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Macron conversa com Lula e elogia posição do Brasil

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu, na segunda-feira, 5, um telefonema do presidente da França, Emmanuel Macron

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05 de agosto de 2024
Vinicius Palermo
Macron conversa com Lula e elogia posição do Brasil
O presidente da França, Emmanuel Macron

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu, na segunda-feira, 5, um telefonema do presidente da França, Emmanuel Macron, enquanto cumpria agenda em Santiago, no Chile. Na conversa, o líder francês elogiou a posição do Brasil, Colômbia e México em nota conjunta entre os países divulgada na última quinta-feira, 1º, sobre as eleições na Venezuela, que estão sendo acusadas de fraude.

As informações foram divulgadas no começo da tarde pelo Palácio Itamaraty. “Macron elogiou a posição de Brasil, Colômbia e México emitida em nota conjunta na última quinta-feira (1/8), e a posição do país de estímulo ao diálogo entre o governo e a oposição venezuelana”, diz nota divulgada pelo governo brasileiro.

Na conversa com Macron, o Lula “reiterou seu compromisso com a busca de uma solução pacífica entre as partes e que respeite a soberania do povo venezuelano”.

Na nota conjunta publicada na semana passada, Brasil, Colômbia e México disseram acompanhar com atenção o escrutínio dos votos na Venezuela. Os governos pediram por apuração imparcial e cobraram a divulgação dos dados das urnas, que comprovariam os resultados.

“Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação”, diz a nota assinada pelos países.

O ditador Nicolás Maduro foi declarado vencedor nas eleições, mas a oposição afirma ter provas de fraude eleitoral. Diante do impasse, a Venezuela é pressionada a divulgar as atas, documentos que são extraídos das urnas e servem para atestar os resultados.

No telefonema com Lula, Macron também agradeceu a presença da primeira-dama brasileira, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, na abertura das Olimpíadas de Paris. “O presidente Lula agradeceu o carinho de Macron e de sua esposa na recepção à delegação brasileira”, acrescentou a publicação do Itamaraty.

Os governos do Brasil e da Venezuela firmaram um acordo para que os diplomatas brasileiros fiquem responsáveis por operar as embaixadas do Peru e da Argentina em Caracas. A decisão ocorreu após a diplomacia desses países terem sido expulsas da Venezuela por desconhecerem a vitória do presidente Nicolás Maduro na eleição de 28 de julho.

Em notas publicadas pelo Itamaraty e pelo Ministério das Relações Exteriores da Venezuela na segunda-feira (5), foi informado que “a custódia dos locais das Missões Diplomáticas da República Argentina e da República do Peru, incluindo seus bens e arquivos, bem como a representação de seus interesses e de seus nacionais em território venezuelano, sejam representadas, a partir de 5 de agosto de 2024, pela Embaixada da República Federativa do Brasil em Caracas”.

Na última semana, foi informado que o Brasil ficaria com a administração da embaixada da Argentina, o que levou o presidente Javier Milei a agradecer publicamente o apoio do Brasil. Agora, a novidade é que o Brasil vai ficar também com a Embaixada do Peru.

Em nota, o governo peruano também agradeceu ao governo brasileiro “por este apoio inestimável, que reflete o excelente estado de nossas relações bilaterais, que se baseiam em laços históricos e sólidos de amizade, cooperação e integração”.

Os chefes de estado da Argentina e Peru, além de não reconheceram a vitória de Maduro, afirmaram que o vencedor foi o opositor Edmundo González, ainda que não tenha sido feita a auditoria dos resultados. Milei chegou a pedir que as Forças Armadas da Venezuela deponham Maduro à força.

O governo de Nicolás Maduro tem expulsado representações diplomáticas que estão contestando o resultado da eleição presidencial, o que incluiu também Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai.