Economia
PIB maior

Mercado eleva previsão de inflação para 3,52% em 2025

Considerando as 112 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou de 3,79% para 3,75%.

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22 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
Mercado eleva previsão de inflação para 3,52% em 2025
O recuo de 0,2% no consumo das famílias no quaro trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre de 2023 foi o primeiro resultado negativo após uma sequência de nove trimestres consecutivos de avanços.

A expectativa para a inflação deste ano oscilou para baixo no Relatório de Mercado Focus divulgado na quinta-feira, 22. A projeção de 2024 passou de 3,82% para 3,81%. Um mês antes, a mediana era de 3,86%.
Para 2025, que também está no foco da política monetária, agora já em maior grau que 2024, a projeção passou de 3,51% para 3,52%.

Considerando as 112 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou de 3,79% para 3,75%. Para 2025, a projeção passou de 3,53% para 3,52%, considerando 109 atualizações no período.

Para 2026, a projeção continuou em 3,50% pela 33ª semana consecutiva – seguindo a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para este e os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa seguiu em 3,50%, como também está há 33 semanas.

As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.

O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou no fim de janeiro projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, igual à da reunião anterior, de dezembro. Para 2025, também seguiu em 3,2%. O colegiado reduziu a Selic pela quinta vez consecutiva em 0,50 pp, para 11,25% ao ano.

Os economistas do mercado financeiro reduziram a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses no Relatório de Mercado Focus desta semana, de 3,77% para 3,72%, de 3,86% há um mês.

Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.

No dia 20 de outubro, porém, Haddad confirmou que não havia previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua.

O mercado manteve em 9,00% ao ano a mediana do Relatório de Mercado Focus para Selic no encerramento de 2024. Há um mês, a estimativa já era de 9,00%. Considerando apenas as 89 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2024 também seguiu em 9,00% ao ano.

A projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 8,50%, como já está há 11 semanas. Para 2026, a projeção seguiu em 8,50% pela 29ª semana consecutiva. Para 2027, a estimativa também seguiu em 8,50%, onde se mantém por 28 semanas.

O Relatório de Mercado Focus trouxe também a manutenção na projeção de rombo fiscal de 2024. Para o déficit primário em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, a mediana seguiu em 0,80% pela nona semana consecutiva.

A Lei Orçamentária Anual de 2024 prevê superávit de R$ 2,8 bilhões neste ano (0% do PIB). A estimativa do Focus para o déficit nominal em 2024 continuou em 6,80% do PIB, ante 6,93% de um mês atrás. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após o gasto com juros e outras despesas financeiras.

A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2024 permaneceu em 63,60%, ante 63,80% de um mês atrás.

Para 2025, o déficit primário esperado pelo mercado seguiu em 0,60% do PIB, onde já estava há quatro semanas. O novo arcabouço fiscal aprovado no ano passado prevê uma meta de superávit primário de 0,5% do PIB no próximo ano.

O déficit nominal projetado para 2025 passou de 6,29% para 6,30% do PIB, ante 6,27% de um mês atrás. Já a estimativa para a dívida líquida passou de 66,25% para 66,30% do PIB, ante 66,20% de quatro semanas antes.

O Relatório de Mercado Focus elevou ainda a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024. A mediana para a alta da atividade deste ano passou de 1,60% para 1,68%, ante 1,60% de um mês atrás. Considerando apenas as 70 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2024 saltou de 1,61% para 1,70%.

Para 2025, o documento trouxe manutenção na estimativa de crescimento do PIB em 2,00%, como já está há dez semanas. Considerando as 56 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2025 também seguiu em 2,00%.