Economia
Arcabouço fiscal

Haddad diz que há consenso em torno da agenda econômica

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou em ter a nova regra fiscal e a reforma tributária votadas na Câmara “ainda neste semestre”.

Compartilhe:
23 de maio de 2023
Vinicius Palermo
Haddad diz que há consenso em torno da agenda econômica
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou em ter a nova regra fiscal e a reforma tributária votadas na Câmara “ainda neste semestre”. Ele deu a declaração na residência oficial da Presidência do Senado ao lado do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do relator da regra fiscal, Cláudio Cajado (PP-BA), do relator da reforma tributária, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e do líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA).

Antes, eles estavam em reunião que também incluiu o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e empresários como Flávio Rocha (Riachuelo), Benjamin Steinbruch (CSN), Josué Gomes (Coteminas) e Isaac Sidney (Febraban).

Haddad se disse “bem impressionado” com o consenso em torno da agenda econômica. Também afirmou que Câmara e Senado têm feito esforços em prol do Brasil.

Campos Neto se deparou com jornalistas na saída da reunião e disse que não poderia dar declarações. Limitou-se a afirmar que o diálogo é importante.

Após participar de encontro, Arthur Lira, destacou a interlocução do Executivo com o Congresso, a harmonia entre Câmara e Senado – e também deu dois recados. Lira disse que a votação do arcabouço fiscal dependerá da reunião de líderes e que cabe ao Congresso decidir revisitar temas que foram recentemente discutidos nas Casas, em alusão à autonomia do Banco Central e capitalização da Eletrobras.

Técnicos do orçamento estão participando dos encontros e trabalham em ajustes do texto. “A discussão sobre a taxa de juros esteve presente. Todos os temas tratados, o marco financeiro, o arcabouço como foi denominado, foram tratados, e o pedido para que todos se envolvam na defesa de uma reforma tributária, que é necessária e está na premência de ser votada”, disse.

Sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Lira destacou a interlocução muito firme com Congresso, como um dos principais pontos de apoio do Executivo. Lira ainda deu um recado sobre a revisão de pautas já votadas pelo Congresso. “Revisitar temas que o Congresso votou tem que acontecer e, quando acontecer, no âmbito do Congresso, não terá eco nas duas Casas. O governo tem sido informado disso”, disse.

O presidente do Senado afirmou que existe boa perspectiva para os próximos dias com a votação do arcabouço fiscal na Câmara e, tão logo o projeto chegue ao Senado, será votado com celeridade. “Importante entregar neste semestre o marco fiscal. E também o nosso grande anseio que é a reforma tributária”, disse Pacheco, após reunião que promoveu integrantes do Executivo, Legislativo e setor produtivo, para discutir as pautas econômicas prioritárias do Congresso: o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária.

“Vamos dialogar dos temas mais importantes. O intuito é marcar momento de estabilidade, comunhão de esforços, entre Executivo e Legislativo”, disse.

Pacheco ainda mencionou que temas que já passaram pelo crivo do Congresso não devem ser revisitados. “O Congresso fez o marco do saneamento, a capitalização da Eletrobras, a autonomia do Banco Central. São temas que já enfrentamos e consideramos realidade nacional”, disse.

O presidente do Senado também considera importante reconhecer a realidade reformista do Congresso e destacou que há harmonia entre Senado e Câmara. O tema taxa de juros também foi discutido na reunião, que contou com a presença do presidente do Banco Centra.

Apesar de ressaltarem o espírito de colaboração entre os Poderes, Pacheco e Lira deram recados claros ao governo sobre a inviabilidade de alteração de projetos que foram aprovados recentemente nas duas Casas, destacando o Marco do Saneamento, a autonomia do Banco Central e a capitalização da Eletrobras.

“A reunião foi esforço do Legislativo e do Executivo em diálogo com a sociedade” destacou Pacheco.
Pouco depois, ressaltou que temas já enfrentados no Congresso são realidade nacional. “O Congresso fez o marco do saneamento, a capitalização da Eletrobras, a autonomia do Banco Central, são temas que já enfrentamos e consideramos realidade nacional”, disse.

Lira também fez discurso na mesma linha. Elogiou a sensibilidade de Haddad com o Congresso, destacando as pautas do Ministério da Fazenda. Mas também reafirmou que só o Congresso vai “revisitar” temas aprovados há pouco tempo, em clara referência à derrota imposta ao governo na votação de alterações do marco do saneamento.

Haddad, que falou por último, apenas destacou o trabalho do Congresso e disse estar “impressionado” com o consenso em torno da pauta econômica.