Economia
Deflação

IGP-10 registrou queda de 2,20% em junho

A queda do IGP-10 foi maior que a mediana de 2,12% das estimativas dos analistas do mercado financeiro.

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16 de junho de 2023
Vinicius Palermo
IGP-10 registrou queda de 2,20% em junho
Os preços de Alimentação e Bebidas caíram 0,51% em junho

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) caiu 2,20% em junho, após a queda de 1,53% em maio, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) na sexta-feira, 16. A queda foi maior que a mediana de 2,12% das estimativas dos analistas do mercado financeiro.

Quanto aos três indicadores que compõem o IGP-10 de junho, os preços no atacado medidos pelo IPA-10 tiveram redução de 3,14% em junho, ante uma queda de 2,25% em maio. Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 apresentaram recuo de 0,18% em junho, após o aumento de 0,60% em maio. Já o INCC-10, que mede os preços da construção civil, teve elevação de 1,19% em junho, depois de subir 0,09% em maio.

O IGP-10 acumulou um recuo de 4,14% no ano, de acordo com a FGV. A taxa acumulada em 12 meses ficou negativa em 6,31%. O período de coleta de preços para o indicador de junho foi do dia 11 de maio a 10 deste mês.

As quedas nos preços das passagens aéreas (-11,47%), gasolina (-3,20%), automóvel novo (-1,36%), etanol (-4,68%) e alimentos como o óleo de soja (-9,78%) puxaram a deflação ao consumidor. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) passou de uma elevação de 0,60% em maio para uma queda de 0,18% em junho.

Seis das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais baixas, sendo que quatro delas registraram deflação: Transportes (de 0,52% em maio para -1,23% em junho), Alimentação (de 1,04% para -0,21%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 1,52% para 0,49%), Comunicação (de 1,18% para -0,06%), Educação, Leitura e Recreação (de -1,50% para -1,93%) e Vestuário (de 0,63% para 0,40%).

As principais contribuições partiram dos itens: gasolina (de 0,17% para -3,20%), hortaliças e legumes (de 8,71% para -2,47%), medicamentos em geral (de 3,16% para 0,54%), tarifa de telefone móvel (de 3,25% para -0,28%), passagem aérea (de -8,98% para -11,47%) e calçados (de 1,24% para 0,38%).

Na direção oposta, as taxas foram mais elevadas nos grupos Habitação (de 0,48% para 0,79%) e Despesas Diversas (de 0,50% para 0,63%). As maiores pressões partiram dos itens: taxa de água e esgoto residencial (de 0,27% para 3,14%) e jogo lotérico (de 4,59% para 7,32%).

A alta no custo da mão de obra acelerou a inflação do setor de construção dentro do IGP-10 de junho. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) passou de uma alta de 0,09% em maio para uma elevação de 1,19% em junho.

O Índice que representa o custo de Materiais, Equipamentos e Serviços saiu de uma alta de 0,16% em maio para um aumento de 0,14% em junho. Os gastos com Materiais e Equipamentos tiveram aumento de 0,10% em junho, enquanto os custos dos Serviços tiveram elevação de 0,32% no mês. Já o índice que representa o custo da Mão de Obra passou de um aumento de 0,01% em maio para uma alta de 2,27% em junho.

Recuos nos preços de grandes commodities garantiram também a manutenção da deflação no atacado. “A inflação medida pelo IGP-10 registra novo recuo e a taxa interanual acumula queda de 6,31%, a menor da série histórica do indicador. Os preços de commodities de grande importância seguem em queda e puxam para baixo o resultado do índice, com destaque para: óleo Diesel (de -5,63% para -15,80%), milho (de -12,48% para -15,63%) e bovinos (de -1,05% para -6,17%)”, afirmou André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais arrefeceram de alta de 0,29% em maio para queda de 1,01% em junho, tendo como principal contribuição o subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 0,42% para -9,73%.

O grupo Bens Intermediários caiu de -1,08% em maio para -3,36% em junho, puxado pelo subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -3,93% para -12,77%.

O grupo Matérias-Primas Brutas passou de -5,88% em maio para -5,00% em junho. As principais contribuições para a taxa menos negativa do grupo partiram dos itens: soja em grão (de -10,41% para -5,16%), minério de ferro (de -11,50% para -8,04%) e algodão em caroço (de -9,48% para -4,16%). As taxas foram mais baixas nos itens: bovinos (de -1,05% para -6,17%), leite in natura (de 3,87% para 0,34%) e café em grão (de -0,07% para -5,57%).