Economia
‘Queda das despesas

Lucro do Bradesco caiu 1,6% e chegou a R$ 4,211 bilhões no 1º trimestre

O retorno sobre o patrimônio líquido foi de 10,2%, baixa de 0,4 ponto porcentual em um ano, mas uma alta de 3,3 p.p. em um trimestre.

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02 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Lucro do Bradesco caiu 1,6% e chegou a R$ 4,211 bilhões no 1º trimestre
O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha

O Bradesco encerrou o primeiro trimestre de 2024 com lucro líquido recorrente de R$ 4,211 bilhões, um resultado 1,6% menor que o do mesmo intervalo do ano passado, mas que veio 46,3% acima do registrado no quarto trimestre de 2023.

De acordo com o banco, a melhoria trimestral foi fruto da queda das despesas com provisões com inadimplência e dos resultados da Bradesco Seguros. Por outro lado, a margem financeira ainda pressionada impediu uma melhoria mais forte dos números.

O retorno sobre o patrimônio líquido foi de 10,2%, baixa de 0,4 ponto porcentual em um ano, mas uma alta de 3,3 p.p. em um trimestre.

A margem financeira do banco caiu 9% no primeiro trimestre quando comparada à do mesmo período de 2023, para R$ 15,152 bilhões. Em um trimestre, houve baixa de 6,1%.

A margem com clientes, que reflete o ganho em operações de crédito, foi a responsável pela queda, com uma redução de 14,4% em um ano, para R$ 14,522 bilhões. Em um trimestre, a baixa foi de 5,9%. Na tesouraria, o resultado foi de R$ 630 milhões, contra uma perda de R$ 312 milhões no primeiro trimestre de 2023.

A carteira de crédito expandida do Bradesco encerrou o trimestre em R$ 889,918 bilhões, alta de 1,2% em um ano, e de 1,4% em relação ao trimestre anterior. Foi puxada pelas operações para pessoas físicas, que subiram 1,4%, enquanto o crédito para empresas caiu 4%. A inadimplência era de 4,8%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, baixa de 0,3 p.p. em um ano.

“Acreditamos que a carteira de crédito atingiu um ponto de inflexão neste trimestre. Depois de contrair em 2023, iniciou trajetória de aumento que deve perdurar”, afirma o Bradesco, no informe de resultados. De acordo com o banco, a originação em pessoas físicas de baixa e média renda superou a média anterior à pandemia, mas em micro e pequenas empresas, ainda há uma normalização a cumprir.

As receitas do banco com serviços tiveram alta de 1,3% em um ano, para R$ 8,861 bilhões, com os cartões, as operações de crédito e o banco de investimento compensando a perda de arrecadação com contas correntes.

O Bradesco fechou o primeiro trimestre com R$ 2,000 trilhões em ativos, crescimento de 7,3% no comparativo anual, e de 1,8% em três meses. O patrimônio líquido foi a R$ 162,311 bilhões, alta de 3,3% em um ano.

O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou que está otimista com o cenário para a economia brasileira. A despeito da volatilidade vista nos mercados nas últimas semanas, com a expectativa de quedas menores dos juros no País, ele afirma que a percepção é positiva.

“Eu estou otimista, com o pé no chão”, disse ele em coletiva de imprensa sobre os resultados do banco no primeiro trimestre deste ano.

Um dos pontos, segundo ele, foi a sinalização do Federal Reserve (o banco central norte-americano), que, na quarta-feira, divulgou a decisão de manter os juros nos Estados Unidos, mas que descartou uma alta de juros, temor que entrou no radar do mercado nas últimas semanas. “O mercado mundial recebeu bem o recado do Fed”, disse ele.

O executivo mencionou ainda a alteração da perspectiva da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s, de estável para positiva, também divulgada na quarta-feira. “Nós temos um crescimento de PIB que vai mais para 2,5% do que para 2% neste ano”, afirmou Noronha.