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IPCA-15 registrou aumento de 0,21% em abril

Com o resultado anunciado na sexta, o IPCA-15 registrou um aumento de 1,67% no acumulado de 2024. Em 12 meses até abril, a alta foi de 3,77%, ante taxa de 4,14% até março.

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27 de abril de 2024
Vinicius Palermo
IPCA-15 registrou aumento de 0,21% em abril
A alta foi a mais branda desde outubro de 2023, quando o índice também subiu 0,21%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) subiu 0,21% em abril, após ter avançado 0,36% em março, informou na sexta-feira, 26, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em abril de 2023, o IPCA-15 foi de 0,57%. Com o resultado anunciado na sexta, o IPCA-15 registrou um aumento de 1,67% no acumulado de 2024. Em 12 meses até abril, a alta foi de 3,77%, ante taxa de 4,14% até março.

A alta foi a mais branda desde outubro de 2023, quando o índice também subiu 0,21%. Considerando apenas meses de abril, o IPCA-15 foi o mais baixo desde 2020, quando caiu 0,01%. O resultado de abril de 2024 fez a taxa acumulada em 12 meses voltar a desacelerar.

Os preços do grupo Alimentação e Bebidas aumentaram 0,61% em abril, após alta de 0,91% em março. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,13 ponto porcentual para o IPCA-15, que subiu 0,21% no mês.

Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 0,74% em abril, após ter avançado 1,04% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,25%, ante alta de 0,59% em março.

O resultado pode ter divergências pontuais com o impacto divulgado pelo IBGE, que considera mais casas decimais do que as disponibilizadas publicamente na taxa de cada item.

Os preços do grupo Transportes caíram 0,49% em abril, após alta de 0,43% em março. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,10 ponto porcentual para o IPCA-15, que subiu 0,21% no mês.

Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,03% em abril, após avanço de 2,41% no mês anterior. A gasolina caiu 0,11%, após ter registrado alta de 2,39% em março, enquanto o etanol avançou 0,87% nesta leitura, após alta de 4,27% na última.

O resultado pode ter divergências pontuais com o impacto divulgado pelo IBGE, que considera mais casas decimais do que as disponibilizadas publicamente na taxa de cada item.

Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma elevação de 0,19% em março para aumento de 0,07% em abril, gerando uma contribuição positiva de 0,01%.

A taxa geral do IPCA-15 foi de 0,21% em abril, o que representou uma desaceleração ante a taxa de 0,36% de março. No IPCA-15 de março, a alta de 0,19% do grupo Habitação havia gerado uma contribuição positiva de 0,03 ponto porcentual no resultado geral da inflação.

No IPCA-15 de abril, a energia elétrica residencial recuou 0,07%, a despeito dos reajustes de 3,84%, a partir de 15 de março, e de 2,76%, a partir de 19 de março, aplicados nas duas concessionárias pesquisadas no Rio de Janeiro. A taxa de água e esgoto subiu 0,05%, devido ao reajuste de 1,95% em Goiânia a partir de 1º de abril.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 15 de março a 15 de abril de 2024 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de fevereiro a 14 de março de 2024 (base).

Os gastos das famílias brasileiras com saúde e cuidados pessoais passaram de uma elevação de 0,61% em março para uma alta de 0,78% em abril, gerando uma contribuição positiva de 0,10 ponto porcentual para o IPCA-15 deste mês.

O movimento em abril foi impulsionado pelos aumentos no plano de saúde e nos produtos farmacêuticos. Os produtos farmacêuticos subiram 1,36% em abril, resultando numa contribuição conjunta de 0,05 ponto porcentual para o IPCA-15, após a autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março.

Já o plano de saúde encareceu 0,77%, incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2023 a 2024.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que é preciso entender a mecânica desinflacionária no País. Segundo ele, os dados do IPCA-15 vieram um pouco melhores do que ele esperava, mas ainda é preciso avaliar os números mais detalhadamente. Para Campos Neto, é preciso ver a tendência de inflação na meta se realizar, dado que as expectativas, hoje, ainda estão longe do centro da meta.

Os comentários foram feitos durante palestra no evento Cenário e Perspectivas para o Brasil, promovido pelo Young Presidents Organization (YPO).

Campos Neto ponderou que no Brasil a inflação está em processo de convergência e que é importante ela voltar para a meta. “A inflação alta é o maior detrator de igualdade e a missão de manter a inflação na meta é muito importante”, disse.

Ele reforçou que a inflação na meta é a maior política social que o País pode fazer e ressaltou a preocupação com dados sobre os preços de serviços.Segundo o presidente do Banco Central, não é possível dizer que inflação de serviços vem do mercado de trabalho. Ele também reforçou que o BC analisa dados de inflação subjacente.