Economia
Expansão maior

Mercado reduz a previsão de inflação para 4,98% este ano

Para este ano, a expectativa para o IPCA – índice de inflação oficial – na Focus caiu de 5,06% para 4,98%.

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03 de julho de 2023
Vinicius Palermo
Mercado reduz a previsão de inflação para 4,98% este ano
Para 2024, foco da política monetária, a projeção cedeu de 3,98% para 3,92%.

Com a meta de inflação mantida em 3,0% de 2024 a 2026, as expectativas inflacionárias voltaram a cair no Boletim Focus divulgado na segunda-feira, 3, especialmente em prazos mais longos, que tiveram recuo significativo.

Para este ano, a expectativa para o IPCA – índice de inflação oficial – na Focus caiu de 5,06% para 4,98%. Um mês antes, a mediana era de 5,69%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção cedeu de 3,98% para 3,92%. Há um mês, era de 4,12%.

Considerando somente as 81 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 variou de 4,98% para 4,92% Para 2024, por sua vez, a projeção de alta caiu de 3,94% para 3,90%, considerando 79 atualizações no período.

Nos horizontes mais longos, a mediana para o IPCA de 2025 recuou 0,20 ponto porcentual de uma só vez, de 3,80% para 3,60%. Da mesma forma, houve queda na estimativa significativa para 2026, de 3,72% para 3,50%. Há um mês, ambas as projeções eram de 4,00%.

Na semana passada, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou a meta inflacionária de 2026 em 3,0%, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%, assim como nos anos de 2024 e 2025. Para este ano, o alvo central é de 3,25%, com piso de 1,75% e teto de 4,75%.

Com a manutenção do patamar de 3,0%, se encerra uma dúvida que trazia ansiedade ao mercado financeiro desde o início do ano, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva levantou questionamentos sobre se esse nível seria adequado à economia brasileira. A incerteza sobre o tema era apontada pelo Banco Central como principal fator a explicar a desancoragem das expectativas de inflação em prazos longos, como 2025 e 2026.

Mesmo com a queda, as projeções do Boletim Focus continuam acima da meta. Para 2023, a mediana ainda indica estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo, mas superam o alvo central de 3,0%. Atualmente, as projeções do BC para o IPCA são de 5,0% em 2023, 3,4% em 2024 e 3,1% em 2025.

Os economistas do mercado financeiro aprofundaram marginalmente a expectativa de deflação no IPCA de junho após o IPCA-15 do mês, conforme o Boletim Focus. A mediana passou de recuo de 0,09% para queda de 0,10%. Há um mês, a expectativa era de aumento de 0,30%.

Para o IPCA de julho, a estimativa cedeu de 0,30% para 0,26%, contra a mediana de 0,34% um mês antes. Para agosto, por sua vez, a previsão para o indicador subiu de 0,22% para 0,25%, de 0,23% há quatro semanas.

A expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses também avançou levemente, de 4,16% para 4,18%, de 4,60% há um mês.

Com a meta de inflação mantida em 3,0% de 2024 a 2026, as expectativas inflacionárias voltaram a cair no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 3, especialmente em prazos mais longos, que tiveram recuo significativo.

Para este ano, a expectativa para o IPCA – índice de inflação oficial – na Focus caiu de 5,06% para 4,98%. Um mês antes, a mediana era de 5,69%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção cedeu de 3,98% para 3,92%. Há um mês, era de 4,12%.

Após o Banco Central “abrir a porta” para um corte de juros em agosto e a meta inflacionária ser mantida em 3,0% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a expectativa para a taxa Selic no fim deste ano caiu no Boletim Focus. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano.

A mediana para os juros básicos no fim de 2023 baixou de 12,25% para 12,00% ao ano. Para o término de 2024, a expectativa, por sua vez, se manteve em 9,50%. Há um mês, as estimativas eram de 12,50% e 10,00%, nessa ordem.

Considerando apenas as 90 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2023 também cedeu de 12,25% para 12,00%. Para o fim de 2024, continuou em 9,50%, com 88 atualizações na última semana.

Em entrevista coletiva após o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que o comunicado, na avaliação do colegiado, já tinha deixado essa “porta aberta”, apesar de o texto não ter trazido sinalização clara sobre o assunto.

O cenário esperado para o câmbio brasileiro em 2023 ficou estável no Relatório de Mercado Focus desta semana, enquanto a perspectiva para a moeda em 2024 mostrou nova valorização. A estimativa para o câmbio este ano continuou em R$ 5,00, de R$ 5,10 há um mês. Para 2024, a mediana passou de R$ 5,10 para R$ 5,08, contra R$ 5,16 quatro semanas antes.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

O Boletim Focus voltou a mostrar ainda o aumento na projeção de crescimento econômico para este ano, mas, desta vez, marginal. A mediana para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 subiu de 2,18% para 2,19%, contra 1,68% há um mês. Considerando apenas as 46 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 continuou em 2,19%.

Para 2024, o Relatório Focus mostrou elevação mais significativa da estimativa de crescimento do PIB, de 1,22% para 1,28%, mesmo porcentual de um mês atrás. Considerando apenas as 42 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 avançou de 1,17% para 1,34%.

Em relação a 2025, a mediana cedeu de 1,83% para 1,81% ante 1,70% quatro semanas antes. O boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2026, que recuou de 1,92% para 1,90%, repetindo a taxa de um mês atrás.

No fim de maio, o Ministério da Fazenda aumentou sua projeção oficial para o PIB deste ano, de 1,61% para 1,91%. Mas o secretário de Política Econômica (SPE) da Fazenda, Guilherme Mello, disse que o resultado pode ficar mais perto de 2,5%. No Banco Central, a estimativa atual é de 2,0%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.

Os economistas do mercado financeiro alteraram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023 no Boletim Focus desta semana.

A projeção deficitária passou de US$ 43,90 bilhões para US$ 43,22 bilhões ante US$ 47,53 bilhões de um mês atrás. Para o próximo ano, a estimativa de déficit variou de US$ 51,01 bilhões para US$ 50,40 bilhões, de US$ 53,00 bilhões há quatro semanas.

Em relação ao superávit da balança comercial em 2023, a projeção avançou de US$ 62,00 bilhões para US$ 63,76 bilhões, contra US$ 58,75 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana superavitária subiu de US$ 55,61 bilhões para US$ 55,65 bilhões, de US$ 55,30 bilhões quatro semanas antes.

Os analistas consultados semanalmente pelo BC avaliam que o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano.
A mediana das previsões para o IDP em 2023 subiu de US$ 78,80 bilhões para US$ 79,50 bilhões, de US$ 80 bilhões há um mês. Para 2024, a estimativa foi mantida em US$ 80,00 bilhões pela 22ª vez.