Economia
Meta contínua

Mercado eleva previsão de inflação para 4,47% em 2023

Um mês antes, a mediana era de 4,51%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção seguiu em 3,90%. Há um mês, era de 3,93%.

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08 de janeiro de 2024
Vinicius Palermo
Mercado eleva previsão de inflação para 4,47% em 2023
Para 2025, que também está no foco das decisões do Copom, a projeção continuou em 3,50% pela 24ª semana consecutiva

A expectativa para a inflação de 2023 oscilou para cima no Relatório de Mercado Focus divulgado na segunda-feira, 8. A projeção passou de 4,46% para 4,47%. Um mês antes, a mediana era de 4,51%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção seguiu em 3,90%. Há um mês, era de 3,93%.

Considerando as 44 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 passou de 4,45% para 4,54%. Para 2024, por sua vez, a projeção passou de 3,90% para 3,83%, considerando também 44 atualizações no período.

Para 2025, que também está no foco das decisões do Copom, a projeção continuou em 3,50% pela 24ª semana consecutiva – o que evidencia a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2026, a estimativa também seguiu em 3,50%, pela 27ª semana seguida.

As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro das metas para a inflação. Para 2023, a mediana está abaixo do teto da meta (4,75%), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo e também superam o alvo central de 3,0%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou em dezembro projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, abaixo dos 3,6% da reunião anterior, de novembro. Para 2025, seguiu em 3,2% no modelo. Para 2023, a projeção foi atualizada de 4,7% para 4,6%. O colegiado reduziu a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,50 ponto porcentual, para 11,75% ao ano.

Os economistas do mercado financeiro mantiveram no Relatório de Mercado Focus desta semana a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses em 3,88%, de 3,91% há um mês.

Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.

Os economistas revisaram as expectativas de inflação de curto prazo no Relatório de Mercado Focus. A mediana para dezembro de 2023 passou de 0,40% para 0,41%. Há um mês, a expectativa era de 0,45%. Para o IPCA de janeiro de 2024, a estimativa passou de 0,36% para 0,37%, de 0,40% um mês antes. Já para fevereiro, a previsão para o indicador passou de 0,64% para 0,65%, ante 0,58% de quatro semanas atrás.

O mercado manteve a mediana do Relatório de Mercado Focus para a expectativa de Selic terminal no atual ciclo de flexibilização em 9,00% ao ano no encerramento de 2024. Há um mês, a estimativa era de 9,25%. Considerando apenas as 37 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2024 passou de 9,00% para 9,25% ao ano.

Em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) cortou a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,50 ponto porcentual (pp), para 11,75% ao ano. O colegiado manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,50 ponto continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões – no plural. Na coletiva do último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, enfatizou que essa mensagem vale para dois encontros: de janeiro e março de 2024.

Na reunião do mês passado, o Copom repetiu que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 8,50%, igual a um mês antes. Para 2026, a projeção seguiu em 8,50% pela 23ª semana consecutiva.

O Relatório de Mercado Focus manteve ainda a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023. A mediana para a alta da atividade no ano passado seguiu em 2,92%, mesmo patamar de um mês atrás. Considerando apenas as 30 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 variou de 2,92% para 2,93%.

Para 2024, o documento trouxe elevação na estimativa de crescimento do PIB de 1,52% para 1,59%, ante 1,51% de um mês atrás. Considerando as 29 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 seguiu em 1,50%%.

Em relação a 2025, a mediana continuou em 2,00%, mesmo valor de quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2026, que se manteve em 2,00% pela 22ª semana seguida.

O Ministério da Fazenda revisou em novembro sua projeção para o crescimento do PIB de 2023 de 3,2% para 3,0%. Para 2024, a estimativa da equipe econômica é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual também é de crescimento de 3,0% para 2023, mas de apenas 1,7% para 2024, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.