A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta sexta-feira, 8, que a dívida financeira da empresa é “irrisória” em relação ao tamanho da Petrobras, tendo alcançado o menor nível desde 2008. Essa dívida financeira, mostrou a Petrobras em relatório na quinta-feira, encerrou o terceiro trimestre do ano em US$ 25,8 bilhões.
“Estamos reafirmando o êxito das escolhas que fizemos. Entendemos que estamos no caminho certo, com geração de caixa crescente, muitas plataformas a entrar garantindo ramp up de produção no país até 2030 e 2032, maior volume de investimento e dívida financeira no menor patamar desde 2008. Essa dívida é irrisória frente ao tamanho da Petrobras”, disse Magda.
“Mesmo em cenário em queda do Brent, o que não é passível do nosso controle, conseguimos superar todas as expectativas do mercado”, completou a presidente da Petrobras, ao dizer que todas as áreas de negócio da empresa apresentaram bom resultado.
Ao fim de sua fala em coletiva de imprensa sobre o resultado do terceiro trimestre, Magda lembrou que a Petrobras é responsável pela geração de 31% de toda a energia primária do País.
A executiva também frisou que a Petrobras lançou um novo código de ética com participação de todos os funcionários, reforçando a segurança corporativa da companhia.
A presidente da Petrobras destacou ainda que o petróleo cru, cuja produção nacional é 90% operada pela empresa, se tornou o primeiro produto da pauta de exportação do Brasil. Magda disse que o fato é “motivo de muito orgulho”.
“Conseguimos entregar um resultado esplendoroso. Chegamos à marca do primeiro produto de exportação do Brasil sendo o óleo cru. Superamos farelos de soja, o agro e a soja, a mineração e a exportação de ferro. Nos tornamos nada mais, nada menos do que capazes de ofertar ao país uma imensa contribuição com o primeiro produto da pauta de exportação”, disse Magda.
Em seguida, a presidente da Petrobras definiu os resultados financeiros entre julho e setembro como “extremamente sólidos e consistentes”.
“Foram resultados que ultrapassaram as melhores expectativas do mercado e nos orgulhamos por isso”, disse a presidente da Petrobras, ao lembrar que no trimestre imediatamente anterior foi marcado por efeitos não recorrentes, especificamente o pagamento do acordo com o Carf para extinguir litígios fiscais.
A Petrobras fechou o terceiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 32,5 bilhões, alta de 22,3% ante o mesmo período de 2023. A estatal divulgou na quinta-feira o resultado financeiro do período.
O diretor financeiro da Petrobras, Fernando Melgarejo, disse na sexta-feira, 8, que a Petrobras pode sim anunciar dividendos extraordinários junto com a divulgação do Plano Estratégico 2025-2029, no fim deste mês de novembro. Segundo Melgarejo, essa distribuição está sendo avaliada justamente à luz do plano.
“Se tivermos nível de confiança adequado, podemos propor para a companhia e tomar a melhor decisão ainda em novembro, junto com o PE”, disse Melgarejo.
Ele também falou sobre a natureza da reserva de remuneração. “A reserva de remuneração de capital não significa que temos caixa. Ela é uma provisão contábil associada ao lucro do exercício. Quando decidimos por dividendos, ordinário e extraordinário, olhamos o fluxo de caixa da companhia no curto médio e longo prazos. A reserva é um instrumento e não um drive de decisão”, disse. “Tenho que saber se tenho caixa e se a distribuição é sustentável”, continuou. A Petrobras tem hoje R$ 15,5 bilhões na reserva de remuneração.
O diretor de Comercialização e logística da Petrobras, Claudio Schlosser, disse que a atual estratégia comercial da Petrobras em derivados do petróleo permitiu que não houvesse reajuste do diesel em 2024 até o momento.
“O PPI repassava volatilidade externa, inclusive a do câmbio. A nova estratégia comercial deixou isso para trás”, disse Schlosser em relação à mudança na estratégia do setor colocada em pratica ainda em 2023 sob a gestão de Jean Paul Prates, a qual o executivo resumia como “abrasileiramento dos preços dos combustíveis”.
Especificamente sobre os resultados do terceiro trimestre do ano, Schlosser disse que a redução das margens do refino se deve ao impacto das cotações internacionais dos combustíveis. “A cotação do diesel reduziu 16% e, da gasolina, 37%, no mercado internacional. Isso afetou o resultado de diversas empresas refinadoras”, disse.
“O fato real é que essas quedas estão ligadas a uma atividade econômica mais lenta da China, entrada de capacidades adicionais de refino no mundo, no México, no Oriente Médio. Isso pressiona essas margens. O FUT em si não teve efeitos sobre as margens”, detalhou.
Ao contrário, disse ele, o aumento do FUT de 91% para 95% na passagem do segundo trimestre para o terceiro permitiu um aumento das vendas internas, sobretudo no centro-oeste, o que foi puxado pela dinâmica das safras do agronegócio no período.
Segundo o diretor de produtos industriais, William França, a Petrobras conseguiu capturar o mercado doméstico de diesel no terceiro trimestre. “Chegamos a atingir 97% de FUT e refinamos 818 mil barris por dia de diesel”, disse.
Ele lembrou, ainda, que a produção de diesel da Petrobras vai crescer com incremento do parque, no que lembrou a expansão da Rnest. “Nós estamos ampliando nos dois próximos anos uma Reduc nova no sistema Petrobras”, comparou.