Campos, para a Perenco Petróleo e Gás do Brasil. A estatal receberá US$ 10 milhões com a operação, sendo US$ 1 milhão pagos na quinta e o restante no fechamento da transação, sujeito aos ajustes previstos no contrato. A produção dos dois campos foi interrompida em março de 2020 e as respectivas plataformas estão hibernadas desde então.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informa que a transferência desses campos para a Perenco traz a perspectiva de retomada da produção pelo novo operador, configurando alternativa mais vantajosa para a Petrobras em comparação à opção de descomissionamento das instalações e devolução das concessões à ANP.

“Ao mesmo tempo, essa transação possibilita que a Petrobras direcione seus investimentos no segmento de E&P para ativos mais aderentes à estratégia da companhia, que envolve, entre outros fatores, a descarbonização crescente das operações”, diz.

Segundo a empresa, não haverá prejuízo ou transferência de qualquer empregado da Petrobras em decorrência da cessão dos ativos, uma vez que a maior parte dos trabalhadores que atuavam na operação já foi realocada para outras atividades da companhia O efetivo mínimo mantido para manutenção dos ativos hibernados integrará outras operações após a conclusão da transferência dos campos.

Os campos de Cherne e Bagre foram adquiridos por meio da Rodada Zero da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os campos estão situados na Bacia de Campos, a 73 km da costa do estado do Rio de Janeiro, em profundidade d’água que varia de 108 a 150 m. Até a interrupção da produção, em março de 2020, os campos de Cherne e Bagre produziam por meio das plataformas PCH-1 e PCH-2, que estão atualmente hibernadas.

Em maio de 2022, foi iniciado junto à ANP o processo para devolução das concessões de Cherne e Bagre, tendo a Petrobras iniciado o planejamento para o descomissionamento das instalações de produção associadas a esses campos.

Na sexta-feira, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, participou de uma inspeção na Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III), em Três Lagoas (MS) acompanhado da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), além de executivos da companhia e demais representantes do poder público.

A UFN-III está em fase de estudo de viabilidade técnica e econômica e o processo de licitação para a retomada das obras pode ser iniciado ainda este ano. A estimativa é que sejam gerados até oito mil empregos diretos e indiretos com as obras de finalização da planta.

“A Petrobras tem interesse em investir no setor de fertilizantes para promover a sinergia com o agronegócio, reduzir a dependência do país em relação à importação de fertilizantes e gerar emprego e renda. Além disso, somos uma empresa integrada, que está olhando para o futuro e para a transição energética. Com a nossa capacidade tecnológica e operacional, facilidade logística e acesso a matéria prima, temos todos os elementos para fazer essa transição que é o futuro da Petrobras e das principais petrolíferas do mundo” afirma Jean Paul Prates.

“Doei esta área para a construção da fábrica quando ainda era prefeita de Três Lagoas. Então ver esse sonho se tornando realidade – com Jean Paul Prates sendo parceiro de primeira hora e com o aval do presidente Lula -, me dá a sensação de dever cumprido. É uma imensa satisfação saber que esta fábrica vai beneficiar tantas pessoas”, afirmou a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.

A unidade, que está próxima ao mercado consumidor e já está interligada ao Gasbol para receber o gás natural como matéria prima, tem capacidade projetada de produção de ureia e amônia de 3.600 t/dia e 2.200 t/dia, respectivamente.

A construção da UFN-III teve início em setembro de 2011, mas foi interrompida em dezembro de 2014. Após a conclusão dos estudos de viabilidade técnica e econômica, o tema deve passar ainda pela Diretoria Executiva e pelo Conselho de Administração da empresa.