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IPCA registrou aumento de 0,42% em janeiro

No acumulado de 12 meses, o IPCA desacelerou de 4,62% para 4,51% – também acima da mediana, de 4,43%. As estimativas dos analistas iam de 4,24% a 4,62%.

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09 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
IPCA registrou aumento de 0,42% em janeiro
A alimentação fora do domicílio subiu 0,25%, ante alta de 0,53% em dezembro.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em de 0,42% em janeiro, de acordo com dados do IBGE divulgados na quinta-feira, 8. O índice desacelerou em relação à taxa de 0,56% vista em dezembro.

No acumulado de 12 meses, o IPCA desacelerou de 4,62% para 4,51% – também acima da mediana, de 4,43%. As estimativas dos analistas iam de 4,24% a 4,62%.

Com o resultado de janeiro, o IPCA em 12 meses está ligeiramente acima do teto da meta de inflação, de 4,50%. Em 2023, o índice acumulou alta de 4,62%, abaixo do teto da meta para o período, de 4,75%.

Os preços do grupo Alimentação e Bebidas aumentaram 1,38% em janeiro, após alta de 1,11% em dezembro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,29 ponto porcentual para o IPCA, que subiu 0,42% no mês passado ante 0,56% em dezembro.

Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 1,81% em janeiro, após ter avançado 1,34% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,25%, ante alta de 0,53% em dezembro.

Os preços do grupo Transportes caíram 0,65% em janeiro, após alta de 0,48% em dezembro. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,14 ponto porcentual para o IPCA, que subiu 0,42% no mês passado ante 0,56% em dezembro.

Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,39% em janeiro, após recuo de 0,50% no mês anterior.  A gasolina caiu 0,31%, após ter registrado queda de 0,34% em dezembro, enquanto o etanol recuou 1,55% nesta leitura, após queda de 1,24% na última.

As famílias brasileiras gastaram 0,25% a mais com habitação em janeiro, uma contribuição de 0,04 ponto porcentual para a taxa de 0,42% registrada pelo IPCA no mês. Em dezembro de 2023, o grupo Habitação havia subido 0,34% e gerado um impacto de 0,05 ponto porcentual na taxa de 0,56% do IPCA.

Em janeiro de 2024, a energia elétrica residencial recuou 0,64%, influenciada pela incorporação de alterações nas alíquotas de ICMS no Recife (1,79%), Fortaleza (-0,27%) e Salvador (-9,11%), a partir de 1º de janeiro, além da apropriação do reajuste de 13,00% nas tarifas em Rio Branco (5,00%) em 13 de dezembro.

Ainda em Habitação, a taxa de água e esgoto subiu 0,83%, devido a reajustes de 31,75% em São Luís em 5 de janeiro, de 4,21% em Belo Horizonte a partir de 1º de janeiro e de 4,18% em Campo Grande em 3 de janeiro.

O gás encanado aumentou 0,22%, como reflexo de reajustes tarifários de 3,30% em São Paulo em 10 de dezembro, de -0,45% no Rio de Janeiro em 1º de janeiro e de -6,82% em Curitiba também a partir de 1º de janeiro.

As famílias brasileiras gastaram 0,83% a mais com saúde e cuidados pessoais em janeiro, uma contribuição de 0,11 ponto porcentual para a taxa de 0,42% registrada pelo IPCA no mês. Em dezembro de 2023, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais havia subido 0,35% e gerado um impacto de 0,05 ponto porcentual na taxa de 0,56% do IPCA.

Em janeiro de 2024, os itens de higiene pessoal subiram 0,94% em janeiro, impulsionados pelas altas em produto para pele (2,64%) e perfume (1,46%). O plano de saúde ficou 0,76% mais caro. Os produtos farmacêuticos também subiram, alta de 0,70% em janeiro.

A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de um aumento de 0,60% em dezembro para uma alta de 0,02% em janeiro.

A desaceleração nos serviços foi puxada pela queda de 15,22% nas passagens aéreas, apontou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

A inflação de serviços teria sido de 0,45% em janeiro não fosse a redução nas passagens aéreas. O subitem também reduziu o resultado do IPCA de janeiro como um todo, que teria sido de 0,57% no mês, se excluída a queda nas passagens aéreas, calculou o instituto.

Quanto aos demais serviços investigados, Almeida lembra que houve um aumento sazonal em hospedagem (0,55%) em janeiro, mas queda no transporte por aplicativo (-10,19%).

Segundo ele, a melhora no emprego e a expansão na renda podem, eventualmente, contribuir para o consumo das famílias, com aumento na demanda por serviços, porém, é necessário aguardar os próximos resultados e observar se isso de fato vai se concretizar. Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de alta de 0,31% em dezembro para aumento de 0,19% em janeiro.

No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 6,22% em dezembro para 5,62% em janeiro. A inflação de monitorados em 12 meses saiu de 9,12% em dezembro para 8,56% em janeiro. O IPCA em 12 meses foi de 4,51% em janeiro.

“A gente tem observado essa desaceleração da inflação de serviços, embora ela ainda esteja acima do índice geral”, apontou Almeida. “Desde meados de 2022, de modo geral, a gente tem observado trajetória de desaceleração no indicador de serviços.”