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IPCA subiu 0,83% em fevereiro

A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 1,25%. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 4,50%, de acordo com o IBGE

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13 de março de 2024
Vinicius Palermo
IPCA subiu 0,83% em fevereiro
Os preços do grupo Alimentação e Bebidas aumentaram 0,95% em fevereiro, após alta de 1,38% em janeiro.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou fevereiro com alta de 0,83%, ante uma elevação de 0,42% em janeiro, informou na manhã de terça-feira, 12, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 1,25%. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 4,50%, de acordo com o IBGE, resultado ligeiramente maior que a mediana das projeções do mercado, que apontava aumento de 4,44%. O intervalo das estimativas ia de 4,27% a 4,55%.

Os preços do grupo Alimentação e Bebidas aumentaram 0,95% em fevereiro, após alta de 1,38% em janeiro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,20 ponto porcentual para o IPCA, que subiu 0,83% no mês passado. Em janeiro, havia dado uma contribuição de 0,29 ponto porcentual para uma taxa geral de 0,42%.

Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 1,12% em fevereiro, após ter avançado 1,81% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,49%, ante alta de 0,25% em janeiro.

Os preços do grupo Transportes subiram 0,72% em fevereiro, após queda de 0,65% em janeiro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,15 ponto porcentual para o IPCA, que subiu 0,83% no mês passado. Em janeiro, havia gerado um alívio de 0,14% na taxa geral, de 0,42%.

Os preços de combustíveis tiveram alta de 2,93% em fevereiro, após recuo de 0,39% no mês anterior.  A gasolina subiu 2,93%, após ter registrado queda de 0,31% em janeiro, enquanto o etanol avançou 4,52% nesta leitura, após queda de 1,55% na última.

As famílias brasileiras gastaram 4,98% a mais com Educação em fevereiro, uma contribuição de 0,29 ponto porcentual para a taxa de 0,83% registrada pelo IPCA no mês.

A contribuição do grupo foi a mais expressiva na composição do índice geral de fevereiro. Em janeiro, o grupo Educação havia subido bem menos, 0,33%, e gerado contribuição de apenas 0,02 ponto porcentual na taxa geral de 0,42% do IPCA.

A maior contribuição do grupo em fevereiro partiu do encarecimento de 6,13% dos cursos regulares, devido aos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo.

No período, as maiores elevações ocorreram no ensino médio (8,51%), ensino fundamental (8,24%), pré-escola (8,05%) e creche (6,03%).  Houve reajustes também em curso técnico (6,14%), ensino superior (3,81%) e pós-graduação (2,76%).

As famílias brasileiras gastaram 0,27% a mais com habitação em fevereiro, uma contribuição de 0,04 ponto porcentual para a taxa de 0,83% registrada pelo IPCA no mês. Em janeiro, o grupo Habitação havia subido 0,25% e gerado contribuição também de 0,04 ponto porcentual na taxa geral de 0,42% do IPCA.
Em fevereiro, a taxa de água e esgoto subiu 0,11%, influenciada pela apropriação residual de reajustes de 31,75% em São Luís a partir de 5 de janeiro, de reajuste médio de 4,21% em Belo Horizonte a partir de 1º de janeiro e de 4,18% em Campo Grande a partir de 3 de janeiro.

O gás encanado recuou 1,40%, puxado por uma redução média de 0,45% no Rio de Janeiro a partir de 1º de janeiro e de 1,30% a partir de 1º de fevereiro, além de reduções em Curitiba, de 6,82% a partir de 1º de janeiro e de 2,29% a partir de 1º de fevereiro.

André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, disse que a inflação oficial no país sofreu pressão dos reajustes sazonais de Educação, mas também impulsionou o índice o encarecimento de alimentos e da gasolina.

Os aumentos dos gastos com educação, alimentação e gasolina responderam por cerca de três quartos (aproximadamente 75%) da inflação de 0,83% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em fevereiro.

As despesas com Educação subiram 4,98%, impacto de 0,29 ponto porcentual sobre o IPCA do mês. Os gastos com Alimentação e bebidas avançaram 0,95%, contribuição de 0,20 ponto porcentual. O preço da gasolina aumentou 2,93%, impacto de 0,14 ponto porcentual.

“De fato, o grupo Educação teve o maior impacto e a maior variação do mês de fevereiro. Porém, a gente também teve outros grupos que tiveram uma contribuição relevante, como é o caso, por exemplo, dos alimentícios e também o grupo dos Transportes”, apontou Almeida.

Segundo ele, os alimentos têm sido pressionados por um efeito sazonal de condições climáticas desfavoráveis para alguns itens in natura, que neste verão foram exacerbadas pelo fenômeno El Niño. “No caso dos alimentícios, os preços continuaram subindo, mas num ritmo menor do que no mês passado (janeiro)”, observou.

Nos transportes, embora tenha havido recuo nas passagens aéreas, os combustíveis ficaram mais caros, sobretudo a gasolina, item de maior peso na composição do IPCA. “A partir de 1º de fevereiro houve aumento de ICMS sobre gasolina e óleo diesel. Então isso pode ter contribuído para essa alta na gasolina e no diesel também. Mas a gasolina teve alta superior”, justificou.

Quanto à Educação, Almeida explica que o IPCA costuma concentrar a maior parte do aumento anual das mensalidades no mês de fevereiro.

“Normalmente a gente incorpora essa inflação de reajustes de mensalidades escolares em fevereiro e em agosto. Normalmente em fevereiro esse impacto é maior, mas alguns resquícios são assimilados em agosto. Os reajustes concedidos no segundo semestre a gente acaba incorporando no mês de agosto”, explicou ele.

Na direção oposta, os principais alívios no IPCA do mês de fevereiro partiram da passagem aérea (-0,09 ponto porcentual) e cinema, teatro e concertos (-0,02 p.p.). “Teve a semana do cinema, praticamente todos os cinemas do País deram descontos na semana”, contou Almeida.