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IGP-DI de julho registrou queda de 0,40%

Com o resultado, o IGP-DI acumulou uma redução de 5,35% no ano. Em 12 meses, houve recuo de 7,47%.

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07 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
IGP-DI de julho registrou queda de 0,40%
A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-DI.

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou queda de 0,40% em julho, após uma redução de 1,45% em junho, divulgou na segunda-feira, 7, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com o resultado, o IGP-DI acumulou uma redução de 5,35% no ano. Em 12 meses, houve recuo de 7,47%.

A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-DI. O IPA-DI, que representa o atacado, teve redução de 0,61% em julho, ante uma queda de 2,13% em junho. O IPC-DI, que apura a evolução de preços no varejo, subiu 0,07% em julho, após queda de 0,10% em junho. Já o INCC-DI, que mensura o impacto de preços na construção, teve elevação de 0,10% em julho, depois da alta de 0,71% em junho. O período de coleta de preços para o índice de julho foi do dia 1º ao dia 31 do mês.

O núcleo do Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna (IPC-DI) de julho subiu 0,22%, após a elevação de 0,16% registrada em junho. O núcleo do IPC-DI é usado para mensurar tendências e calculado a partir da exclusão das principais quedas e das mais expressivas altas de preços no varejo. Ainda de acordo com a FGV, o núcleo acumulou uma elevação de 2,03% no ano e aumento de 3,39% em 12 meses.

Os preços dos alimentos registraram novo recuo, e a energia elétrica também ficou mais barata, mas a alta de 4,08% na gasolina pressionou a inflação no varejo.

Quatro das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais elevadas: Transportes (de -1,14% em junho para 1,07% em julho), Educação, Leitura e Recreação (de 0,87% para 1,33%), Despesas Diversas (de 0,12% para 0,48%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,19% para 0,25%). As principais contribuições partiram dos itens: gasolina (de -0,29% para 4,08%), passagem aérea (de 4,77% para 6,20%), serviços bancários (de 0,00% para 0,63%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (de -0,39%para -0,04%).

Na direção oposta, as taxas foram mais baixas nos grupos Habitação (de 0,23% para -1,06%), Vestuário (de 0,50% para -0,33%) e Comunicação (de 0,14% para 0,04%), sob influência dos itens tarifa de eletricidade residencial (de 1,20% para -4,64%), roupas (de 0,57% para -0,40%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (de 0,10% para -0,03%).

O grupo Alimentação repetiu a queda de 0,36% registrada no mês anterior. As frutas ficaram mais caras (de -2,77% para 1,61%), mas houve recuo em aves e ovos (de -1,13% para -3,41%).

O núcleo do IPC-DI passou de alta de 0,16% em junho para uma elevação de 0,22% em julho. Dos 85 itens componentes do IPC, 29 foram excluídos do cálculo do núcleo. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com aumentos de preços, passou de 53,87% em junho para 53,55% em julho.

As altas de preços de grandes commodities reduziram a magnitude da deflação no atacado. O IGP-DI saiu de um recuo de 1,45% em junho para uma redução de 0,40% em julho. Com este resultado, o índice acumulou queda de 7,47% em 12 meses. Em julho de 2022, o índice tinha caído 0,38% e acumulava elevação de 9,13% em 12 meses.

“Nesta apuração, commodities de peso, que por inúmeros meses registraram queda em seus preços, apresentaram reversão desse processo e registraram aumentos, reduzindo o ritmo de queda do IPA e sua influência sobre o IGP. Estas commodities ficaram entre as maiores influências positivas do índice ao produtor, dentre as quais vale destacar: soja (de -3,61% para 3,82%), minério de ferro (de -2,19% para 1,95%) e bovinos (de -5,70% para 1,71%)”, enumerou André Braz, coordenador dos Ibre/FGV.

Na análise por estágios de processamento, o grupo Bens Finais passou de um recuo de 1,05% em junho para uma queda de 1,11% em julho, sob influência do subgrupo alimentos in natura, cuja variação saiu de -0,15% para -3,07%.

O grupo Bens Intermediários passou de -1,73% em junho para -0,60% em julho, tendo como principal responsável o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa saiu de -5,28% para 1,24%.

O grupo das Matérias-Primas Brutas passou de queda de 3,71% em junho para recuo de 0,08% em julho. Contribuíram para este movimento os itens: soja em grão (de -3,61% para 3,82%), minério de ferro (de -2,19% para 1,95%) e bovinos (de -5,70% para 1,71%) Na direção oposta, os destaques foram os itens: mandioca/aipim (de -2,80% para -7,48%), cana-de-açúcar (de 0,97% para 0,06%) e café em grão (de -8,65% para -11,26%).

Os preços dos produtos agropecuários no atacado caíram 0,88% em julho, depois de uma queda de 3,81% em junho, dentro do IGP-DI, informou a FGV. Já os produtos industriais recuaram 0,51% em julho, ante redução de 1,49% em junho.

Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais tiveram queda de 1,11% em julho, ante diminuição de 1,05% em junho. Os preços dos bens intermediários caíram 0,60% em julho, depois de recuarem 1,73% em junho. Os preços das matérias-primas brutas registraram redução de 0,08% em julho, após uma queda de 3,71% em junho.