Marvym de Brito
Marvym de Brito
Saúde e Bem Estar

Dietas restritivas e seus riscos: um alerta para a saúde

As dietas restritivas podem ter um grande impacto na saúde mental das pessoas. O ato de cortar grupos inteiros de alimentos ou contar calorias obsessivamente pode levar a uma relação negativa com a comida.

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08 de novembro de 2023
Dietas restritivas e seus riscos: um alerta para a saúde
Foto: Divulgação

Com o fim do ano se aproximando, as festas comemorativas e o início do verão são épocas propicias para dar aquele foco na dieta e aguardar os seus resultados. Os questionamentos logo surgem: quanto tempo vou perder 2 kg? Será que vou conseguir emagrecer até o Natal? o que preciso fazer para isso acontecer rápido? Esses são alguns dos questionamentos que ouvimos no início do processo de emagrecimento. Nos últimos anos, dietas restritivas têm ganhado popularidade, muitas vezes prometendo resultados rápidos na perda de peso e na busca por um corpo ideal. No entanto é importante destacar que essas dietas, que frequentemente eliminam grupos inteiros de alimentos podem conter sérios riscos para a saúde.

Uma das preocupações mais importantes associadas a dietas muito restritivas é o perigo de perder nutrientes essenciais. Quando eliminamos grupos inteiros de alimentos ou restringimos demais a sua  ingestão calórica corremos o risco de não ter os nutrientes necessários para manter o corpo funcionando de forma equilibrada. Isso inclui vitaminas minerais, proteínas e fibras, que desempenham papéis fundamentais em processos vitais, como a função imunológica a saúde dos ossos a regulação hormonal e a saúde cardiovascular. A falta desses nutrientes pode levar a deficiências nutricionais, enfraquecimento do sistema imunológico, problemas de pele, fadiga, fraqueza muscular e outros problemas de saúde a longo prazo. É essencial buscar uma forma alimentar equilibrada que atenda às necessidades nutricionais do corpo e promova um bem estar no longa prazo em vez de optar por dietas que possam comprometer a saúde devido à falta de nutrientes que são essenciais para nosso corpo.

As dietas restritivas podem ter um grande impacto na saúde mental das pessoas. O ato de cortar grupos inteiros de alimentos ou contar calorias obsessivamente pode levar a uma relação negativa com a comida criando sentimento de culpa, ansiedade e até mesmo depressão. A obsessão por rígidas restrições alimentares muitas vezes resulta em uma percepção distorcida do corpo e da autoimagem alimentando a insatisfação e a preocupação constante com o peso. Além disso, as dietas restritivas podem desencadear transtornos alimentares, como a anorexia nervosa ou a bulimia que têm sérios riscos para a saúde física e mental. Portanto, é fundamental reconhecer o impacto na saúde mental que essas dietas podem criar e buscar formas mais equilibradas que promovam uma relação saudável com a comida e o bem-estar emocional. Consultar um profissional de saúde mental e um nutricionista pode ser essencial para ajudar a lidar com questões relacionadas à saúde mental e alimentação.

Dietas restritivas frequentemente nos trazem um metabolismo mais lento. Quando o corpo percebe uma grande diminuição na ingestão de calorias ele entra em um estado de alerta, economizando energia e desacelerando o metabolismo para conservar o que possui. Essa resposta adaptativa pode fazer com que seja ainda mais difícil perder peso a longo prazo, uma vez que o corpo se acostuma no processo de conservação de energia. Além disso quando a restrição alimentar é mantida por um grande período o metabolismo pode permanecer lento mesmo após a conclusão da dieta tornando o controle do peso uma tarefa ainda mais difícil. Portanto é importante considerar o impacto que as dietas restritivas podem ter no metabolismo e escolher abordagens mais equilibradas e sustentáveis para alcançar e manter uma saúde ideal.

Dietas restritivas muitas vezes estão associadas ao temido “efeito sanfona”. Esse fenômeno ocorre quando alguém perde peso rapidamente durante uma dieta restritiva apenas para recuperar o peso perdido ou até mesmo ganhar mais quando volta aos hábitos alimentares anteriores. O efeito sanfona não apenas prejudica a saúde física colocando estresse adicional no corpo e aumentando o risco de doenças metabólicas, mas também pode ser prejudicial para o desgaste emocionalmente. A constante oscilação de peso pode levar a sentimento de frustração, desespero e insatisfação com o corpo, criando um ciclo que prejudica a autoestima e a saúde mental. Em vez de optar por dietas restritivas que muitas vezes levam ao efeito sanfona, é aconselhável buscar uma abordagem alimentar equilibrada e que se sustente e que promova a saúde a longo prazo, sem os perigos associados ao ganho e perda de peso repetitivos.

Dietas restritivas podem facilmente levar ao desenvolvimento de uma relação negativa com a comida. Ao colocar regras e restrições alimentares extremas essas dietas podem transformar algo tão fundamental e prazeroso quanto a alimentação em uma fonte de ansiedade, culpa e obsessão. As pessoas que adotam dietas restritivas frequentemente se veem divididas entre a tentação de alimentos “proibidos” e o medo de quebrar as regras que ela mesma impôs criando um ciclo de pensamentos negativos relacionados à comida. Essa relação problemática com a alimentação pode impactar negativamente a qualidade de vida levando a sentimentos de isolamento social, estresse e insatisfação.

Em vez de promover uma relação saudável com a comida dietas restritivas muitas vezes alimentam um ciclo de comportamento alimentar conturbado tornando-se uma armadilha para a saúde mental. Portanto é importante levar em conta o estado emocional envolvido na alimentação e adotar práticas mais equilibradas e compassivas em relação aos hábitos alimentares e ao corpo. Buscar orientação de um profissional de saúde mental ou nutricionista pode ser fundamental para superar essas questões e cultivar uma relação saudável com a comida.

Embora as dietas restritivas possam parecer uma solução rápida para a perda de peso é fundamental considerar os riscos que elas representam para a saúde. Uma abordagem mais equilibrada envolve a adoção de um estilo de vida saudável, com uma alimentação variada e nutritiva, combinada com a prática regular de exercícios físicos. Consultar um nutricionista pode ser valioso para estabelecer metas reais e alcançar uma saúde duradoura sem os perigos associados às dietas extremamente restritivas. Priorizar o bem-estar físico e emocional deve ser a principal meta em vez de buscar resultados imediatos que podem ter consequências adversas a longo prazo.