Economia
Desaceleração

Indústria opera 18,5% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011

Os bens intermediários estão 15,3% aquém do auge de maio de 2011, e os bens semiduráveis e não duráveis operam em nível 14,6% inferior ao pico de junho de 2013.

Compartilhe:
02 de junho de 2023
Vinicius Palermo
Indústria opera 18,5% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011
O IBGE revisou o resultado da produção da indústria em março ante fevereiro, de 1,1% para 1,0%.

Em abril, a indústria brasileira operava 18,5% aquém do pico alcançado em maio de 2011. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na categoria de bens de capital, a produção está 34,5% abaixo do pico registrado em abril de 2013, enquanto os bens de consumo duráveis operam 42,7% abaixo do ápice de março de 2011.

Os bens intermediários estão 15,3% aquém do auge de maio de 2011, e os bens semiduráveis e não duráveis operam em nível 14,6% inferior ao pico de junho de 2013.

O IBGE revisou o resultado da produção industrial em março ante fevereiro, de 1,1% para 1,0%. Em bens de capital, a taxa de março ante fevereiro saiu de 6,3% para 8,6%, enquanto o resultado de fevereiro ante janeiro passou de 0,6% para 0,3%, e a taxa de janeiro ante dezembro de 2022 foi revista de -4,1% para -4,4%.

Na categoria de bens de consumo duráveis, a taxa de março ante fevereiro passou de 2,5% para 2,2%. O resultado de fevereiro ante janeiro saiu de -1,5% para -1,7%, e o resultado de janeiro ante dezembro de 2022 passou de -1,2% para -0,7%.

O recuo de 0,6% na produção industrial em abril ante março foi resultado de perdas em 16 dos 25 ramos pesquisados. As principais influências negativas partiram de produtos alimentícios (-3,2%), máquinas e equipamentos (-9,9%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,6%).

Outras quedas relevantes ocorreram em equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-9,4%), indústrias extrativas (-1,1%), bebidas (-3,6%), produtos de metal (-3,3%), outros equipamentos de transporte (-5,2%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,9%).

Na direção oposta, entre as oito atividades em alta, a de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,6%) exerceu o principal impacto positivo, com o terceiro aumento consecutivo, período em que acumulou crescimento de 6,3%.

De acordo com o IBGE, a queda de 2,7% na produção industrial em abril de 2023 ante abril de 2022 foi decorrente de recuos em 18 dos 25 ramos industriais investigados na Pesquisa Industrial Mensal.

Os principais impactos negativos partiram de produtos químicos (-12,2%), veículos automotores (-9,7%) e máquinas e equipamentos (-14,3%). Houve perdas relevantes também em equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-15,7%), metalurgia (-5,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-12,2%), produtos de metal (-8,7%), produtos de minerais não metálicos (-9,6%), bebidas (-7,2%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-9,9%) e produtos de madeira (-15,9%).

Na direção oposta, entre as sete atividades em alta, as maiores contribuições positivas foram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,2%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (18,1%). Outros aumentos importantes foram assinalados por ramos de produtos alimentícios (2,0%), indústrias extrativas (1,4%) e outros equipamentos de transporte (19,2%).

O índice de difusão, que mostra a proporção de produtos com avanço na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior, passou de 44,6% em março para 38,4% em abril.