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Frigol registrou prejuízo líquido de R$ 15 milhões no 1º trimestre

Nos primeiros três meses do ano, a Frigol obteve receita bruta de R$ 730 milhões, queda de 30% em relação ao mesmo período do ano passado.

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09 de maio de 2023
Vinicius Palermo
Frigol registrou prejuízo líquido de R$ 15 milhões no 1º trimestre
Segundo o CEO da Frigol, Eduardo Miron, em nota, os resultados foram pressionados por um trimestre tradicionalmente "mais fraco", somado à ausência da China, principal parceiro comercial do Brasil.

A Frigol, quarto maior frigorífico do País, com sede em Lençóis Paulista (SP), registrou prejuízo líquido de R$ 15 milhões no primeiro trimestre de 2023, queda significativa ante o lucro líquido de R$ 65 milhões no primeiro trimestre de 2022. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 2,6 milhões, com margem de -0,4%, atingindo o break-even, ante resultado recorde de R$ 94 milhões do primeiro trimestre de 2022, quando a margem foi de 9,4%.

Nos primeiros três meses do ano, a Frigol obteve receita bruta de R$ 730 milhões, queda de 30% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a alavancagem da companhia ficou em 2,1 vezes dívida líquida/Ebitda, com o caixa em R$ 212 milhões, 182% a mais que os R$ 75 milhões no 1tri22.

Segundo o CEO da Frigol, Eduardo Miron, em nota, os resultados foram pressionados por um trimestre tradicionalmente “mais fraco”, somado à ausência da China, principal parceiro comercial do Brasil.

“Em nosso setor, tradicionalmente o primeiro trimestre costuma ser o mais fraco do ano. Como previsto, o primeiro trimestre de 2023 seguiu essa sazonalidade e foi ainda prejudicado pelo fator adicional de autoembargo de quase um mês das exportações brasileiras para a China. Diante disso, as vendas para o mercado externo caíram 11 pontos percentuais. Durante o autoembargo, a FriGol ajustou sua produção, acelerou seus projetos de crescimento e redirecionou suas exportações para outros países e para o mercado interno”, pontua Eduardo Miron, CEO da FriGol.

A atipicidade do primeiro trimestre de 2022 deve ser considerada na análise das comparações trimestrais. “O primeiro trimestre de 2022 foi muito atípico devido à forte demanda da China com a retomada das exportações após o embargo de três meses no fim de 2021. A retomada afetou positivamente o volume e os preços – beneficiados ainda por um dólar mais alto”, explica Masson. “Por outro lado, mesmo com todos os desafios do primeiro trimestre de 2023, tivemos resultados melhores do que quando comparamos com 2021 e 2020”, destaca o CFO.

A FriGol encerrou o primeiro trimestre de 2023 com alavancagem de 2.1x dívida líquida/Ebitda e preservou o caixa em R$ 212 milhões, 182% maior que os R$ 75 milhões apurados no primeiro trimestre de 2022, reflexo do foco da empresa na disciplina financeira.

Para o ano de 2023, a FriGol mantém a projeção de crescer cerca de 20% em faturamento. Para isso, está investindo R$ 45 milhões de CAPEX, que inclui a ampliação da capacidade de abate em suas três unidades produtivas de bovinos. A expectativa é abater cerca de 590 mil bovinos neste ano, 25% acima de 2022.

“Registramos crescimento acima de 20% em nosso faturamento nos últimos três anos e queremos manter essa média em 2023. A cada ano utilizamos uma estratégia específica e agora a aposta está no aumento da eficiência operacional de nossas plantas”, pontua o CEO, Eduardo Miron. Em 2022, a companhia teve faturamento recorde de R$ 3,8 bilhões.

A diversificação de mercados para promover o crescimento sustentável é outra estratégia adotada pela empresa, que em janeiro conquistou habilitação para exportar para Indonésia e, já no início do segundo trimestre, para Singapura. O bloco de países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) tem uma população de aproximadamente 700 milhões de pessoas, sendo o segundo principal mercado da Ásia, somente atrás da China.

“É uma região onde o consumo de carne bovina está se desenvolvendo, por isso, está em nosso foco. No fim do ano passado, participamos de uma missão com executivos e autoridades brasileiras, que foi fundamental para estreitarmos relacionamento comercial com os países da Asean”, avalia Miron. Segundo o executivo, o próximo passo é conquistar habilitações para Filipinas e Malásia, abrangendo, assim, quatro países da Asean.

No mercado interno, a companhia seguirá a estratégia de expandir as vendas de produtos com maior valor agregado e ampliar o projeto Açougue Completo, que é uma parceria bem-sucedida com supermercadistas.

Como uma empresa de capital fechado, a FriGol tem se destacado no mercado no que tange sua comunicação e compromisso com a agenda ESG. Nesse sentido, a empresa lançou recentemente seu segundo Relatório Anual e de Sustentabilidade, no qual apresenta a todos os stakeholders informações financeiras, ambientais, sociais e de governança, seguindo as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A publicação está disponível no link: Relatório Anual e de Sustentabilidade 2022.

A FriGol é um dos principais e mais tradicionais frigoríficos de carnes bovina e suína do Brasil. Fundada em 1992 pela família Gonzaga Oliveira, que atuava no ramo de carnes desde 1970, a FriGol está estrategicamente localizada nos estados de São Paulo e Pará. A empresa possui hoje importante participação no mercado nacional e internacional, com presença em mais de 60 países distribuídos pela América do Sul e do Norte, Europa, Oriente Médio, Ásia e África.