Economia
Passagem aérea

IGP-DI registrou queda de 2,33% em maio

As quedas nos preços da passagem aérea (-17,91%) e da gasolina (-1,97%) deram as principais contribuições para a desaceleração da inflação no varejo medida pelo IGP-DI de maio.

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06 de junho de 2023
IGP-DI registrou queda de 2,33% em maio
Foto: Marcelo Camargo - ABr

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou queda de 2,33% em maio, após uma redução de 1,01% em abril, divulgou na terça-feira, 6, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado do indicador ficou abaixo do intervalo das previsões do mercado financeiro, que estimavam uma queda desde 2,15% a 1,60%, com mediana negativa de 1,88%.

Com o resultado, o IGP-DI acumulou uma redução de 3,56% no ano. Em 12 meses, houve recuo de 5,49%.
A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-DI. O IPA-DI, que representa o atacado, teve redução de 3,37% em maio, ante uma queda de 1,56% em abril. O IPC-DI, que apura a evolução de preços no varejo, subiu 0,08% em maio, após alta de 0,50% em abril. Já o INCC-DI, que mensura o impacto de preços na construção, teve elevação de 0,59% em maio, depois da alta de 0,14% em abril.

O período de coleta de preços para o índice de maio foi do dia 1º ao dia 31 do mês. O núcleo do IPC-DI de maio subiu 0,38%, após a elevação de 0,35% registrada em abril. O núcleo do IPC-DI é usado para mensurar tendências e calculado a partir da exclusão das principais quedas e das mais expressivas altas de preços no varejo. Ainda de acordo com a FGV, o núcleo acumulou uma elevação de 1,65% no ano e aumento de 3,96% em 12 meses.

As quedas nos preços da passagem aérea (-17,91%) e da gasolina (-1,97%) deram as principais contribuições para a desaceleração da inflação no varejo medida pelo IGP-DI de maio.
Seis das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais baixas: Educação, Leitura e Recreação (de -0,62% em abril para -3,37% em maio), Saúde e Cuidados Pessoais (de 1,51% para 0,73%), Transportes (de 0,19% para -0,22%), Alimentação (de 0,67% para 0,41%), Comunicação (de 0,60% para 0,22%) e Vestuário (de 0,52% para 0,46%).

As principais contribuições partiram dos itens: passagem aérea (de -3,67% para -17,91%), medicamentos em geral (de 3,23% para 0,81%), gasolina (de -0,38% para -1,97%), frutas (de -0,33% para -1,76%), tarifa de telefone móvel (de 1,60% para 0,62%) e calçados (de 1,13% para 0,72%).

Na direção oposta, as taxas foram mais elevadas nos grupos Habitação (de 0,48% para 0,85%) e Despesas Diversas (de 0,20% para 0,94%), sob influência dos itens: taxa de água e esgoto residencial (de 0,00% para 2,58%) e jogo lotérico (de 0,42% para 11,77%).

O núcleo do IPC-DI passou de alta de 0,35% em abril para elevação de 0,38% em maio. Dos 85 itens componentes do IPC, 35 foram excluídos do cálculo do núcleo. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com aumentos de preços, passou de 69,68% em abril para 62,90% em maio.
A alta nos custos da mão de obra acelerou a inflação da construção no IGP-DI) de maio. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) passou de um avanço de 0,14% em abril para uma elevação de 0,59% em maio.

O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços saiu de um aumento de 0,28% em abril para uma queda de 0,02% em maio. O custo dos Materiais e Equipamentos passou de uma elevação de 0,28% em abril para uma redução de 0,13% em maio, enquanto os Serviços saíram de alta de 0,30% para aumento de 0,51%. Já o índice que representa o custo da Mão de Obra passou de estabilidade em abril (0,00%) para uma elevação de 1,22% em maio.

As quedas de preços no óleo diesel (-14,82%) e de grandes commodities, como o minério de ferro (-11,89%), aprofundaram a deflação no atacado. “A queda dos preços do diesel (de -3,85% para -14,82%) e de grandes commodities, especialmente do minério de ferro (de -7,94% para -11,89%) e do milho (de -8,06% para -16,85%), explicam o aprofundamento da deflação ao produtor. No âmbito do consumidor, as maiores contribuições para a desaceleração do índice partiram de passagens aéreas (de -3,67% para -17,91%) e gasolina (de -0,38% para -1,97%).

Na construção civil, a aceleração foi conduzida por acordos coletivos que justificam o acréscimo registrado pela mão-de-obra, cuja variação foi de 1,22% em maio”, afirmou André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), em nota oficial.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) passou de uma redução de 1,56% em abril para um recuo de 3,37% em maio. Na análise por estágios de processamento, o grupo Bens Finais arrefeceu de 0,77% em abril para -0,71% em maio, tendo como principal responsável o item combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 0,40% para -6,60%.

O grupo Bens Intermediários caiu de -0,89% em abril para -3,24% em maio, puxado pelo subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -2,85% para -12,28%.

O grupo das Matérias-Primas Brutas recuou de -4,45% em abril para -6,11% em maio, com contribuição dos itens: milho em grão (de -8,06% para -16,85%), bovinos (de 1,84% para -5,25%) e minério de ferro (de -7,94% para -11,89%). Em sentido oposto, as taxas foram mais elevadas na soja em grão (de -9,89% para -7,71%), aves (de -1,10% para 0,08%) e leite in natura (de 2,55% para 3,43%).