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Mercado prevê aumento de 2,84% do PIB este ano

Considerando apenas as 30 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 caiu de 2,84% para 2,81%.

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04 de dezembro de 2023
Vinicius Palermo
Mercado prevê aumento de 2,84% do PIB este ano
O Ministério da Fazenda revisou em novembro sua projeção para o crescimento do PIB deste ano de 3,2% para 3,0%.

O Boletim Focus divulgado na segunda-feira, 4, pelo Banco Central manteve a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A mediana para a alta da atividade em 2023 seguiu em 2,84%, contra 2,89% há um mês. Considerando apenas as 30 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 caiu de 2,84% para 2,81%.

Para 2024, o Relatório Focus trouxe estabilidade na estimativa de crescimento do PIB, que continuou em 1,50% na semana, mesmo patamar de um mês atrás. Considerando as 30 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 também foi mantida em 1,50%.

Em relação a 2025, a mediana caiu de 1,93% para 1,90%, ante 1,90% de quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2026, que se manteve em 2,00%, mesmo nível de um mês atrás.

O Ministério da Fazenda revisou em novembro sua projeção para o crescimento do PIB deste ano de 3,2% para 3,0%. Já no Banco Central, a estimativa atual é de 2,9%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro.

O Boletim Focus trouxe estabilidade na projeção para o endividamento público neste ano na edição publicada nesta segunda. A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 seguiu em 61,00%, ante 60,61% de um mês atrás.

Para o déficit primário em relação ao PIB neste ano, a mediana continuou em 1,10%, mesmo nível de um mês antes. O Ministério da Fazenda buscava entregar um resultado deficitário de 1,0% do PIB em 2023, mas o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, admitiu em novembro que o déficit primário “provável” deste ano deve ficar em torno de 1,32% do PIB, acima da linha.

Já a estimativa do Focus para o déficit nominal este ano seguiu em 7,60% do PIB, ante 7,51% de um mês atrás. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Para o próximo ano, a estimativa para a dívida líquida passou de 63,90% para 63,95% do PIB, ante 63,65% de quatro semanas antes. Já o déficit primário esperado para 2024 continuou em 0,80% do PIB. O déficit nominal projetado na Focus se manteve em 6,80% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 0,80% e 6,80%, respectivamente.

No fim de agosto, o governo apresentou o projeto de lei orçamentária de 2024 ao Congresso. A peça prevê superávit de R$ 2,8 bilhões em 2024 (0% do PIB), mas depende da arrecadação de R$ 168,5 bilhões em medidas extras, entregues ao Parlamento junto com o Orçamento. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou que o governo “dificilmente chegará à meta zero”, até porque o chefe do Executivo “não quer fazer cortes em investimentos e obras”. Desde então, aumentou o debate sobre uma possível alteração na meta fiscal do próximo ano.

O resultado das transações correntes ficou negativo em outubro deste ano, em US$ 230 milhões, informou o Banco Central. Este é o melhor desempenho para meses de outubro desde 2006, quando o saldo foi positivo em US$ 1,296 bilhão. Em setembro, o resultado foi deficitário em US$ 1,375 bilhão.

Pela metodologia do Banco Central, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 7,372 bilhões em outubro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 3,548 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 4,223 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou positivo em US$ 169 milhões.

No ano até outubro, a conta corrente teve rombo de US$ 20,847 bilhões. Em 12 meses, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 33,976 bilhões, o que representa 1,62% do Produto Interno Bruto (PIB).

A estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 36 bilhões em 2023, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro.

A expectativa para a inflação deste ano teve leve oscilação para cima no Boletim Focus divulgado na segunda-feira, 4. A projeção para 2023 passou de 4,53% para 4,54%. Um mês antes, a mediana era de 4,63%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção também oscilou de 3,91% para 3,92%. Há um mês, era de 3,91%.

Considerando as 47 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 passou de 4,54% para 4,56%. Para 2024, por sua vez, a projeção de alta passou de 3,92% para 3,91%, considerando 46 atualizações no período.

Para 2025, que tem peso crescente nas decisões do Copom, a projeção continuou em 3,50% pela 19ª semana consecutiva – o que evidencia a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2026, a estimativa também seguiu em 3,50%, pela 22ª semana seguida.

As estimativas do Boletim Focus continuam acima do centro das metas para a inflação. Para 2023, a mediana está abaixo do teto da meta (4,75%), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo e também superam o alvo central de 3,0%.