Economia
Déficit menor

Mercado reduz a previsão de inflação para 6,02% este ano

Para 2024, a projeção do mercado financeiro, segundo o relatório Focus, passou de 4,18% para 4,16%, contra 4,14% de quatro semanas atrás.

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08 de maio de 2023
Vinicius Palermo
Mercado reduz a previsão de inflação para 6,02% este ano
Segundo o mercado financeiro, a mediana para o IPCA de 2025 seguiu em 4,00%, repetindo a taxa de quatro semanas atrás.

Monitoradas atentamente pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), as projeções para a inflação começaram a cair, ainda que levemente, no Boletim Focus desta semana.
A expectativa para o IPCA deste ano na Focus cedeu de 6,05% para 6,02%, após cinco semanas de alta. Um mês antes, a mediana era de 5,98%.

Para 2024, ano em que o BC mira na estratégia de convergência da inflação para a meta, a projeção passou de 4,18% para 4,16%, contra 4,14% de quatro semanas atrás.

Considerando somente as 113 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 cedeu de 6,09% para 6,01%. Para 2024, porém, subiu de 4,17% para 4,20%, considerando 109 atualizações no período.

Apesar da queda nesta semana, a mediana na Focus para a inflação oficial em 2023 está bem acima do teto da meta (4,75%), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central, após 2021 e 2022. Para 2024, a mediana já está acima do centro da meta (3,00%), mas ainda dentro do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%.

A mediana para o IPCA de 2025 seguiu em 4,00%, repetindo a taxa de quatro semanas atrás. A estimativa para o IPCA de 2026 também continuou em 4,00%, mesmo porcentual de um mês antes. A meta para 2025 é de 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%). Ainda não há objetivo definido para 2026.

Na reunião Copom deste mês, o BC manteve suas projeções para a inflação no cenário de referência com estimativas de 5,8% em 2023 e 3,6% para 2024. Em um cenário alternativo, em que a Selic fica estável por todo o horizonte relevante, as projeções da autoridade são de 5,7% para 2023 e 2,9% para 2024.

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a alta do IPCA de abril no Boletim Focus. A mediana continuou em 0,55%, de 0,59% há um mês.

Para o IPCA de maio, a estimativa subiu de 0,44% para 0,45%, contra a mediana de 0,39% um mês antes. Para junho, a previsão para o indicador variou de 0,53% para 0,52%, de 0,38% há quatro semanas.

Já a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses cedeu de 5,23% para 5,14%, de 5,20% há um mês.

O Boletim Focus mostrou estabilidade no cenário de crescimento econômico para este ano. A mediana das projeções para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 continuou em 1,00%, mesmo nível da semana passada. Há um mês estava em 0,91%. Já considerando apenas as 63 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 avançou de 1,00% para 1,02%.

Para 2024, o Relatório Focus mostrou queda marginal na estimativa de crescimento do PIB, de 1,41% para 1,40%, contra 1,44% de um mês atrás. Considerando apenas as 57 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 cedeu de 1,40% para 1,37%.

Em relação a 2025, a mediana se manteve em 1,80%, de 1,76% quatro semanas antes. O Boletim Focus ainda trouxe a estimativa para 2026, que continuou em 1,80%, repetindo a taxa esperada há um mês.

O Banco Central elevou sua estimativa para o crescimento do PIB deste ano de 1,0% para 1,2% no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março. Já na grade de parâmetros divulgada em março pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, a estimativa do governo para a expansão da atividade em 2023 passou de 2,10% para 1,61%.

A projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2023 subiu de 60,55% para 60,70% no Boletim Focus desta semana, de 61,15% de um mês antes.

Já a projeção para o déficit primário em 2023 continuou em 1,00% do Produto Interno Bruto, de 1,01% quatro semanas antes. Para o déficit nominal este ano, a mediana também permaneceu em 7,80%, mesmo porcentual de um mês atrás.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Para 2024, a projeção para a dívida líquida subiu de 64,00% para 64,10% do PIB, contra 64,50% de quatro semanas antes. Em relação ao déficit primário esperado para 2024, a estimativa continuou em 0,80% do PIB, distante da meta prevista pelo governo de resultado neutro (0% do PIB). Da mesma forma, o déficit nominal projetado na Focus permaneceu em 7,00% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 0,80% e 7,10% do PIB, nessa ordem.

Os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023 no Boletim Focus desta semana. A projeção deficitária passou de US$ 48,00 bilhões para US$ 47,70 bilhões, ante US$ 50,84 bilhões de um mês atrás. Para o próximo ano, a estimativa de déficit passou de US$ 52,75 bilhões para US$ 52,25 bilhões, de US$ 52,50 bilhões há quatro semanas.

Para o superávit da balança comercial em 2023, a projeção continuou em US$ 60,00 bilhões, contra US$ 55,00 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana avançou de US$ 54,60 bilhões para US$ 55,00 bilhões, de US$ 52,44 bilhões há quatro semanas.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano. A mediana das previsões para o IDP em 2023 permaneceu em US$ 80,00 bilhões, mesmo valor esperado há quatro semanas. Para 2024, a estimativa também foi mantida em US$ 80,00 bilhões, repetindo a mediana de um mês antes.