A carteira de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) deve crescer 0,7% em maio na comparação com abril deste ano, de acordo com a Pesquisa Especial de Crédito da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Na comparação com maio de 2023, o crescimento deve chegar a 8,9%, contra 8,7% em abril, no que seria a quarta aceleração consecutiva.
Na margem, o crescimento deve ser puxado pela carteira de crédito para pessoas físicas, com alta de 0,9% em relação a abril influenciada pelas linhas com recursos livres (+1%). As estimativas apontam que o desempenho do cartão de crédito à vista deve ser melhor, graças ao consumo das famílias, bem como as linhas de financiamento de veículos, favorecidas pela queda dos juros.
O crédito para pessoas jurídicas deve crescer menos, 0,3%, sustentado pela carteira de recursos direcionados, com alta de 0,9% em relação ao mês anterior. O programa Acredita, do governo federal, deve contribuir para o desempenho, em especial pelo Desenrola Pequenos Negócios.
Em base anual, a pesquisa aponta para um crescimento de 11% no crédito para pessoas físicas, e de 5,6% nas carteiras para pessoas jurídicas. Em ambos os casos, a expectativa é de alta puxada pelas linhas com recursos direcionados, o que inclui o crédito imobiliário, por exemplo.
“Todas métricas seguem apontando para uma melhora no mercado de crédito em 2024, com maior volume de concessões e do saldo de crédito, que têm se beneficiado do processo de queda da taxa de juros e da moderação das taxas de inadimplência”, diz em nota o diretor de Economia Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, Rubens Sardenberg.
De acordo com ele, a dúvida é sobre um possível impacto da deterioração das expectativas macroeconômicas, tanto internas quanto externas, sobre o mercado nos próximos meses.
A Febraban aponta ainda que as concessões de crédito devem subir 0,6% em maio na comparação com abril, ou 5,4% se excluída a sazonalidade. O crescimento deve ser puxado pelas linhas com recursos direcionados, com alta de 6,5% pelo critério sem ajuste sazonal. Estas operações devem ter o impulso dos programas públicos de crédito para empresas.
Em relação a maio de 2023, a projeção é de alta de 8,5% nas concessões, uma aceleração em relação aos 7,8% em abril, ou de 14,7% com o ajuste. Os recursos direcionados também devem puxar o crescimento sob este parâmetro.
As renegociações de dívidas até o dia 12 de junho, pelos bancos associados à Febraban, já alcançam R$ 1,3 bilhão em volume financeiro no Programa Desenrola Pequenos Negócios, voltado para repactuação de empréstimos de Microempreendedores Individuais (MEI), micro e pequenas empresas.
Segundo a entidade, o número é 30% superior ao levantamento anterior, encerrado em 4 de junho, e representa a negociação de 39 mil contratos, beneficiando 30 mil empresas em todo o País.
O programa permite a renegociação de dívidas não pagas até o dia 23 de janeiro deste ano. Podem participar empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. O programa foi estruturado pelo governo federal a partir da experiência do Desenrola para pessoas físicas, encerrado em maio.
A pesquisa da Febraban é realizada com base nos dados dos maiores bancos do País, e é divulgada todos os meses como uma prévia da Nota de Crédito do Banco Central. A próxima divulgação do BC será no dia 26 de junho.