Economia
Renegociação

Governo trabalha para alavancar crédito barato para o futuro

Haddad lembrou da aprovação do Marco de Garantias pelo Senado Federal em julho, que, segundo ele, “revoluciona o crédito no Brasil” e vai diminuir os spreads bancários.

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02 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
Governo trabalha para alavancar crédito barato para o futuro
Crédito barato é possibilidade para o futuro.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na quarta-feira, 2, que o governo federal está trabalhando em iniciativas para alavancar o crédito barato no Brasil para o futuro. Em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, da TV Brasil, Haddad citou algumas medidas do governo federal nesse sentido, com destaque para o programa de renegociação de dívidas “Desenrola” e a redução de juros para crédito consignado, que segundo o ministro teve “adesão total” dos bancos.

Haddad também lembrou da aprovação do Marco de Garantias pelo Senado Federal em julho, que, segundo ele, “revoluciona o crédito no Brasil” e vai diminuir os spreads bancários.

“O marco aumenta a chance dos credores recuperarem o crédito e a contrapartida disso é justamente uma redução do spread, que é o juro para além da captação”, explicou o ministro.

Na entrevista, Haddad também destacou que o governo está fazendo uma “gestão enorme” para que haja redução na taxa básica de juros, a Selic.

“Precisamos sanar o estoque de dívidas que foi herdado de 2002: estamos falando de 72 milhões de CPFs negativados. Eu quero crer que nunca houve na história do País um legado tão ruim de crédito”, comentou o ministro.

Ele afirmou que o crédito rotativo é o “maior problema de juro” no País hoje. “Você entra em uma roda viva da qual não consegue sair”, disse, em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”.

Para resolver o problema, Haddad disse que o governo federal, os bancos e o varejo estão “sentados em uma mesa” para discutir soluções. “Você tem um mecanismo que, se a parcela é paga em dia, você está salvo. Mas se tiver uma emergência qualquer, e estamos cheios de imprevistos na vida, e você não paga a parcela, você cai nesse juro absurdo. Como a pessoa vai pagar 400% ao ano? Não tem razoabilidade”, questionou.

Haddad disse que a ideia é solucionar o problema a partir de uma transição para um sistema “mais saudável” do que esse. “Desde que me conheço por gente, o problema do cartão de crédito é cruel no Brasil”, comentou.

O ministro afirmou que o governo federal está repactuando um ciclo de desenvolvimento sustentável com governadores e prefeitos para garantir a retomada de obras públicas e a geração de empregos.
Na avaliação do ministro, a relação entre o governo federal e Estados e municípios foi prejudicada durante a gestão anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“O governo Bolsonaro praticamente destruiu um canal de comunicação importante com governadores e prefeitos e alguns Estados quebraram, sobretudo porque a União se apropriou de recursos de Estados e municípios, como aconteceu com as eleições do ano passado”, comentou Haddad.

O ministro disse que, em março, anunciou uma devolução recorde de R$ 27,0 bilhões para Estados e municípios e que agora o governo federal está dando um passo além, para “desburocratizar” a relação com governadores e prefeitos.

“Repactuamos o rating dos Estados, permitindo que quem mantém finanças em ordem tenha um espaço maior para investimentos”, afirmou. “Precisamos destravar o investimento público para gerar emprego e renda e destravar mais de 14 mil obras paradas”, emendou.