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Iata eleva projeção de lucro da aviação para US$ 30,5 bilhões em 2024

A estimativa para o lucro líquido subiu dos US$ 25,7 bilhões anunciados inicialmente em dezembro de 2023 para US$ 30,5 bilhões.

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03 de junho de 2024
Vinicius Palermo
Iata eleva projeção de lucro da aviação para US$ 30,5 bilhões em 2024
A previsão para a margem de lucro líquido também foi revisada para cima, subindo de 2,7% inicialmente para 3,1%.

A Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata, na sigla em inglês) atualizou as projeções consolidadas para o setor de aviação em 2024. A estimativa para o lucro líquido subiu dos US$ 25,7 bilhões anunciados inicialmente em dezembro de 2023 para US$ 30,5 bilhões. A nova cifra é 11,3% maior do que a reportada no ano passado.

A previsão para a margem de lucro líquido também foi revisada para cima, subindo de 2,7% inicialmente para 3,1%. Caso a estimativa se confirme, a taxa se manterá estável ante 2023, quando fechou em 3%.

Durante o encontro anual da Iata, em Dubai, nos Emirados Árabes, o diretor geral da associação, Willie Wash, classificou o lucro líquido previsto como “uma grande conquista, considerando a recente e profunda pandemia”. No entanto, disse ser importante reforçar a rentabilidade das companhias aéreas e aumentar a resiliência financeira.

“A indústria aérea está no caminho para lucros sustentáveis, mas ainda há uma grande lacuna a ser preenchida”, afirmou. Neste sentido, destacou a previsão de 5,7% para o retorno sobre capital investido neste ano, “bem abaixo do custo de capital”, que deve ser superior a 9%.

Para ilustrar os problemas de rentabilidade, Walsh ressaltou a estimativa de US$ 6,14 para o lucro por passageiro, “o suficiente para comprar apenas um café em muitos países”. “Solucionar os problemas da cadeia de abastecimento é essencial para que possamos implantar frotas de forma eficiente para atender a demanda e melhorar a rentabilidade”, avaliou.

Apesar dos desafios, a Iata espera um fortalecimento da rentabilidade em 2024, com os ganhos crescendo ligeiramente acima dos custos. Enquanto as receitas totais devem subir 9,7%, para US$ 996 bilhões, a expectativa é que os custos aumentem 9,4%, para US$ 936 bilhões. As duas taxas de crescimento são recordes históricos.

O combustível deve representar 31% dos custos operacionais totais. O cálculo é baseado na projeção de US$ 113,8 por barril em 2024, gerando uma conta de US$ 291 bilhões para as aéreas neste ano.

Já os lucros operacionais do setor de aviação devem atingir US$ 59,9 bilhões em 2024. O montante representa um avanço de 14,7% em relação ao ano passado.

Enquanto isso, a associação projeta uma alta anual de 15,2% na receita de passageiros, somando US$ 744 bilhões. O crescimento da receita por passageiro-quilômetro (RPK, na sigla em inglês) deverá subir 11,6% ano contra ano.

No caso da América Latina, a estimativa de prejuízo de US$ 400 milhões para 2024, anunciada em dezembro de 2023, foi substituída pela previsão de lucro líquido de US$ 600 milhões. A nova cifra é três vezes maior do que o resultado de US$ 200 milhões reportado no ano passado.

A previsão para a margem de lucro líquido passou a ser de alta de 1,4%, uma melhora ante a expectativa anterior, que era um resultado negativo de 0,5%. Já a demanda (RPK), deve crescer 8,2% na região neste ano e a capacidade, 8,1%.

A melhora nas perspectivas para o mercado latino-americano de aviação reflete os resultados reportados pelas companhias da região no primeiro trimestre de 2024, segundo a Iata.

A associação destaca que as aéreas anunciaram “forte crescimento de vendas e elevada rentabilidade” entre janeiro e março. Além disso, elevaram os guidances (projeções) para o restante deste ano.
A Iata ressalta que as aéreas têm registrado uma melhoria constante no desempenho financeiro desde 2020 na América Latina, embora a performance seja mista entre os países da região.

O desempenho inferior em alguns territórios reflete, principalmente, turbulência econômica e social observada em algumas partes da região, afirma a associação, sem mencionar casos específicos.
Por outro lado, os países da América Central, especialmente o México, El Salvador, Guatemala e Honduras, são os principais responsáveis pelo crescimento dos lucros da região.