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Consumo nos lares subiu 1,21% em janeiro

Os dados são da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgados em coletiva de imprensa na quinta-feira, 29.

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01 de março de 2024
Vinicius Palermo
Consumo nos lares subiu 1,21% em janeiro
O vice-presidente da Abras, Marcio Milan

O Consumo nos Lares Brasileiros teve alta de 1,21% em janeiro de 2024, frente ao mesmo período de 2023. A variação mensal, em relação a dezembro, foi de 22,01%, natural pela força sazonal do mês das festas de fim de ano. Os dados são da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgados em coletiva de imprensa na quinta-feira, 29.

A Abras mantém projeção de crescimento de 2,50% do setor para o ano de 2024. O cenário macro de janeiro teve R$ 14,48 bilhões em pagamentos do Bolsa Família. “É cerca de R$ 1 bilhão a mais do que no ano anterior”, aponta o vice-presidente da associação, Marcio Milan. Além disso, houve reajuste de 6,97% para o salário mínimo. Ainda, a inflação medida pelo IPCA foi maior para alimentos do que o indicador cheio pelo quarto mês consecutivo.

Segundo Milan, o crescimento de janeiro teve contribuição também do aumento da empregabilidade, o que manteve o consumo aquecido. “O setor também deu continuidade aos planos de crescimento, com inauguração de 34 novas lojas, sendo 21 supermercados e 13 atacarejos”, disse.

O resultado do mês passado ficou dentro do observado em janeiro de outros anos. O consumo no período é historicamente comprometido por maiores despesas das famílias no início do ano. Em 2023, o crescimento do consumo nos lares foi de 3,09%, diante de uma projeção da Abras que estimava alta de 2,5%.

A Abrasmercado (cesta de 35 produtos de largo consumo monitorados pela Abras) teve alta nos preços de 1,40% em janeiro, frente ao mês imediatamente anterior, com avanço dos preços de R$ 722,57 para R$ 732,39 no período. Principais quedas foram vistas em itens como cebola e papel higiênico, enquanto a alta foi maior em batata, feijão, arroz, tomate e óleo de soja.

Na análise regional, a maior variação foi na região norte (+3,09%). Em seguida, o Centro-Oeste teve aumento de 1,95%, no Nordeste e no Sudeste, de 1,37%, e no Sul, de 1,24%.

Enquanto grupos de trabalho do governo se debruçam sobre as leis complementares que definirão detalhes da reforma tributária, a Abras está preparando dados e subsídios para sugerir quais devem ser as categorias de produtos da cesta básica isenta de impostos. Milan disse que o sortimento da cesta é sobretudo feito para atender quesitos de qualidade nutricional e as diferenças de hábito entre as regiões do País.

Além disso, outros produtos de categorias como higiene pessoal e limpeza deveriam ter redução de até 60% na tributação, na visão da associação. “Queremos ajudar o governo a elaborar as leis complementares que definem quais produtos exatamente vão compor estas listas”, diz Milan.

Quanto à proposta de cashback atrelado à cesta, a Abras se posiciona de forma contrária. “Muitas pessoas não têm forma de acesso a um benefício desse tipo. São pessoas muitas vezes chamadas de invisíveis, que não terão como receber isso de volta”, avalia o vice-presidente.