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Governo anunciará medidas que vão contribuir para melhorar as condições de crédito

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, lembrou que investidores costumam ter temor com a volatilidade cambial.

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13 de abril de 2024
Vinicius Palermo
Governo anunciará medidas que vão contribuir para melhorar as condições de crédito
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, durante lançamento do programa União com os Municípios pela Redução do Desmatamentos e Incêndios Florestais na Amazônia Foto: Fabio Rodrigues- Pozzebom/Agência Brasil

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse na sexta-feira, 12, que na próxima semana o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciarão medidas que vão melhorar as condições de crédito do Brasil.

Segundo Padilha, serão anunciadas novas medidas que vão contribuir para a expansão do crédito no País, para o financiamento da infraestrutura e da logística e da tecnologia e para criar ambiente “de equilíbrio e tranquilidade” para investidores internacionais que queiram investir no País em investimentos de longo prazo.

O ministro lembrou que esses investidores costumam ter temor com a volatilidade cambial. “Vamos construir e vamos contar com o Congresso Nacional para que dê mais um passo para garantir um porto seguro no nosso País para os investimentos internacionais de longo prazo, criar instrumentos para isso, com foco no debate da transição energética e na transição ecológica”, disse, durante participação no Fórum Brasileiro de Líderes em Energia.

O ministro das Relações Institucionais reforçou que o governo segue com foco em consolidar o reequilíbrio econômico. “Nada fará o presidente Lula e a nossa equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desviar o foco de continuar perseguindo a responsabilidade fiscal, o déficit primário zero, as nossas metas fiscais que contribuem decisivamente para que o Brasil tenha uma trajetória descendente de sua taxa de juros”, disse.

Ele lembrou que já são seis reuniões seguidas com queda na taxa de juros. “Queremos continuar fazendo com todo o trabalho e esforço para que isso continue se consolidando.”

Para Padilha, a consolidação do reequilíbrio econômico é um dos grandes desafios do País, juntamente com o esforço para que o Brasil não perca a oportunidade de ser protagonista da transição energética, e o esforço no investimento na educação e qualificação profissional, na ciência e tecnologia.

O ministro das Relações Institucionais clamou o Congresso a aprovar temas que fazem parte da agenda prioritária do governo, como projetos de lei ligados à agenda verde. Entre os projetos em discussão, ele comentou que está confiante na aprovação do marco regulatório do mercado de carbono ainda este ano.
Segundo ele, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) quer colocar o projeto para votar já em abril. “Vamos ter como base a recuperação do texto que já tinha sido aprovado no Senado, que foi um grande acordo com o setor do agronegócio”, disse.

O ministro também citou o projeto do Combustível do Futuro, que o governo pretende ter aprovado “neste ano, se possível neste semestre”, e o das Patentes, com expectativa de votar “o mais rápido possível”.

Por fim, Padilha comentou sobre o projeto de lei das eólicas offshore, votado na Câmara com diversos jabutis. “Ali, quero deixar explícito, existem temas que inclusive entram em choque com a expectativa de transição energética e transição ecológica, então o governo vai trabalhar no Senado para a gente recuperar a ideia original das eólicas offshore.

O tema específico em relação a este mercado tão importante para investimento no Brasil pode liderar com força, excluindo temas que entraram de outras matrizes energéticas que consideramos não adequado serem discutidos naquele projeto”, disse.

Padilha disse estar otimista com essas agendas porque que “são temas que não são de governo ou de oposição”, mas unem a agenda do Congresso Nacional. “Tenho convicção absoluta que vão ser aprovados inclusive com maioria muito mais ampla, porque não são de governo ou oposição, são temas que unificam o Brasil.”

O ministro das Relações Institucionais disse que não vai se rebaixar ao nível do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que na quinta-feira, 11, chamou Padilha de “incompetente” e “desafeto pessoal”.
“Eu fico com as palavras do presidente Lula”, disse o articulador político do governo, referindo-se a declarações públicas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao seu trabalho. “Sobre o resto das palavras, sinceramente, eu não vou descer a esse nível. Sou filho de uma alagoana arretada que sempre disse: meu filho, se um não quer, dois não brigam”, complementou o ministro.

Padilha afirmou que aprendeu a fazer política com o presidente Lula, uma política “de civilidade”, segundo ele, que vê a parceria do Poder Executivo com o Congresso Nacional “como uma dupla de sucesso”.

“Queremos repetir a dupla de sucesso que tivemos no ano passado sem nenhum tipo de rancor. Sobre rancor, a periferia da minha cidade (SP) produziu na grande figura do Emicida, que mano, rancor é igual tumor, envenena a raiz, a plateia só deseja ser feliz. Eu sou deputado e converso com todos os deputados e deputadas, senadores e senadoras, e sei que todo mundo ali quer ser feliz”, disse.

Sobre as acusações de Lira, de que Padilha estaria vazando articulações feitas pelo presidente da Câmara para votar pela liberação do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), o articulador do governo disse: “O único ato que nós fizemos publicamente durante a votação desse tema foi afirmar que o governo defendia, sim, a prisão desse parlamentar, a partir de um processo de investigação que já dura seis anos com o esforço do Ministério da Justiça e do Judiciário.”

E acrescentou: “Vou seguir em frente, sem nenhum tipo de rancor. Vou seguir meu trabalho, tenho orgulho de ser ministro da articulação de novo.”

Quanto à participação no evento de energia, Padilha informou que vai apresentar os projetos do governo e que o “Congresso já ajudou muito o governo e vai continuar ajudando”.

“Temos uma agenda muito concreta para atrair investimento em transição energética. O Brasil precisa e tem vontade política para isso, para aprovar os marcos regulatórios que atraiam investimentos para o País”, disse Padilha.