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Mercado de trabalho registra o melhor saldo de empregos em janeiro

O resultado de janeiro de 2024 é o melhor para o mês desde 2021, quando foram criados 257.059 postos de trabalho – a série histórica do Novo Caged foi iniciada em 2020.

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16 de março de 2024
Vinicius Palermo
Mercado de trabalho registra o melhor saldo de empregos em janeiro
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que o saldo de 180.395 empregos gerados em janeiro é uma boa sinalização para a economia brasileira em 2024.

Após a criação de 440.006 vagas em dezembro de 2023 (dado revisado na sexta-feira, 15), o mercado de trabalho formal registrou um saldo positivo de 180.395 carteiras assinadas em janeiro de 2024, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho.

O resultado de janeiro de 2024 é o melhor para o mês desde 2021, quando foram criados 257.059 postos de trabalho – a série histórica do Novo Caged foi iniciada em 2020.

O resultado do primeiro mês de 2024 decorreu de 2.067.817 admissões e 1.887.422 demissões. Em janeiro de 2023, houve abertura de 90.031 vagas com carteira assinada, na série ajustada.

A abertura líquida de 180.395 vagas de trabalho com carteira assinada em janeiro no Caged foi novamente puxada pelo desempenho do setor de serviços no mês, com a criação de 80.587 postos formais, seguido pela indústria geral, que abriu 67.029 vagas.

Já a construção civil gerou 49.091 vagas em janeiro, enquanto houve um saldo de 21.900 contratações na agropecuária. O comércio registrou fechamento de 38.212 vagas no mês.

No 1º mês do ano, 25 das 27 Unidades da Federação obtiveram resultado positivo no Caged. O melhor desempenho entre os Estados foi registrado em São Paulo, com a abertura de 38.499 postos de trabalho. Já o pior desempenho foi do Maranhão, que registrou o fechamento de 831 vagas em janeiro.

O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada foi de R$ 2.118,32 em janeiro. Comparado ao mês anterior, houve alta real de R$ 69,23 no salário médio de admissão, uma alta de 3,38%.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que o saldo de 180.395 empregos gerados em janeiro é uma boa sinalização para a economia brasileira em 2024. “Não foi o principal resultado para o mês, mas tem um patamar importante de largada na economia desse ano”, disse em coletiva de imprensa.

Marinho ainda destacou a política de valorização do salário mínimo como um fator positivo, já que janeiro também teve elevação do salário médio de admissão.

Em relação aos setores, Marinho destacou o papel da indústria, que gerou 67.029 vagas em janeiro. “A reestruturação do parque industrial brasileiro é a oportunidade do Brasil se reinserir globalmente no debate, como os debates de matriz energética e os anúncios do setor automotivo, com investimentos relevantes”, disse o ministro, destacando o papel do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do vice, Geraldo Alckmin, neste processo.

Em sua fala inicial, Marinho também destacou a atualização da tabela do Imposto de Renda, já que a ampliação da faixa de isenção beneficia as pessoas que recebem menores salários.

O Ministério do Trabalho divulgou também os dados da Relação Anual de Informações Anuais (Rais) relativos à 2022, 15. O estoque de vínculos trabalhistas teve uma elevação significativa na comparação com 2021: passou de 48 728.871 para 52.790.864.

Os técnicos da Pasta explicaram que esse aumento se deve a uma mudança na metodologia da pesquisa, que culminou em uma quebra da série histórica – os dados de 2022 não devem ser comparados com os anos anteriores.

Com a implementação do sistema eSocial pelo governo, a fonte de dados da Rais mudou. “A melhoria da qualidade da informação do eSocial trouxe incorporação de dados de empregos e empresas pequenas que antes não estavam na estatística. Isso traz melhora na informação, mas torna incomparável a Rais com anos anteriores”, explicou a subsecretária de Assuntos Estatísticos do MTE, Paula Montagner.

O Ministério do Trabalho destaca que o estoque de 52.790.864 vínculos apontado pela Rais 2022 é composto de 48.728.871 vínculos já existentes na pesquisa de 2021, de 2.266.347 vínculos de empregos gerados no ano de 2022 e de outros 1.795 646 vínculos decorrentes da ampliação da cobertura do eSocial.

A pesquisa mostrou que a remuneração média no Brasil em 2022 foi de R$ 3.754,80 no ano, com maiores salários no setor de Serviços (R$ 4.239,93), na Indústria (R$ 3.837,46) e na Construção (R$ 2 914,18).

Pelo recorte geográfico, os maiores salários foram identificados no Distrito Federal (R$ 6.821,30), no Amapá (R$ 4.741,52) e em São Paulo (R$ 4.262,52).