Brasil teve déficit de US$ 6,526 bilhões na conta corrente em setembro, informou o Banco Central (BC). O déficit de setembro foi o maior para o mês desde 2022, quando as transações correntes tiveram saldo negativo de US$ 6,628 bilhões, de acordo com a série histórica do BC. Em setembro de 2023, o resultado das transações correntes foi positivo em US$ 267,6 milhões.
A balança comercial teve superávit de US$ 4,808 bilhões, segundo a metodologia do BC. A conta de serviços teve déficit de US$ 4,983 bilhões, enquanto a conta de renda primária ficou negativa em US$ 6,532 bilhões. A conta financeira teve déficit de US$ 8,589 bilhões.
O déficit da conta corrente soma US$ 37,258 bilhões em 2024, até setembro, e US$ 45,761 bilhões em 12 meses – o equivalente a 2,07% do Produto Interno Bruto (PIB). Esta relação é a maior desde abril de 2023, quando estava em 2,14%.
No último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o BC esperava um déficit de US$ 51,0 bilhões nas transações correntes em 2024, equivalente a 2,3% do PIB.
A entrada líquida de Investimentos Diretos no País (IDP) somou US$ 5,229 bilhões em setembro. Em setembro de 2023, a entrada líquida de IDP havia sido de US$ 5,149 bilhões, conforme os dados do BC. A entrada de IDP soma US$ 56,399 bilhões em 2024, até setembro. No acumulado dos últimos 12 meses, o montante é de US$ 70,712 bilhões, o equivalente a 3,20% do Produto Interno Bruto (PIB).
No último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o BC esperava entrada total de US$ 70 bilhões em IDP em 2024, o equivalente a 3,2% do PIB.
A rubrica de lucros e dividendos no balanço de pagamentos teve saldo negativo de US$ 4,505 bilhões em setembro, informou o Banco Central (BC). Em setembro de 2023, os lucros e dividendos tiveram saldo negativo de US$ 2,955 bilhões.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 2,068 bilhões em setembro, contra US$ 2,146 bilhões em igual mês do ano passado.
No acumulado de 2024, até setembro, o saldo da rubrica de lucros e dividendos é negativo em US$ 34,311 bilhões. As despesas com juros somam US$ 21,577 bilhões.
O investimento estrangeiro em ações brasileiras foi negativo em US$ 1,684 bilhão em setembro. Em igual mês de 2023, o resultado havia sido negativo em US$ 481 milhões.
O investimento líquido em fundos de investimento no Brasil foi positivo em US$ 410 milhões. Em igual mês do ano passado, havia sido positivo em US$ 4 milhões.
O saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou positivo em US$ 4,323 bilhões. No mesmo mês de 2023, havia somado US$ 2,311 bilhões.
No acumulado de 2024 até setembro, o investimento estrangeiro em ações brasileiras tem saldo negativo de US$ 10,226 bilhões, enquanto o investimento em fundos de investimento tem entrada líquida de US$ 1,766 bilhão. O saldo em títulos de renda fixa negociados no País nesse período é positivo em US$ 10,704 bilhões.
O Banco Central (BC) estima que a dívida externa brasileira atingiu US$ 373,574 bilhões em setembro. De acordo com as estimativas, a dívida externa era de US$ 369,274 bilhões em agosto. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 272,522 bilhões em setembro, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 101,052 bilhões.
A conta de viagens internacionais teve déficit de US$ 783 milhões em setembro, informou o Banco Central. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil. Em setembro de 2023, o déficit nessa conta foi de US$ 674 milhões.
O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado pelas despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,313 bilhão. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 530 milhões.
A conta de viagens internacionais tem déficit de US$ 5,629 bilhões no acumulado do ano até setembro. No mesmo período de 2023, o déficit nessa conta foi de US$ 5,958 bilhões.
A taxa de rolagem de empréstimos de médio e longo prazo captados no exterior ficou em 98% em setembro, informou o Banco Central (BC). Em igual mês de 2023, era de 86%. Quando abaixo de 100%, o patamar significa que não houve captação de valor em quantidade suficiente para rolar compromissos das empresas no período, ficando um pouco abaixo do total.
A taxa de rolagem dos títulos de longo prazo ficou em 203%, muito acima do nível observado em igual mês de 2023, de 52%. A taxa dos empréstimos diretos atingiu 77%, contra 94% em setembro do ano passado.
No acumulado de 2024, até setembro, a taxa de rolagem total ficou em 113%. A taxa dos títulos de longo prazo foi de 200% e a dos empréstimos diretos, de 103%.