Economia
G20

Ministros se comprometem com equilíbrio fiscal em comunicado conjunto

O grupo reforça compromisso com a sustentabilidade fiscal, mas promete uma política que assegure também crescimento econômico

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27 de julho de 2024
Vinicius Palermo
Ministros se comprometem com equilíbrio fiscal em comunicado conjunto
O ministro da Fazenda Fernando Haddad durante evento do G20

Os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 divulgaram comunicado conjunto, nesta sexta-feira, 26, após a conclusão de encontro no Rio de Janeiro. No texto, o grupo reforça compromisso com a sustentabilidade fiscal, mas promete uma política que assegure também crescimento econômico e impulsione investimentos públicos e privados.

Desde o início da guerra da Ucrânia, a trilha financeira do grupo das 20 maiores economias do globo (G20) não tinha conseguido chegar a um consenso para publicar um comunicado sobre as decisões do grupo.

As edições da Indonésia e da Índia ficaram com vácuo de divulgações de communiqués. Quando isso ocorre, é publicado um texto alternativo, chamado de Chairs Summary pela presidência do grupo. Trata-se, porém, de apenas um registro dos encontros, como se fosse uma espécie de ata.

Basicamente, a falta de um acordo se dá por causa da forma com que é retratada a invasão pela Rússia do país do leste europeu e os principais agentes da discórdia são, de um lado, Rússia e China (que consideram a trilha financeira do G20 um fórum inadequado para temas geopolíticos) e, de outro, União Europeia e Estados Unidos.

Para conseguir publicar o comunicado, a presidência brasileira recorreu à alternativa de desmembrar o texto, deixando as questões geopolíticas numa declaração à parte assinada apenas pelo anfitrião. A redação da nota conjunta, assim, não menciona os conflitos em Gaza e na Ucrânia.

PIB

No comunicado conjunto, os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 ressaltam a desaceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos países para um ritmo menor do que o da média histórica no médio e longo prazo. Segundo os líderes do Grupo dos 20, a economia global se mostrou resiliente, mas a recuperação econômica ainda é muito desigual no globo.

O documento reafirma que o G20 continuará buscando a sustentabilidade fiscal e indica que os riscos de alta à economia global dependem de maior cooperação e de um impulso à produtividade. Porém, guerras, fragmentação política e eventos climáticos ameaçam o ritmo de crescimento global. A declaração conjunta diz que os ministros seguem encorajados com a possibilidade de um pouso suave, e pontua que eles pretendem calibrar melhor a política econômica do Grupo para impulsionar o crescimento, transmitindo-a sempre com transparência.

Quanto à atuação dos bancos centrais, o comunicado reconhece que a inflação global segue caindo de níveis elevados como resultado da política econômica restritiva dos Bcs, que “seguem fortemente comprometidos em ajustar a política econômica com base em dados” Os integrantes do G20 também reafirmaram o compromisso do Grupo em entregar bancos multilaterais mais efetivos, e expressaram solidariedade ao povo do Rio Grande do Sul, no Brasil, que foi afetado pelas fortes enchentes.

Desde o início da guerra da Ucrânia, a trilha financeira do grupo das 20 maiores economias do globo (G20) não tinha conseguido chegar a um consenso para publicar um comunicado sobre as decisões do grupo. As edições da Indonésia e da Índia ficaram com vácuo de divulgações de communiqués. Para conseguir publicar o comunicado, a presidência brasileira recorreu à alternativa de desmembrar o texto, deixando as questões geopolíticas em uma declaração à parte assinada apenas pelo anfitrião.
Haddad disse, também, que a declaração acata a proposta de reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento, com vistas a torná-los um sistema mais eficiente e aumentar o financiamento a países endividados.

“Nesta reunião, conseguimos consenso em torno da declaração e do comunicado da trilha financeira. É um avanço bastante significativo, realmente superou nossas expectativas iniciais”, disse Haddad.
Com relação à declaração tributária, assinada pela presidência brasileira, mas negociada por todos os países, Haddad disse que é preciso agregar conhecimento acadêmico para colocar em prática seus objetivos. Ele disse considerar ser possível concluir essa agenda, rumo a um acordo tributário, de fato, num “futuro próximo”.

AS afirmações foram dadas durante entrevista de encerramento das reuniões do grupo financeiro das 20 maiores economias do globo (G20), que ocorreram esta semana no Rio de Janeiro, sob a presidência do Brasil.