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IPCA-15 registrou aumento de 0,40% em dezembro

O grupo Transportes passou de uma elevação 0,18% em novembro para um aumento de 0,77% em dezembro, uma contribuição de 0,16 ponto porcentual para a inflação.

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28 de dezembro de 2023
IPCA-15 registrou aumento de 0,40% em dezembro
Foto: Divulgação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,40% em dezembro, após ter subido 0,33% em novembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou acima de todas as estimativas dos analistas do mercado financeiro, que iam de 0,17% a 0,35%, com mediana positiva de 0,25%. Com o resultado anunciado na quinta, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,72% no ano de 2023, pouco aquém do teto da meta, de 4,75%, também superando as expectativas. As projeções iam de avanço de 4,30% a 4,66%, com mediana de 4,56%.

O grupo Transportes passou de uma elevação 0,18% em novembro para um aumento de 0,77% em dezembro, uma contribuição de 0,16 ponto porcentual para a inflação de 0,40% medida pelo IPCA-15 deste mês. A alta de 9,02% no preço das passagens aéreas deu a maior contribuição individual para o IPCA-15 do mês, 0,09 ponto porcentual.

Já os combustíveis recuaram 0,27% em dezembro. A gasolina ficou 0,24% mais barata. Houve quedas também no etanol (-0,35%) e no óleo diesel (-0,75%). O gás veicular subiu 0,08%. O táxi teve alta de 0,83%, devido ao reajuste de 6,67% em São Paulo a partir de 28 de outubro. O ônibus urbano aumentou 1,91%, influenciado pelo reajuste de 6,12% em Salvador a partir de 13 de novembro e pela recomposição de preços em São Paulo.

“Em São Paulo, destaca-se a alta de 6,67% nos subitens trem, metrô, ônibus urbano e integração de transporte público, que haviam recuado 6,25%, no mês anterior, em decorrência da gratuidade concedida nos transportes metropolitanos para toda a população nos dias de realização das provas do Enem”, explicou o IBGE.

Os preços dos alimentos ficaram mais caros em dezembro. O grupo Alimentação e bebidas saiu de uma alta de 0,82% em novembro para uma elevação de 0,54% em dezembro, uma contribuição de 0,12 ponto porcentual para a taxa.

A alimentação no domicílio subiu 0,55% em dezembro. Houve altas de preços na cebola (10,63%), batata-inglesa (10,32%), arroz (5,46%) e carnes (0,65%). Na direção oposta, as famílias pagaram menos pelo tomate (-7,95%) e leite longa vida (-1,91%). A alimentação fora do domicílio aumentou 0,53%. A refeição fora de casa subiu 0,46%, e o lanche avançou 0,50%.

Embora o IPCA-15 tenha acelerado de 0,33% em novembro para 0,40% em dezembro, a taxa foi a mais baixa para este mês desde 2018, quando havia caído 0,16%. O IPCA-15 fechado de 2023 foi o mais baixo desde 2020, quando ficou em 4,23%.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que apenas a questão do aumento dos preços das passagens aéreas é fonte de preocupação dentro do IPCA. “Só um item, o de passagens aéreas, está nos preocupando no IPCA”, disse o ministro durante entrevista coletiva. De acordo com ele, os preços subiram 65% nos últimos quatro meses. “Já estavam cara e subiram 65%”, reforçou.

Haddad salientou que a alta desse serviço não é uma inflação que afeta de maneira uniforme toda a sociedade, mas citou que pode ter impacto para as pessoas que viajam a trabalho. “É um impacto muito forte no IPCA. Não sei quanto representa no IPCA, mas não é se desconsiderar, é pesado. Isso inspira muito cuidado”, afirmou.