Economia
PIB maior

Mercado reduz previsão de inflação para 5,71%

Para 2024, a projeção do mercado mostrou manutenção em 4,13% após quatro semanas de queda. Há um mês, era de 4,18%.

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29 de maio de 2023
Vinicius Palermo
Mercado reduz previsão de inflação para 5,71%
Um mês antes, a mediana da previsão do mercado para o índice de preços era de 6,05%.

Após o prognóstico positivo deixado pelo IPCA-15 de maio (0,51%), a projeção para a inflação oficial de 2023 voltou a cair no Boletim Focus desta semana, enquanto a de 2024, foco da política monetária, ficou estável.

A expectativa para o IPCA – índice de inflação oficial – deste ano na Focus cedeu de 5,80% para 5,71%. Um mês antes, a mediana era de 6,05%. Para 2024, a projeção mostrou manutenção em 4,13% após quatro semanas de queda. Há um mês, era de 4,18%.

Considerando somente as 69 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 tombou de 5,75% para 5,50% Para 2024, por sua vez, a projeção subiu de 4,14% para 4,16%, considerando 68 atualizações no período.

Apesar da nova queda, a mediana na Focus para a inflação oficial em 2023 ainda está cerca de 1 ponto porcentual acima do teto da meta (4,75%), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central, após 2021 e 2022. Para 2024, a mediana supera o centro da meta (3,00%), mas está dentro do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%.

A mediana para o IPCA de 2025 seguiu em 4,00%, repetindo a taxa de quatro semanas atrás. A estimativa para o IPCA de 2026 também continuou em 4,00%, mesmo porcentual de um mês antes. A meta para 2025 é de 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%). Ainda não há objetivo definido para 2026.

Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês, o BC manteve suas projeções para a inflação no cenário de referência com estimativas de 5,8% em 2023 e 3,6% para 2024. Em um cenário alternativo, em que a Selic fica estável por todo o horizonte relevante, as projeções da autoridade são de 5,7% para 2023 e 2,9% para 2024.

Os economistas do mercado financeiro baixaram a projeção para a alta do IPCA de maio no Boletim Focus. A mediana para o mês passou de 0,43% para 0,39%, de 0,44% há um mês.

Para o IPCA de junho, a estimativa cedeu de 0,34% para 0,31%, contra a mediana de 0,53% um mês antes. Para julho, a previsão para o indicador variou de 0,36% para 0,35%, de 0,38% há quatro semanas.

Já a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses cedeu de 4,77% para 4,69%, de 5,23% há um mês.

O Boletim Focus divulgado na segunda-feira, 29, mostrou nova melhora no cenário de crescimento econômico para este ano. A mediana para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 subiu de 1,20% para 1,26%, contra 1,00% há um mês. Considerando apenas as 30 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 saltou de 1,24% para 1,57%.

Já para 2024, o Relatório Focus mostrou manutenção da estimativa de crescimento do PIB de 1,30%, contra 1,41% de um mês atrás. Considerando apenas as 25 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 subiu de 1,24% para 1,30%.

Em relação a 2025, a mediana se manteve em 1,70% ante 1,80% quatro semanas antes. O boletim ainda trouxe a estimativa para 2026, que continuou em 1,80%, repetindo o porcentual esperado há um mês.
Na semana passada, o Ministério da Fazenda aumentou sua projeção oficial para o PIB deste ano, de 1,61% para 1,91%. No Banco Central, a estimativa atual é de 1,2%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.

Após a aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara, a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto em 2024 caiu levemente, de 64,70% para 64,50%. Há quatro semanas, a expectativa era mais baixa, de 64,00% do PIB.

Já o déficit primário esperado para o ano que vem continuou em 0,70% do PIB, distante da meta prevista pelo governo de resultado neutro (0% do PIB). O déficit nominal projetado na Focus também permaneceu em 7,00% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 0,80% e 7,00% do PIB, nessa ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Para 2023, a projeção para dívida líquida continuou em 61,00% do PIB no Boletim Focus desta semana, de 60,55% há um mês. Já a projeção para o déficit primário piorou de 1,00% para 1,10% do PIB, após o governo alterar a expectativa deficitária para este ano de R$ 107,6 bilhões para R$ 136,2 bilhões, ou 1,3% do PIB.

Quatro semanas antes, a expectativa era de 1,00% no Boletim Focus. Para o déficit nominal este ano, a mediana também mudou, de 7,80% para 7,85% do PIB, contra 7,80% há um mês.

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023 no Boletim Focus desta semana. A projeção deficitária continuou em US$ 47,06 bilhões ante US$ 48,00 bilhões de um mês atrás. Para o próximo ano, a estimativa de déficit passou de US$ 53,05 bilhões para US$ 52,40 bilhões, de US$ 52,75 bilhões há quatro semanas.

Para o superávit da balança comercial em 2023, a projeção continuou em US$ 60,00 bilhões, mesmo valor esperado há um mês. Para 2024, a mediana superavitária variou de US$ 54,60 bilhões para US$ 55,00 bilhões, de US$ 54,60 bilhões há quatro semanas.

Os analistas consultados semanalmente pelo BC avaliam que o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano. A mediana das previsões para o IDP em 2023 permaneceu em US$ 80,00 bilhões pela 22ª semana consecutiva. Para 2024, a estimativa foi mantida em US$ 80,00 bilhões pela 17ª vez.

A expectativa para a taxa básica de juros no fim de deste ano continuou estável no Boletim Focus. No início do mês, o Copom decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano pela sexta reunião seguida. A mediana para os juros básicos no fim de 2023 seguiu em 12,50% ao ano pela sexta semana consecutiva.

Para o término de 2024, a expectativa também continuou em 10,00% pela 15ª vez. Há quatro semanas, as estimativas eram de 12,50% e 10,00%, nessa ordem.