Economia
Preços agropecuários

IGP-10 registrou aumento de 0,62% em dezembro

Quanto aos três indicadores que compõem o IGP-10, os preços no atacado medidos pelo IPA-10 tiveram elevação de 0,81% em dezembro

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15 de dezembro de 2023
Vinicius Palermo
IGP-10 registrou aumento de 0,62% em dezembro
Os preços agropecuários do IPA Agrícola subiram 1,82% no atacado em dezembro

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 0,62% em dezembro, após alta de 0,52% em novembro, informou na sexta-feira, 15, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado superou a mediana das estimativas do mercado financeiro, calculada em 0,49%.

Quanto aos três indicadores que compõem o IGP-10, os preços no atacado medidos pelo IPA-10 tiveram elevação de 0,81% em dezembro, ante uma alta de 0,60% em novembro. Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 apresentaram aumento de 0,22% em dezembro, após um avanço de 0,39% em novembro. Já o INCC-10, que mede os preços da construção civil, subiu 0,01% em dezembro, depois de alta de 0,18% em novembro.

O IGP-10 acumulou um recuo de 3,56% no ano de 2023. O período de coleta de preços para o indicador de dezembro foi do dia 11 de novembro a 10 deste mês.

Os preços agropecuários do IPA Agrícola subiram 1,82% no atacado em dezembro, após uma alta de 0,65% em novembro. Já os preços dos produtos industriais – medidos pelo IPA Industrial – tiveram elevação de 0,46% no atacado em dezembro, depois do aumento de 0,58% em novembro.

Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais tiveram alta de 0,36% em dezembro, ante elevação de 0,13% em novembro.

Os preços dos bens intermediários caíram 0,20% em dezembro, após alta de 0,97% em novembro. á os preços das matérias-primas brutas subiram 2,45% em dezembro, depois da alta de 0,65% em novembro.

Quatro dos oito grupos que integram o IPC-10 registraram deflação em dezembro: Vestuário (-0,30%), Saúde (-0,25%), Transportes (-0,19%) e Comunicação (-0,29%). Os itens que mais ajudaram a frear o IPC-10 no mês foram perfume (-10,11%), gasolina (-1,57%), tomate (-6,79%), mamão papaya (-8,17%) e manga (-12,00%).

O IPC-10 desacelerou de uma elevação de 0,39% em novembro para uma alta de 0,22% em dezembro. O grupo Alimentação repetiu a alta de 0,40% registrada na última apuração. Houve pressão maior do arroz e feijão (1,04% para 3,13%), mas desaceleração no ritmo de alta das hortaliças e legumes (4,51% para 3,00%).

Os grupos com taxas mais elevadas em dezembro ante novembro foram Habitação (de -0,06% para 0,37%), Despesas Diversas (de 0,13% para 1,24%) e Transportes (de -0,21% para -0,19%). As maiores influências partiram dos itens: aluguel residencial (de -0,96% para 0,98%), serviços bancários (de 0,00% para 2,34%) e transporte por aplicativo (de 1,70% para 2,72%).

O aumento de preços de grandes commodities pressionou a inflação no atacado dentro do IGP-10 de dezembro. “Nesta análise, os principais destaques do Índice de Preços ao Produtor (IPA) foram as commodities de grande relevância. A influência significativa do minério de ferro (de 0,82% para 4,66%), do milho (de 0,68% para 7,16%), da soja (de -1,27% para 1,76%) e do café (de 3,57% para 5,86%) representou 79% do resultado geral do IPA. No que diz respeito ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC), destacaram-se os serviços bancários (de 0% para 2,34%) e o aluguel residencial (de -0,96% para 0,98%)”, justificou André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais aceleraram de aumento de 0,13% em novembro para 0,36% em dezembro, tendo como principal contribuição o subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 0,45% para 0,86%.

A variação do grupo Bens Intermediários arrefeceu de 0,97% em novembro para -0,20% em dezembro, puxada pelo subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 1,16% para 0,09%.

O grupo Matérias-Primas Brutas acelerou de 0,65% em novembro para 2,45% em dezembro. As principais contribuições para o avanço partiram dos itens: minério de ferro (de 0,82% para 4,66%), soja em grão (de -1,27% para 1,76%) e milho em grão (de 0,68% para 7,16%). No sentido oposto, os movimentos mais relevantes ocorreram nos itens: bovinos (de 6,34% para 0,18%), mandioca/aipim (de 5,50% para 3,44%) e algodão em caroço (de -2,67% para -3,96%).