O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) subiu 0,69% em março, após ter avançado 0,76% em fevereiro, informou na manhã de sexta-feira, 24, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pela reportagem, que esperavam uma alta de 0,58% a 0,81%, mas um pouco acima da mediana positiva de 0,67%. Com o resultado anunciado na sexta-feira, o IPCA-15 registrou um aumento de 2,01% no acumulado do ano.
Em 12 meses, a alta foi de 5,36%, ante taxa de 5,63% até fevereiro, de acordo com o IBGE. As projeções, nesse caso, iam de avanço de 5,24% a 5,90%, com mediana de 5,34%.
A alta foi a mais branda para o mês desde 2020, quando houve elevação de 0,02%. No mês de março de 2022, o IPCA-15 tinha subido 0,95%. Em fevereiro de 2023, havia avançado 0,76%.
O resultado de março de 2023 fez a taxa acumulada em 12 meses descer ao menor patamar desde fevereiro de 2021, quando era de 4,57%. A taxa do IPCA-15 acumulada em 12 meses desacelerou de 5,63%, em fevereiro, para 5,36% em março.
Com o resultado mensal de março de 2023 anunciado na sexta-feira pelo IBGE, o IPCA-15 registrou um aumento de 2,01% no acumulado do ano.
A queda nos preços de proteínas como as carnes e frango voltou a ajudar a desacelerar o ritmo de aumento dos preços de alimentos na passagem de fevereiro para março. O grupo Alimentação e Bebidas passou de uma alta de 0,39% em fevereiro para uma elevação de 0,20% em março.
O grupo Alimentação e Bebidas deu uma contribuição de 0,04 ponto porcentual para a taxa de 0,69% do IPCA-15 deste mês. A alimentação no domicílio subiu 0,02%. Houve quedas de preços na batata-inglesa (-13,14%), tomate (-6,34%), cebola (-12,13%) e óleo de soja (-2,47%).
Quanto às proteínas, as carnes ficaram 0,91% mais baratas, com destaque para a redução no contrafilé (-2,04%). O preço da picanha diminuiu 1,43%. O preço do frango em pedaços caiu 1,94% e o frango inteiro reduziu 0,02%. Por outro lado, o ovo de galinha aumentou 8,0% em março.
A alimentação fora do domicílio subiu 0,68%. O lanche teve alta de 1,02%, e a refeição fora de casa aumentou 0,50%.
Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma alta de 0,63% em fevereiro para uma elevação de 0,81% em março. A taxa do IPCA-15 foi de 0,69% em março. A aceleração no grupo foi puxada pela alta de 2,85% na energia elétrica residencial, uma contribuição de 0,11 ponto porcentual.
As variações nas contas de luz se estenderam desde uma queda de 1,13% no Rio de Janeiro, onde houve redução de PIS/Cofins, até um aumento de 11,66% em Belo Horizonte, onde as tarifas de uso dos sistemas de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD) foram incluídas novamente na base de cálculo do ICMS, movimento que também ocorreu em Porto Alegre (10,76%), Curitiba (10,42%) e em uma das concessionárias de São Paulo (1,12%).
No Rio de Janeiro, houve reajustes de 7,49% e 6,00% nas duas concessionárias pesquisadas, ambos a partir de 15 de março, último dia do período de referência do IPCA-15.
Ainda em Habitação, a taxa de água e esgoto subiu 0,48%, devido a reajustes de 11,81% em Salvador e de 3,54% em Fortaleza.
O gás encanado diminuiu 0,60%, em consequência da redução de 2,86% nas tarifas no Rio de Janeiro a partir de 1º de fevereiro.
Os gastos das famílias brasileiras com Saúde e Cuidados Pessoais passaram de uma alta de 0,55% em fevereiro para uma elevação de 1,18% em março, uma contribuição positiva de 0,15 ponto porcentual para o IPCA-15 deste mês.
Os perfumes subiram 5,88% em março, um impacto de 0,06 ponto porcentual sobre a inflação.
Com isso, os itens de higiene pessoal tiveram alta de 2,36% no IPCA-15 de março, influenciados também pelos aumentos nos artigos de maquiagem (3,81%), sabonetes (1,85%) e produtos para cabelo (1,34%).
O plano de saúde aumentou 1,20% em março, incorporando a fração mensal dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.
O resultado dos Artigos de Residência foi influenciado pelo recuo de 1,81% de TV, som e informática, em particular os televisores (-1,89%) e os computadores pessoais (-1,68%).
O resultado geral do IPCA-15 em março foi decorrente de altas de preços em todas as 11 regiões pesquisadas.
A taxa mais branda ocorreu em Salvador (0,37%), enquanto as mais acentuadas foram registradas em Porto Alegre (1,13%) e Curitiba (1,13%).