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Lucro da Marcopolo subiu 2,7% e chegou a R$ 272,4 milhões

A receita operacional líquida totalizou R$ 2,04 bilhões, valor 14,6% superior em relação ao intervalo de outubro a dezembro de 2022.

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27 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
Lucro da Marcopolo subiu 2,7% e chegou a R$ 272,4 milhões
O resultado financeiro líquido do trimestre encerrado em dezembro ficou negativo em R$ 17,4 milhões.

A Marcopolo registrou lucro líquido de R$ 272,4 milhões no quarto trimestre de 2023, uma alta de 2,7% ante o mesmo período do ano anterior. No período, a receita operacional líquida totalizou R$ 2,04 bilhões, valor 14,6% superior em relação ao intervalo de outubro a dezembro de 2022.

Do total, R$ 1,15 bilhão foram provenientes do mercado interno, ou 56,5% do total, enquanto R$ 271,5 milhões de exportações, ou 13,2%, além de R$ 619,3 milhões das operações internacionais, ou 30,2% da receita.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 287,5 milhões no último trimestre do ano passado, uma elevação de 49,6% na base anual de comparação. Segundo a companhia, tanto o lucro quanto o Ebitda foram afetados pelo melhor ambiente de mercado, com evolução do mix de vendas, devido ao acréscimo de volumes de produtos de maior valor agregado, especialmente no segmento rodoviário, bem como pela recuperação de resultados das operações controladas localizadas no exterior.

Em relação ao retorno sobre o capital investido, conhecido pela sigla ROIC, a Marcopolo teve avanço de 11,2 pontos porcentuais (pp) no quarto trimestre do ano passado na base anual, para 16,4%. Já o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) ficou em 25,6% no período, uma alta de 10,6 pp ante o mesmo intervalo de 2022.

O resultado financeiro líquido do trimestre encerrado em dezembro ficou negativo em R$ 17,4 milhões, sendo que no mesmo período de 2022, ele havia ficado positivo em R$ 117 milhões. No relatório, a empresa explica que o resultado sofreu impacto negativo não recorrente, de R$ 49 milhões, oriundos da hiperinflação e desvalorização cambial do peso argentino em relação ao dólar nas dívidas intercompany contratadas em dólares.

A produção consolidada da Marcopolo foi de 3.560 unidades no 4T23. No Brasil, a produção atingiu 3.003 unidades, 19,4% inferior à do 4T22, enquanto no exterior a produção foi de 566 unidades, 11,4% superior às unidades produzidas no mesmo período do ano anterior. A produção do 4T23 foi afetada pelo menor volume de unidades exportadas, bem como pelo término das entregas direcionadas ao programa federal Caminho da Escola (18 unidades no 4T23 versus 1.101 unidades no 4T22).

A participação de mercado da Marcopolo na produção brasileira de carrocerias foi de 55,4% no 4T23. O avanço da Companhia no segmento de rodoviários é o principal destaque do trimestre, consolidando sua posição de liderança em veículos de maior valor agregado, com o fortalecimento da família de modelos G8. A marca Volare segue na liderança do segmento de micros, enquanto houve recuperação no market share de urbanos.

Mesmo com a queda de volumes no mercado brasileiro de ônibus em 2023, a companhia atingiu resultados crescentes e saudáveis, demonstrando a sustentabilidade de suas operações em cenário adverso. A performance em 2023 estabelece a base de volume com que a companhia iniciou 2024, em um ambiente propenso à renovação das frotas no Brasil e no exterior, após anos de sub renovação. A transição da motorização provocada pela norma Proconve 7, com incremento de preços em chassis, parece superada, não afetando o mercado de forma substancial já a partir do final de 2023.

Também há regularidade na entrega de componentes e a disponibilidade de chassis está normalizada, inclusive no âmbito do programa federal Caminho da Escola.

No mercado de rodoviários, novos pedidos de veículos pesados, utilizados no transporte de longa distância e no turismo, seguem ganhando representatividade e garantem uma boa carteira de pedidos em 2024.

O modelo double decker G8 figura como a preferência do segmento, consolidando-se como veículo diferenciado por sua qualidade estrutural, aerodinâmica, reduzido consumo de combustível, segurança, conforto e design. O setor de fretamento segue sustentando bons volumes, mostrando a força da companhia também em produtos mais leves.