Economia
Inflação em queda

Mercado mantém previsão de alta de 2,92% do PIB em 2023

Considerando apenas as 65 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 também seguiu em 2,92%.

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02 de janeiro de 2024
Vinicius Palermo
Mercado mantém previsão de alta de 2,92% do PIB em 2023
Em relação a 2025, a mediana seguiu em 2,00%, ante 1,90% de quatro semanas antes.

O Boletim Focus divulgado na terça-feira, 2, pelo Banco Central manteve a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A mediana para a alta da atividade em 2023 seguiu em 2,92% ante 2,84% de um mês atrás. Considerando apenas as 65 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 também seguiu em 2,92%.

Para 2024, o Relatório Focus trouxe igualmente estagnação das projeções de uma semana para a outra para o PIB, que ficou em 1,52%, ante 1,50% de um mês atrás. Considerando as 65 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 passou de 1,52% para 1,50%.

Em relação a 2025, a mediana seguiu em 2,00%, ante 1,90% de quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2026, que se manteve em 2,00% pela 21ª semana seguida.

O Ministério da Fazenda revisou em novembro sua projeção para o crescimento do PIB deste ano de 3,2% para 3,0%. Para 2024, a estimativa da equipe econômica é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual também é de crescimento de 3,0% para 2023, mas de apenas 1,7% para 2024, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.

No final do ano passado, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse estar mais otimista do que a estimativa apresentada pela própria instituição, que é preparada pela equipe técnica.

A expectativa para a inflação anual ficou praticamente estável no Boletim Focus divulgado na terça-feira, 2. A projeção para 2023 seguiu em 4,46%. Um mês antes, a mediana era de 4,54%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção mudou levemente, de 3,91% para 3,90%. Há um mês, estava em 3,92.%.

Considerando as 100 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 também permaneceu em 4,45%. Para 2024, a projeção de alta seguiu em 3,90%, considerando uma centena de atualizações no período.

Para 2025, que também está no foco das decisões do Copom, a projeção continuou em 3,50% pela 23ª semana consecutiva – o que evidencia a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2026, a estimativa também seguiu em 3,50%, pela 26ª semana seguida.

As estimativas do Boletim Focus continuam acima do centro das metas para a inflação. Para 2023, a mediana está abaixo do teto da meta (4,75%), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo e também superam o alvo central de 3,0%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou em dezembro projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, abaixo dos 3,6% da reunião anterior, de novembro. Para 2025, seguiu em 3,2% no modelo. Para 2023, a projeção foi atualizada de 4,7% para 4,6%. O colegiado reduziu a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,50 pp, para 11,75% ao ano.

Os economistas do mercado financeiro aumentaram no Boletim Focus desta semana a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses de 3,85% para 3,88%. Mesmo assim, a mediana está abaixo do nível de um mês atrás (3,92%).

No fim de junho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.

No dia 20 de outubro, Haddad confirmou que não há previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. “Até aqui, não (há previsão de publicar o decreto). Consultas estão sendo feitas pela Secretaria de Política Econômica da Fazenda. Mas nós temos tempo, e provavelmente até o final do ano nós vamos ter notícias”, disse o ministro.

O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, já disse que a SPE já terminou a pesquisa sobre as experiências internacionais, mas que ainda não houve apresentação para o restante da equipe econômica nem para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável por editar o decreto.Na avaliação do diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, uma maior autonomia requer maior prestação de contas, mas que a autoridade monetária não antecipa nenhuma mudança na política monetária em função da introdução da meta contínua.